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Questões Sobre Portugal e sua expansão - História - Vestibular Tradicional

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1) Quais fatores influenciaram o pioneirismo português na expansão ultramarina?

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O pioneirismo português na expansão ultramarina foi influenciado por vários fatores importantes. Primeiro, a localização geográfica de Portugal na ponta ocidental da Europa proporcionou uma posição estratégica para explorar novas rotas marítimas. Além disso, o apoio financeiro da Coroa portuguesa e o desenvolvimento de tecnologias náuticas avançadas, como a caravela e o astrolábio, foram fundamentais para as viagens de descobrimento.

Outro fator crucial foi o espírito empreendedor dos navegadores portugueses e o incentivo à exploração de novos territórios e mercados. A busca por riquezas, como ouro e especiarias, também motivou as explorações marítimas. Além disso, o contexto histórico, incluindo a queda de Constantinopla e a expansão do Império Otomano, impulsionou Portugal a buscar rotas alternativas para o comércio com o Oriente.

Esses fatores combinados ajudaram a colocar Portugal na vanguarda da exploração ultramarina durante os séculos XV e XVI.

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2) Nem todos os brancos que chegavam do mar eram portugueses, e os povos que viviam nas cercanias do litoral logo aprenderam a distingui-los. (…) Se os surpreendiam, os portugueses os atacavam, queimavam e punham a pique. Mas às vezes, ocorria o oposto. (…)

Os portugueses insistiam com os reis e notáveis do litoral para que não transacionassem com os outros europeus, por eles qualificados de piratas. E recomendavam que lhes dessem combate. (…)
Por volta de 1560, os portugueses começaram a usar galés para patrulhar as costas próximas ao forte da Mina. (…)
Os entrepostos nas mãos de portugueses fiéis à Coroa eram poucos e quase sempre dependentes da boa vontade dos chefes nativos, até para seus alimentos.
(Alberto da Costa e Silva. A manilha e o libambo, 2002.)
 
O texto descreve a conquista portuguesa
  • A) no Brasil.
  • B) nas Guianas.
  • C) nas Índias Orientais.
  • D) no Japão.
  • E) na África.
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A alternativa correta é letra E

O texto de Alberto da Costa e Silva refere-se à conquista portuguesa na costa africana. Apesar de o modo de colonização portuguesa (pautado nas relações comerciais com os chefes locais, sem conquista militar e ocupação do território) descrito ser semelhante ao empregado em outras regiões, como nas Índias Orientais e na própria América durante os primeiros anos de contato europeu, o aluno pode descobrir a resposta correta a partir da menção do forte da Mina, importante feitoria estabelecida na região da África ocidental na década de 1480.

3) Durante a Antigüidade e a Idade Média, a África permaneceu relativamente isolada do resto do mundo. Em 1415, os portugueses conquistaram Ceuta, no norte do continente, dando início à exploração de sua costa ocidental.

(José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti, Toda a História)
 
Acerca da África, na época da chegada dos portugueses em Ceuta, é correto afirmar que 
  • A) nesse continente havia a presença de alguns Estados organizados, como o reino do Congo, e a exploração de escravos, mas não existia uma sociedade escravista.
  • B) assim como em parte da Europa, praticava-se a exploração do trabalho servil que, com a presença européia, transformou-se em trabalho escravo.
  • C) a população se concentrava no litoral e o continente não conhecia formas mais elaboradas de organização política, daí a denominação de povos primitivos.
  • D) os poucos Estados, organizados pelos bantos, encontravam-se no Norte e economicamente viviam da exploração dos escravos muçulmanos.
  • E) a escravidão e outras modalidades de trabalho compulsório eram desconhecidas na África e foram introduzidas apenas no século XVI, pelos portugueses e espanhóis.
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A alternativa correta é letra A

Os povos africanos conheciam e praticavam a escravidão antes de seu contato com os europeus no século XV. Poŕém, este sistema de trabalho não era predominante nas formações sociais africanas de então.
Quanto à organização política, existiam formas variadas, podendo os Estados centralizados aparecer tanto no litoral quanto no interior do continente.
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4) Durante a Baixa Idade Média ocorreu em Portugal a denominada Revolução de Avis (1383-1385), que resultou em uma mudança dinástica, cuja principal consequência foi:

