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O trabalho é incessante. Aqui uma chusma [grupo] de pretos, seminus, cada qual levando à cabeça seu saco de café, e conduzidos à frente por um que dança e canta ao ritmo do chocalho ou batendo dois ferros um contra o outro, na cadência de monótonas estrofes a que todos fazem eco; dois mais carregam no ombro pesado tonel de vinho […], entoando a cada passo
melancólica cantilena; além, um segundo grupo transporta fardos de sal, sem mais roupa que uma tanga e, indiferentes ao peso como ao calor, apostam corrida gritando a pleno pulmão. Acorrentados uns aos outros, aparecem seis outros com balde d´água à cabeça. São criminosos empregados em trabalhos públicos, também vão cantando em cadência…
(Ernest Ebel. O Rio de Janeiro e seus arredores em 1824.)
O texto, escrito pelo viajante Ernest Ebel, exprime:
- A) a presença de um número significativo de negros na sociedade brasileira da época e as tarefas cotidianas que, como escravos, eram obrigados a realizar.
- B) o estado de rebelião dos escravos brasileiros, coagidos a um trabalho extenuante sob os olhos dos senhores e permanentemente acorrentados.
- C) uma visão positiva e otimista da sociedade dos trópicos, em que o trabalho é acompanhado pela música e pela dança.
- D) o ritmo do trabalho urbano determinado pelas imposições do processo de industrialização que se iniciava na cidade do Rio de Janeiro.
- E) a ineficácia da mão-de-obra escrava no trabalho urbano, quando comparada com a produtividade do trabalho assalariado.
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Resposta:
A alternativa correta é letra A
Os "negros da terra" e índios foram os primeiros escravizados no Brasil. Posteriormente, com a produção canavieira, na primeira metade do século XIX, os portugueses passaram a utilizar mão de obra africana.O texto de Ernest Ebel faz menção a um considerável número de escravos negros que exerceram diversas funções, como o trabalho nas fazendas de café. Estes escravos eram trazidos das colônias africanas e foram base para a economia agroexportadora da colônia brasileira até o fim da escravidão no Brasil, em 1888.
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