Sobre a psicopatologia como ramo da ciência é incorreto afirmar que:
- A) A psicopatologia não possui critérios de valor, nem aceita dogmas a priori.
- B) A psicopatologia tem boa parte de suas raízes na tradição médica, principalmente a partir dos séculos XVIII.
- C) A psicopatologia é um ramo da psiquiatria que serve para justificar a internação asilar de pacientes portadores de transtornos mentais.
- D) A psicopatologia considera que o estado mental das pessoas não são fatos neutros e exteriores às preocupações humanas.
- E) O conceito de normalidade em psicopatologia implica definir o que é saúde e doença.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) A psicopatologia é um ramo da psiquiatria que serve para justificar a internação asilar de pacientes portadores de transtornos mentais.
Gabarito: Letra C
Sobre a psicopatologia como ramo da ciência é incorreto afirmar que:
a) A psicopatologia não possui critérios de valor, nem aceita dogmas a priori.
Certo. Como a psicopatologia é uma ciência, ela não possui critérios de valor, nem aceita dogmas a priori.
b) A psicopatologia tem boa parte de suas raízes na tradição médica, principalmente a partir dos séculos XVIII.
Certo.
“A psicopatologia tem boa parte de suas raízes na tradição médica (na obra dos grandes clínicos e alienistas do passado), que propiciou, nos últimos dois séculos, a observação prolongada e cuidadosa de um grande número de doentes mentais. Em outra vertente, a psicopatologia nutre-se de uma tradição humanística (e.g., a filosofia, a literatura, as artes e a psicanálise) que sempre viu na “alienação mental”, no pathos do sofrimento mental externo, uma possibilidade excepcionalmente rica de conhecimento de dimensões humanas que, sem o fenômeno “doença mental”, permaneceriam desconhecidas”
c) A psicopatologia é um ramo da psiquiatria que serve para justificar a internação asilar de pacientes portadores de transtornos mentais.
Errado. A psicopatologia não se restringe a psiquiatria nem a internação asilar.
d) A psicopatologia considera que o estado mental das pessoas não são fatos neutros e exteriores às preocupações humanas.
Certo.
“Além disso, o comportamento e o estado mental das pessoas não são fatos neutros, exteriores aos interesses e preocupações humanas. Não se fica indiferente perante outros indivíduos, ao lidar com seus comportamentos, sentimentos e outros estados mentais. A classificação de Plutão como planetaanão ou plutoide, asteroide ou cometa, perdendo, enfim, o status de planeta, não afeta nada, ou quase nada, a vida dos seres humanos. Já classificar de normal/anormal ou patológico/saudável alguém cuja orientação do desejo erótico é homossexual ou cuja identidade de gênero é de transgênero afeta marcadamente milhares de pessoas reais, para as quais essas definições interferem diretamente em suas vidas. Assim, o debate sobre normalidade em psicopatologia é um debate vivo, intenso, interessado, repleto de valores (explícitos ou não), com conotações políticas e filosóficas (explícitas ou não) e conceitos que implicam o modo como milhares de pessoas serão situadas em suas vidas na sociedade.”
e) O conceito de normalidade em psicopatologia implica definir o que é saúde e doença.
Certo.
“O conceito de normalidade em psicopatologia também implica a própria definição do que é saúde e doença/transtorno mental. Os próprios termos levantam discussão. No século XIX, usava-se o termo “alienação”, oriundo do direito; no século XX, passou-se a usar o termo “doença mental”; e, nas últimas décadas, com os sistemas diagnósticos Classificação internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID) e Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM) ganhando protagonismo, passou-se a usar o termo “transtorno mental”.”
Nosso gabarito é Letra C
Fonte: Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais [recurso eletrônico] / Paulo Dalgalarrondo. – 3. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019.
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