Durante a Baixa Idade Média ocorreu em Portugal a denominada Revolução de Avis (1383-1385), que resultou em uma mudança dinástica, cuja principal consequência foi:
  • A) o enfraquecimento do poder monárquico diante das pressões localistas que ainda sobreviviam nas pequenas circunscrições territoriais do Reino.
  • B) o surgimento de uma burguesia industrial cosmopolita e afinada com a mentalidade capitalista que se instaura na Europa.
  • C) o início das grandes navegações marítimas, que resultaram no descobrimento da América e no reconhecimento da Oceania pelos lusitanos.
  • D) o início do processo de expansão ultramarina, que levaria às conquistas no Oriente, além da ocupação e do desenvolvimento econômico da América portuguesa.
  • E) o surgimento de uma aristocracia completamente independente do Estado, que tinha como projeto político mais relevante a expansão do ideal cruzadista.
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A alternativa correta é letra D

Após a Revolução de Avis, Portugal passou a se dedicar ao comércio ultramarino, colonizando parte do território americano. O poder monárquico português se fortaleceu; o país não teve uma burguesia industrial forte; Portugal não "descobriu" a América; e não existiu uma aristocracia forte em oposição ao Estado monárquico. A opção correta é a D.

5) Algumas décadas depois da chegada de Cabral à América, os portugueses viram-se na necessidade de efetivar a ocupação das suas descobertas territoriais. Sobre o processo de colonização implementado pelos lusitanos na América, podemos afirmar que:

 
  • A) Foi viabilizado pela descoberta de ouro e diamantes no interior, particularmente, em terras hoje pertencentes aos Estados de Minas Gerais e Goiás.
  • B) Teve, no cultivo da cana para a fabricação de açúcar a ser comercializado no mercado europeu e na utilização do trabalho escravo, fatores centrais.
  • C) Tiveram, na exploração do pau-brasil, na utilização da mão-de-obra africana e na criação de um sistema colonial centrado na vida urbana, elementos vitais para o sucesso inicial do empreendimento colonial.
  • D) Teve, na Coroa Espanhola e nos mercadores da Nova Lusitânia, parceiros vitais para o êxito do empreendimento.
  • E) Só foi efetivamente viabilizado com a unificação da Península Ibérica em 1580.
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A alternativa correta é letra B

 É sábido que o projeto relacionado ao cultivo da cana-de-açúcar e produção do açúcar só foi possível pela utilização de mão-de-obra escrava, o que caracteriza o sistema de colonização empreendido por Portugal, situação expressa na alternativa B.
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6) No processo de ocupação portuguesa do atual território do Brasil, as primeiras três décadas que se seguiram à passagem da armada de Cabral podem ser caracterizadas como um período em que

  • A) Portugal não se dedicou regularmente à sua colonização, pois estava voltado prioritariamente para a busca de riquezas no Oriente.
  • B) prevaleceram as atividades extrativistas, que tinham por principal foco a busca e a exploração de ouro nas regiões centrais da colônia.
  • C) Portugal estabeleceu rotas regulares de comunicação, interessado na imediata exploração agrícola das férteis terras que a colônia oferecia.
  • D) prevaleceram as disputas pela colônia com outros países europeus e sucessivos episódios de invasão holandesa e francesa no litoral brasileiro.
  • E) Portugal implantou fortificações ao longo do litoral e empenhou-se em estender seus domínios em direção ao sul, chegando até a região do Prata.
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A alternativa correta é letra A

O período abordado pela questão (1500 a 1530) representa o período "Pré-Colonial". Nessa época, Portugal estava com o foco no comércio com as Índias, fazendo com que não colonizasse o Brasil. Foram feitas em terras brasileiras, nos anos citados, apenas expedições esporádicas para a exploração do pau-brasil e para proteção da terra. Assim, concluímos que a alternativa correta é a A, em que se afirma o interesse de Portugal nas riquezas do Oriente, não se dedicando regularmente à colonização do Brasil. 

