Como atesta Gláucia Diniz, ao analisar os paradoxos das relações violentas (In: Fères-Carneiro, 2016), entre os motivos que impedem as mulheres de denunciar a violência física ou psicológica de que são vítimas nas relações conjugais, destaca-se
- A) a falta de uma legislação específica de proteção da mulher contra o cônjuge agressor.
- B) o desejo feminino de assegurar seu sustento por um homem, mesmo que violento.
- C) a valorização, pela mídia, do ideal de mulher forte e autônoma que reage às agressões.
- D) a internalização das prescrições normativas que impedem a mulher de ter voz própria.
- E) o esforço em sustentar relacionamentos recentes e pouco estáveis.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) a internalização das prescrições normativas que impedem a mulher de ter voz própria.
Gláucia Diniz (2016) explica o processo mencionado pela questão:
[...] A esse processo de internalização das prescrições normativas Soihet (1999) denominou violência simbólica - as mulheres não têm um discurso próprio sobre sua identidade. Mulheres vêm, ao longo da história, internalizando os discursos institucionais - do Estado, da Igreja, das ciências, da escola, etc - produzidos sobre elas. A falta de uma voz própria provoca a internalização das prescrições normativas de forma tão intensa que elas se tornam incapazes de questionar esses discursos e de subverter a ordem identitária e a ordem social que eles impõem.
Portanto, um dos motivos que impedem a mulher de denunciar a violência física ou psicológica foi apontado pela ALTERNATIVA D.
Erros das demais opções:
a) a falta de uma legislação específica de proteção da mulher contra o cônjuge agressor.
b) o desejo feminino de assegurar seu sustento por um homem, mesmo que violento.
c) a valorização, pela mídia, do ideal de mulher forte e autônoma que reage às agressões.
e) o esforço em sustentar relacionamentos recentes e pouco estáveis.
Fonte: FÉRES-CARNEIRO, T. Casal e Família – Transmissão, conflito e violência. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2016.
Deixe um comentário