Continua após a publicidade..
(IFMT/2018) A discussão sobre a escravidão africana no Brasil, entre os séculos XVI e XIX, não se restringe apenas à questão econômica. Os historiadores têm destacado também a luta pela liberdade, as sociabilidades, solidariedades, religiosidades, culturas e formas de resistência ao cativeiro. Sobre os aspectos da escravidão no Brasil, considera-se CORRETO que:
- A) a luta contra a escravidão foi a principal bandeira da elite letrada, influenciada pelas ideias iluministas, que via nessa instituição a causa da desigualdade social brasileira
- B) as fugas individuais e coletivas de escravizados eram constantes
- Muitos formavam comunidades com organização social própria e uma rede de alianças, os chamados quilombos
- C) os senhores de engenhos adotaram o método do vigiar e punir, frente aos possíveis escravizados revoltosos, impedindo amplamente as fugas e rebeliões dentro de suas propriedades
- D) a Igreja conseguiu promover a ampla e irrestrita conversão dos diversos grupos de africanos ao catolicismo, que foram impedidos de reproduzir suas práticas religiosas ancestrais
- E) os africanos escravizados eram proibidos de participar de agremiações religiosas, atividades de ganho fora das propriedades dos seus senhores e de contraírem o matrimônio por serem cativos.
Continua após a publicidade..
Resposta:
A alternativa correta é a letra B.
As fugas individuais e coletivas de escravizados eram uma forma de resistência ao cativeiro e à opressão dos senhores. Muitos escravos fugiam para áreas de difícil acesso, como matas, serras e pântanos, onde formavam comunidades autônomas, com organização social, política, econômica e cultural própria. Essas comunidades eram chamadas de quilombos, sendo o mais famoso deles o Quilombo dos Palmares, que chegou a ter cerca de 20 mil habitantes e resistiu por quase um século às investidas das tropas coloniais.
As outras alternativas não se aplicam ao caso, pois:
- A luta contra a escravidão não foi a principal bandeira da elite letrada, mas sim de alguns setores da sociedade, como os abolicionistas, que defendiam o fim da escravidão por motivos humanitários, políticos e econômicos. A elite letrada, em sua maioria, era favorável à manutenção da escravidão, pois dela dependia a sua riqueza e poder.
- Os senhores de engenhos não conseguiram impedir amplamente as fugas e rebeliões de escravos, pois estes sempre encontravam formas de escapar ou se revoltar contra a exploração e a violência. Além dos quilombos, houve diversas insurreições de escravos, como a Revolta dos Malês, a Revolta dos Alfaiates, a Sabinada, a Balaiada, entre outras.
- A Igreja não conseguiu promover a ampla e irrestrita conversão dos diversos grupos de africanos ao catolicismo, pois eles mantiveram suas práticas religiosas ancestrais, muitas vezes de forma velada ou sincrética. Assim, surgiram religiões afro-brasileiras, como o candomblé, a umbanda, o xangô, etc., que preservaram elementos das culturas africanas.
- Os africanos escravizados não eram proibidos de participar de agremiações religiosas, atividades de ganho fora das propriedades dos seus senhores e de contraírem o matrimônio por serem cativos. Na verdade, muitos escravos tinham uma certa autonomia e mobilidade, podendo participar de irmandades religiosas, trabalhar como vendedores ambulantes, artesãos, músicos, etc., e se casar com outros escravos ou com pessoas livres. Essas atividades, porém, não significavam a libertação dos escravos, mas sim uma forma de controle e exploração dos senhores.
Continua após a publicidade..
Continua após a publicidade..
Deixe um comentário