Fernando tem 33 anos e é dependente químico há dez, sendo o crack sua principal dependência. Após recorrentes tentativas de intervenção, Fernando está há oito meses abstinente. Entretanto, nos últimos meses, de acordo com o relato familiar, ele tem demonstrado comportamentos tidos como inadequados, ou desproporcionais às situações sociais, além das mudanças no conteúdo de suas falas, trazendo aparente dificuldade de diferenciação de fantasia e realidade. Sobre a relação entre as drogas e as doenças mentais, tendo como ilustração o exemplo de caso acima, pode-se afirmar que:
- A) apesar de desconhecidas as causas específicas geradoras de quadros de doenças mentais, entende-se o uso contínuo de drogas como importante fator desencadeante ou gerador de condições psíquicas tidas como patológicas, prejudicando o trânsito entre os mundos interno e externo do sujeito.
- B) o uso contínuo de drogas não possui relação com as doenças mentais, as quais são de origem hereditária em conjunção com as condições ambientais e afetivas, nada tendo haver com reações a substâncias sintéticas.
- C) o uso recorrente de drogas constitui a única causa de desencadeamento de doenças mentais como a esquizofrenia, a qual, não pode ser diagnosticada sem histórico de drogadição do paciente.
- D) a psicopatologia, em específico as esquizofrenias, não podem ser relacionadas ao uso contínuo de drogas uma vez que seu tratamento utiliza-se necessariamente de substâncias de atividade cerebral semelhante ao efeito da maioria das drogas derivadas da coca.
- E) apenas sujeitos com pré-disposições a quadros psicopatológicos evoluem para psicoses, não estando, necessariamente relacionados ao uso contínuo de substâncias entorpecentes, mas sim às condições afetivas do sujeito em análise. Entendendo-se, desta forma, que as drogas não são capazes de contribuir para o desenvolvimento de psicoses nos seres humanos.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) apesar de desconhecidas as causas específicas geradoras de quadros de doenças mentais, entende-se o uso contínuo de drogas como importante fator desencadeante ou gerador de condições psíquicas tidas como patológicas, prejudicando o trânsito entre os mundos interno e externo do sujeito.
O caso de Fernando ilustra a inter-relação entre o uso de drogas e o surgimento de sintomas psicopatológicos. A dependência química, especialmente do crack, impacta significativamente o funcionamento mental e emocional do indivíduo. A abstinência de oito meses sugere um esforço para recuperação, porém, o aparecimento de comportamentos inadequados e dificuldades na diferenciação entre fantasia e realidade são indicativos de possíveis complicações psíquicas decorrentes do uso prolongado de substâncias entorpecentes.
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