O Psicodiagnóstico é um processo que tem como objetivo identificar forças e fraquezas no funcionamento psíquico, com um foco na existência ou não de psicopatologia. Desse modo,
- A) antes de iniciar o processo diagnóstico, o psicólogo precisa entender as razões do encaminhamento para que possa responder às especificidades da solicitação e demanda.
- B) o aspecto preventivo é colocado em questão, já que a solicitação de um psicodiagnóstico tem como objetivo a nomeação da disfunção já existente.
- C) nem sempre será necessário traçar um plano de avaliação, uma vez que as hipóteses iniciais podem estar obscuras.
- D) no diagnóstico interventivo a entrevista devolutiva tem o intuito de informar o paciente sobre os resultados obtidos com a avaliação, como acontece nos trabalhos de psicodiagnósticos tradicionais.
- E) há uma limitação temporal dos resultados, pois as técnicas e métodos se renovam e invalidam as conclusões anteriores.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) antes de iniciar o processo diagnóstico, o psicólogo precisa entender as razões do encaminhamento para que possa responder às especificidades da solicitação e demanda.
Considere o enunciado:
O Psicodiagnóstico é um processo que tem como objetivo identificar forças e fraquezas no funcionamento psíquico, com um foco na existência ou não de psicopatologia. Desse modo,
Vamos a análise das alternativas.
a) antes de iniciar o processo diagnóstico, o psicólogo precisa entender as razões do encaminhamento para que possa responder às especificidades da solicitação e demanda.
CERTO. O encaminhamento é praticamente o preâmbulo do processo diagnóstico. Quando o psicólogo pondera os motivos que direcionaram o paciente, tem início o delineamento de prováveis rumos (mesmo que provisórios) na construção do procedimento.
Segundo Cunha (2005):
“Geralmente, temos um ponto de partida, que é o encaminhamento. Qualquer pessoa que encaminha um paciente o faz sob a pressuposição de que ele apresenta problemas que têm uma explicação psicológica.” (p. 105)
b) o aspecto preventivo é colocado em questão, já que a solicitação de um psicodiagnóstico tem como objetivo a nomeação da disfunção já existente.
ERRADO. A solicitação de um psicodiagnóstico tem por finalidade a identificação de forças e fraquezas, considerando a existência OU não de psicopatologia.
c) nem sempre será necessário traçar um plano de avaliação, uma vez que as hipóteses iniciais podem estar obscuras.
ERRADO. Após o esclarecimento das questões iniciais relativas ao encaminhamento, as hipóteses e os objetivos serão definidos, fornecendo condições para que o psicólogo construa um plano de avaliação (geralmente no final da primeira ou segunda entrevista).
Sobre o plano de avaliação, diz Cunha (2005):
“O plano de avaliação consiste em traduzir essas perguntas em termos de técnicas e testes” (108)
d) no diagnóstico interventivo a entrevista devolutiva tem o intuito de informar o paciente sobre os resultados obtidos com a avaliação, como acontece nos trabalhos de psicodiagnósticos tradicionais.
ERRADO. O diagnóstico interventivo se distingue do tradicional por fornecer ao paciente uma proposta de identificação profissional mais consistente. Nesse caso, na entrevista devolutiva, não somente se informa resultados, mas procura-se orientar o paciente, de maneira que seu fluxo de desenvolvimento possa ser mantido, mesmo após a entrevista de devolução.
Segundo Barbieri (2010):
“A realização de devolutivas não tem apenas o intuito de informar o paciente, como acontece no trabalho tradicional, mas de oferecer a ele uma experiência transformadora por meio do vínculo com o psicólogo, que coloque em marcha os seus processos de desenvolvimento.” (511)
e) há uma limitação temporal dos resultados, pois as técnicas e métodos se renovam e invalidam as conclusões anteriores.
ERRADO. Em termos gerais o psicodiagnóstico é um procedimento que se fundamenta em fidedignidade (estabilidade dos resultados), se o quadro sofrer modificações, isto pode estar atrelado a processos dinâmicos, e não por conta da invalidação das conclusões em virtude da instabilidade de técnicas e métodos.
Segundo: Moraes e Jório (2015)
“Cabe ressaltar que este processo é científico e temporal, pois o indivíduo que passa por um psicodiagnóstico está naquele momento apresentando um quadro, mas, devido às mudanças das variáveis ambientais, familiares e pessoais, pode posteriormente mudar de quadro.” (p. 1)
_____________________
Fontes citadas:
Barbieri, V. (2010). Psicodiagnóstico tradicional e interventivo: confronto de paradigmas?. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(3), 505-513.
Cunha, J. A. (2005). Psicodiagnóstico V – 5a edição revisada e ampliada. Porto Alegre: Artes Médicas Sul
Moraes, A. V., & Jório Filho, R. (2015). O Psicodiagnóstico e sua importância na iniciação clínica de estudantes de psicologia. Disponível em http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0868.pdf.
Deixe um comentário