Paulo Dalgalarrondo (2019) afirma que há no processo diagnóstico uma relação dialética permanente entre o particular, individual (aquele paciente específico, aquela pessoa em especial), e o geral, universal (categoria diagnóstica à qual essa pessoa pertence). Os diagnósticos são ideias (construtos), fundamentais para o trabalho clínico e para o conhecimento científico.
Considerando o diagnóstico em psicopatologia, preencha corretamente as lacunas.
A _____________________ de um procedimento diagnóstico (técnica de entrevista padronizada, escala, teste, diferentes entrevistadores, etc.) diz respeito a sua capacidade de produzir, em relação a um mesmo indivíduo ou para pacientes de um mesmo grupo diagnóstico, em circunstâncias diversas, o mesmo diagnóstico.
A _____________________ diz respeito à capacidade de um procedimento diagnóstico conseguir captar, identificar ou medir aquilo que realmente se propõe a reconhecer. A _____________________ de um novo procedimento diagnóstico está relacionada a sua capacidade de detectar com acurácia os casos verdadeiros incluídos na categoria diagnóstica que se visa identificar. Já a _____________________ do procedimento refere-se à capacidade de identificar verdadeiros “não casos” em relação à categoria diagnóstica que se pesquisa.
A sequência que preenche corretamente as lacunas é
- A) identificação / avaliação / terapêutica / prevenção
- B) fidedignidade / precisão / cientificidade / propedêutica
- C) confiabilidade / validade / sensibilidade / especificidade
- D) dimensionalidade / observação / sintomatologia / intervenção
Resposta:
A alternativa correta é letra C) confiabilidade / validade / sensibilidade / especificidade
Gabarito Letra C
Essa afirmativa se refere a confiabilidade, veja:
“Confiabilidade e validade do diagnóstico em psiquiatria. A confiabilidade (reliability) de um procedimento diagnóstico (técnica de entrevista padronizada, escala, teste, diferentes entrevistadores, etc.) diz respeito à capacidade desse procedimento produzir, em relação a um mesmo indivíduo ou para pacientes de um mesmo grupo diagnóstico, em circunstâncias diversas, o mesmo diagnóstico. Ao mudar diferentes aspectos do processo de avaliação (avaliador ou momento de avaliação), o resultado final permanece o mesmo. Assim, quando a avaliação é feita por examinadores distintos (interrater reliability) ou em diferentes momentos (test-retest reliability), obtém-se o mesmo diagnóstico. Temse um indicador de reprodutibilidade do diagnóstico.”
A primeira frase se refere a validade, já a segunda a sensibilidade, e a terceira a especificidade, veja:
“A validade (validity) diz respeito à capacidade de um procedimento diagnóstico conseguir captar, identificar ou medir aquilo que realmente se propõe a reconhecer. Para saber se um novo procedimento diagnóstico é válido, é preciso compará-lo com outro procedimento diagnóstico prévio (“padrão ouro”), que seja bem-aceito e reconhecido como mais acurado, capaz de identificar satisfatoriamente o objeto pesquisado (de certo modo, mais próximo da “verdade”). A sensibilidade de um novo procedimento diagnóstico está relacionada à capacidade desse procedimento de detectar casos verdadeiros incluídos na categoria diagnóstica. Já a especificidade do procedimento refere-se à capacidade de identificar verdadeiros “não-casos” em relação à categoria diagnóstica que se pesquisa. Um procedimento com alta sensibilidade identifica quase todos os casos, mas pode falhar reconhecendo erroneamente um não-caso (falso-positivo) como caso. Outro procedimento com alta especificidade pode ter a qualidade de apenas reconhecer casos verdadeiros, mas pode falhar, deixando de reconhecê-los, considerando-os como não-casos. Obviamente, o ideal de um procedimento diagnóstico é que ele seja confiável (reprodutível), válido (o mais próximo possível da “verdade” diagnóstica), com alta sensibilidade e especificidade.”
Nosso gabarito é Letra C
Referência
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.
Deixe um comentário