Sidney Shine no livro Avaliação Psicológica e Lei escreve que “A avaliação psicológica em contexto forense ou jurídico precisa ser reconhecida pelo que ela é: uma modalidade específica de avaliação com características intrínsecas ao seu objeto e objetivo”. Em comparação com a avaliação psicológica no contexto clínico, a especificidade da avaliação psicológica no contexto jurídico é determinada pelo (a):
- A) uso de testes psicológicos projetivos e pela realização de entrevistas com parentes ou pessoas próximas do sujeito sob avaliação;
- B) produção de um registro documental decorrente da avaliação realizada;
- C) implicação de um terceiro na relação de trabalho entre o psicólogo e o sujeito;
- D) busca voluntária pela avaliação psicodiagnóstica;
- E) desinteresse do sujeito na determinação do resultado da avaliação.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) implicação de um terceiro na relação de trabalho entre o psicólogo e o sujeito;
Análise das alternativas:
a) Incorreta. O uso de testes psicológicos projetivos e a realização de entrevistas com parentes ou pessoas próximas do sujeito sob avaliação são técnicas válidas tanto no contexto clínico quanto no contexto forense.
b) Incorreta. Ambos os contextos, clínico e forense, exigem a produção de um registro documental decorrente da avaliação realizada.
c) Correta. A avaliação psicológica em contexto forense ou jurídico é uma relação de trabalho que opõe dois sujeitos, mas que implica um terceiro - o operador do Direito. Isso coloca a questão do que ele fará com a informação que o profissional-perito fizer chegar em suas mãos. Portanto, a especificidade da avaliação psicológica no contexto jurídico é determinada pela implicação de um terceiro na relação de trabalho entre o psicólogo e o sujeito
d) Incorreta. Pelo contrário, no contexto jurídico a realização da avaliação psicológica não acontece por vontade do sujeito avaliado, mas por demanda do operador do Direito para que alguns pontos sejam esclarecidos sobre o caso. No contexto clínico, sim, pode haver uma busca voluntária pela avaliação psicológica, já que existe uma convergência de interesses entre a demanda e a motivação do sujeito para a ação do profissional.
e) Incorreta. No contexto jurídico, o sujeito avaliado fará tudo para que o psicólogo seja o intermediário de uma boa resposta ao destinatário último (operador do Direito) da informação relevante, ou seja, não há desinteresse do sujeito na determinação do resultado da avaliação.
Fonte: SHINE, Sidney. Avaliação psicológica e lei: adoção, vitimização, separação conjugal, dano psíquico e outros temas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.
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