7) A História e Literatura têm trazido contribuições importantes para compreensão do desenvolvimento das civilizações. Leia o poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa, e assinale a afirmativa CORRETA de acordo com o texto.

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lagrimas de Portugal!
Por te cruzarmos quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
 
  • A) Refere-se à expansão marítima portuguesa durante os séculos XV e XVI, ampliando a esfera política e geográfica do mundo conhecido.
  • B) Explica o mito fundador da colonização do novo mundo a partir da imposição da Coroa Portuguesa e de seus aliados espanhóis.
  • C) Trata-se de uma interpretação idealista da expansão marítima portuguesa, criada a partir das ideias mercantilistas inglesas e francesas do século XIX.
  • D) Critica o modelo histórico que explica o processo de colonização portuguesa em função da mudança do eixo Atlântico para o Mediterrâneo.
  • E) Expressa a frustração da nação portuguesa diante dos fracassos marítimos ocorridos diante das dificuldades inerentes à expansão marítima.
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A alternativa correta é letra A

 A partir das Grandes Navegações, Portugal se lançou ao sonho de constituir-se um Império Ultramarino, como de fato conseguiu. Entretanto, Fernando Pessoa bem recorda quantos morreram para que Portugal conseguisse expandir seus domínios. As técnicas de navegação dos séculos XV e XVI não eram das melhores, assim, nem é preciso dizer da precariedade das condições dos marinheiros durante as viagens e da segurança dentro das embarcações e mesmo quando chegavam em novas terras, quanta hostilidade poderiam encontrar. Essa expansão marítima portuguesa veio a ampliar a esfera política e geográfica do mundo conhecido, como bem explica a alternativa a.
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8) Deve-se notar que a ênfase dada à faceta cruzadística da expansão portuguesa não implica, de modo algum, que os interesses comerciais estivessem dela ausentes — como tampouco o haviam estado das cruzadas do Levante, em boa parte manejadas e financiadas pela burguesia das repúblicas marítimas da Itália. Tão mesclados andavam os desejos de dilatar o território cristão com as aspirações por lucro mercantil que, na sua oração de obediência ao pontífice romano, D. João II não hesitava em mencionar entre os serviços prestados por Portugal à cristandade o trato do ouro da Mina, “comércio tão santo, tão seguro e tão ativo” que o nome do Salvador, “nunca antes nem de ouvir dizer conhecido”, ressoava agora nas plagas africanas…

Luiz Felipe Thomaz, “ D. Manuel, a Índia e o Brasil” . Revista
de História (USP), 161, 2.° Semestre de 2009, p.16-17. Adaptado.
 
Com base na afirmação do autor, pode-se dizer que a expansão portuguesa dos séculos XV e XVI foi um empreendimento
  • A) puramente religioso, bem diferente das cruzadas dos séculos anteriores, já que essas eram, na realidade, grandes empresas comerciais financiadas pela burguesia italiana.
  • B) ao mesmo tempo religioso e comercial, já que era comum, à época, a concepção de que a expansão da cristandade servia à expansão econômica e vice-versa.
  • C) por meio do qual os desejos por expansão territorial portuguesa, dilatação da fé cristã e conquista de novos mercados para a economia europeia mostrar-se-iam incompatíveis.
  • D) militar, assim como as cruzadas dos séculos anteriores, e no qual objetivos econômicos e religiosos surgiriam como complemento apenas ocasional.
  • E) que visava, exclusivamente, lucrar com o comércio intercontinental, a despeito de, oficialmente, autori­dades políticas e religiosas afirmarem que seu único objetivo era a expansão da fé cristã.
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A alternativa correta é letra B

Interesses econômicos e religiosos mesclavam-se nas justificativas portuguesas para a expansão promovida nos séculos XV e XVI. Econômicos, pois a exploração das novas terras seria uma imensa fonte de renda, fator importantíssimo se pensarmos no contexto da economia Mercantilista do período – a quantidade de metais acumulados poderia determinar a riqueza de um Estado. Religiosos, pois a disseminação da fé cristã possuía, de fato, grande importância na concepção daqueles chefes de Estado, o que fica explícito com a vinda de jesuítas para a América Portuguesa durante o período da exploração colonial.

