Em Homossexualidade e Adoção (2007), Uziel destaca que os novos modelos de família não são absorvidos pelos profissionais da justiça, que ainda fazem referência ao modelo biológico. Daí decorre o medo em relação à adoção por homossexuais ou lésbicas que, por sua vez, põem em questão a adequação ilusória entre procriação e parentesco. A reticência de tais profissionais deve-se a diversos preconceitos, já derrubados por pesquisas. Ao contrário dos preconceitos predominantes na área, os estudos comparativos atestam que:
I – Não existem diferenças significativas na escolha de objeto sexual tanto por parte de filhos de casais homossexuais quanto de heterossexuais.
II – Existem outros elementos importantes na vida das crianças, entre os quais, a tranquilidade, que varia em função do tipo e do grau de atrito entre os pais, sejam homossexuais ou heterossexuais.
III – Não há tendência a se reconhecer na parceira da mãe a figura do “pai”, mas outra mãe ou uma irmã mais velha.
IV – Mães homossexuais se empenham para que seus filhos tenham contatos sociais variados.
V – Entre gays e lésbicas é mais costumeiro contar com o apoio de amigos que entre heterossexuais.
Está correto o que se afirma em:
- A) somente I, II e III;
- B) somente I, II, III e IV;
- C) somente I, II, IV e V;
- D) somente II, III, IV e V;
- E) I, II, III, IV e V.
Resposta:
A alternativa correta é letra E) I, II, III, IV e V.
Análise dos itens, de acordo com trecho selecionados do livro:
I - Não existem diferenças significativas na escolha de objeto sexual tanto por parte de filhos de casais homossexuais quanto de heterossexuais.
Estudos comparativos entre crianças que conviviam diariamente com apenas um dos genitores, hetero e homossexuais, não evidenciaram diferenças significativas no que tange à escolha de objeto sexual por parte dos filhos, o mesmo tendo sido observado em pesquisas dos anos 90 (Sullivan, 1995).
II - Existem outros elementos importantes na vida das crianças, entre os quais, a tranquilidade, que varia em função do tipo e do grau de atrito entre os pais, sejam homossexuais ou heterossexuais.
Outros grupos de crianças que conviviam apenas com a mãe, lésbica ou heterossexual, foram comparados sem diferenças significativas, a não ser um fator comum que chamou a atenção: a tranquilidade das crianças variava em função do tipo e do grau de atrito entre os pais.
III - Não há tendência a se reconhecer na parceira da mãe a figura do “pai”, mas outra mãe ou uma irmã mais velha.
Um dado interessante também apontado por pesquisas da época - e que pode contribuir no sentido de atenuar as fantasisas dos que temem pelos possíveis danos causados a crianças que convivem com pais homossexuais - é que não há uma tendência a se reconhcer na parceira da mãe a figura do pai, mas uma outra mãe, uma irmã mais velha.
IV - Mães homossexuais se empenham para que seus filhos tenham contatos sociais variados.
Pesquisas indicam, contrariando também as imagens sobre as famílias homossexuais, que mães homossexuais se empenham para que seus filhos tenham contatos sociais variados.
V - Entre gays e lésbicas é mais costumeiro contar com o apoio de amigos que entre heterossexuais.
A afirmação foi transcrita de forma idêntica ao livro. Para acrescentar:
Em relação ao desenvolvimento psicossexual referente à identidade de gênero, ao comportamento conforme o sexo e à orientação sexual, não houve nenhuma alteração em relação aos padrões heterossexuais.
Considerando os trechos selecionados do livro, constatamos que todos os itens estão corretos.
Fonte: UZIEL, A.P. Homossexualidade e Adoção. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.
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