Rovinski (2013), ao discutir a realização de avaliações psicológicas no contexto jurídico, afirma a necessidade, por parte dos psicólogos, de “adaptação de seus procedimentos metodológicos às especificidades de sua atuação”.
Com base nisso, considere as ações abaixo.
I – Enfatizar as intervenções que visem mudanças no comportamento do avaliado, de forma a preservar o contexto terapêutico.
II – Dirigir o foco da avaliação aos achados clínicos que possuam relevância à questão legal.
III – Abordar o problema, foco da avaliação psicológica, ultrapassando a visão particular do sujeito avaliado decorrente da dinâmica de seu mundo interno.
Quais integram adaptações necessárias dos procedimentos metodológicos do psicólogo às especificidades de sua atuação?
- A) Apenas I.
- B) Apenas II.
- C) Apenas III.
- D) Apenas II e III.
- E) I, II e III.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) Apenas II e III.
Rovinski (2013), ao discutir a realização de avaliações psicológicas no contexto jurídico, afirma a necessidade, por parte dos psicólogos, de “adaptação de seus procedimentos metodológicos às especificidades de sua atuação”.
Com base nisso, considere as ações abaixo.
A questão pode ser respondida com o seguinte texto:
"A realização de avaliações psicológicas no contexto jurídico exige, por parte dos psicólogos, adaptação de seus procedimentos metodológicos às especificidades de sua atuação. A avaliação forense, mais especificamente, quando exercida como atividade pericial, diferencia-se em muitos aspectos daquela realizada no contexto clínico. A não diferenciação de tais padrões de avaliação acaba por gerar conflitos de papéis e, consequentemente, condutas antiéticas.
(...)
Enquanto na avaliação clínica o objetivo prioritário é o diagnóstico e a compreensão do mundo interno do paciente, na avaliação forense o resultado final deve ultrapassar tais dados, de forma a associar os achados clínicos com os construtos legais que a eles estão relacionados. O diagnóstico e a possível necessidade de tratamento são elementos importantes para a compreensão do caso, mas não a resposta final do trabalho do perito.
(...)
Melton e colaboradores (1997) consideram esta mudança de foco como o maior desafio para os profissionais acostumados à área terapêutica. A própria formação acadêmica dos psicólogos reforça a visão clínica e leva muitos profissionais, durante o processo de avaliação forense, a fazer intervenções que procuram gerar mudanças no avaliando, com enfoque terapêutico. Tais procedimentos não só serão limitados em seus efeitos, por estarem em um contexto impróprio ao seu uso, como impedirão a possibilidade de construir um conjunto de dados consistentes para fundamentar suas conclusões, criando situações de conflito ético de difícil solução, principalmente quanto ao nível de confidencialidade.
(...)
Quanto à metodologia de trabalho nas avaliações realizadas no contexto jurídico, o aspecto mais importante é a preocupação que o psicólogo necessita ter com a validade das informações que recebe. No contexto clínico, as distorções das informações relacionam- se basicamente a fatores como timidez ou falta de consciência do paciente em relação aos seus problemas. No contexto jurídico, além desses fatores, podem ser relacionados outros que decorrem dos interesses envolvidos no processo judicial. O periciado pode estar preocupado com a influência do resultado da avaliação na garantia de seus direitos ou, simplesmente, pode sentir-se contrariado com a intromissão em sua autonomia ou em sua vida privada, que de outra forma não seria analisada.
Por outro lado, se no contexto clínico a avaliação fica essencialmente voltada à visão particular do paciente (mundo interno) que será, posteriormente, o foco do tratamento terapêutico, no contexto jurídico a compreensão do problema deve ultrapassar esta visão particular do sujeito avaliado."
Fonte: "A avaliação psicológica no contexto jurídico" (Rovinski)
Com isso, podemos identificar as afirmativas verdadeiras e as falsas.
I - Enfatizar as intervenções que visem mudanças no comportamento do avaliado, de forma a preservar o contexto terapêutico.
II - Dirigir o foco da avaliação aos achados clínicos que possuam relevância à questão legal.
III - Abordar o problema, foco da avaliação psicológica, ultrapassando a visão particular do sujeito avaliado decorrente da dinâmica de seu mundo interno.
Portanto, estão corretas as afirmativas II e III. Encontramos a resposta na Letra D.
Quais integram adaptações necessárias dos procedimentos metodológicos do psicólogo às especificidades de sua atuação?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
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