9) Quando o tráfico atlântico de escravos começou a dizimar o Kongo, reinava nesta nação um ManiKongo chamado  Nzinga Mbemba Affonso, que subira ao trono em 1506 e nele se manteve, com o nome de Affonso I, durante cerca de quarenta anos. A vida de Affonso abarcou um período crucial. Quando ele nasceu, ninguém ali sabia da existência dos europeus. Quando ele morreu, todo o seu reino perigava, ameaçado pela febre da venda de escravos que eles haviam provocado.

Adam Hochschild. O fantasma do rei Leopoldo, 1999. Adaptado
 
No reino do Kongo, assim como na África Atlântica em geral, antes da chegada dos portugueses,
  • A) havia numerosas comunidades agrícolas, baseadas no igualitarismo de tradição islâmica e dos povos do deserto.
  • B) preponderava, essencialmente, a agroexportação, baseada nas relações servis de produção e direcionada para o norte do continente.
  • C) predominava o trabalho livre no campo e na cidade, excetuando-se os trabalhadores estrangeiros, sempre escravos.
  • D) existia a escravidão, como a de linhagem, parentesco ou outras formas, mas não fazia parte de um sistema mercantil.
  • E) praticava-se principalmente a servidão voluntária, na qual os homens buscavam proteção junto aos senhores de terra.
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A alternativa correta é letra D

Os portugueses foram responsáveis pelo tráfico de escravos entre a África e a América, porém, a escravidão dos africanos já havia antes mesmo da chegada dos portugueses. Tal atividade fazia parte da cultura africana, no entanto, os escravos não representavam uma mercadoria. Portanto, a resposta correta é a alternativa D.
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10) Em carta ao rei D. Manuel, Pero Vaz de Caminha narrou os primeiros contatos entre os indígenas e os portugueses no Brasil: “Quando eles vieram, o capitão estava com um colar de ouro muito grande ao pescoço. Um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. Outro viu umas contas de rosário, brancas, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dissesse que dariam ouro por aquilo. Isto nós tomávamos nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e o colar, isto nós não queríamos entender, porque não havíamos de dar-lhe!”

(Adaptado de Leonardo Arroyo,  A carta de Pero Vaz de Caminha. São Paulo: Melhoramentos;  Rio de Janeiro: INL, 1971, p. 72-74.)
 
Esse trecho da carta de Caminha nos permite concluir que
o contato entre as culturas indígena e europeia foi 
  • A) favorecido pelo interesse que ambas as partes demonstravam em realizar transações comerciais: os indígenas se integrariam ao sistema de colonização, abastecendo as feitorias, voltadas ao comércio do pau-brasil, e se miscigenando com os colonizadores.
  • B) guiado pelo interesse dos descobridores em explorar a nova terra, principalmente por meio da extração de riquezas, interesse que se colocava acima da compreensão da cultura dos indígenas, que seria quase dizimada junto com essa população.
  • C) facilitado pela docilidade dos indígenas, que se associaram aos descobridores na exploração da nova terra, viabilizando um sistema colonial cuja base era a escravização dos povos nativos, o que levaria à destruição da sua cultura.
  • D) marcado pela necessidade dos colonizadores de obterem matéria-prima para suas indústrias e ampliarem o mercado consumidor para sua produção industrial, o que levou à busca por colônias e à integração cultural das populações nativas.
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A alternativa correta é letra B

A colonização portuguesa na América buscou logo em princípio riquezas como pedras e metais preciosos, conforme os interesses mercantilistas e de acumulação primitiva. Caminha deixa claro no trecho que os exploradores buscavam ouro e que interpretaram como queriam os gestos dos índios. O que se deu não foi uma troca pacífica de mercadorias, mas a exploração da terra e do trabalho indígena, causando o extermínio de muitos povos e culturas. 
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