“De acordo com o Relatório Mundial sobre Violência e Saúde, em 48 pesquisas realizadas com populações de todo o mundo, de 10% a 69% das mulheres relataram ter sofrido agressão física por um parceiro íntimo em alguma ocasião de sua vida”. (Organização Mundial de Saúde. Relatório mundial sobre violência e saúde apud MORGADO, Rosana. Mulheres em situação de violência doméstica In Brandão, Eduardo & Gonçalves, Hebe. Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: Nau, 2011).
São fatores que se articulam ao fenômeno da violência contra a mulher:
- A) a responsabilidade da mulher que não rompe o relacionamento com o agressor, a baixa autoestima das mulheres e a banalização da violência doméstica;
- B) a dependência econômica das mulheres, a existência de filhos que necessitam do pai e a falta de assistência de uma rede de assistência às vítimas;
- C) a convivência prolongada com relações de violência, a legitimação social para sua perpetuação e a formação de uma identidade de gênero subordinada;
- D) a ausência de políticas públicas articuladas sobre o tema, o temor pelo perigo real de morte na ruptura e a conivência das próprias vítimas;
- E) a complacência social com o fenômeno, os baixos índices de punição dos acusados e o empoderamento das vítimas pela proteção recebida de suas famílias consanguíneas.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) a convivência prolongada com relações de violência, a legitimação social para sua perpetuação e a formação de uma identidade de gênero subordinada;
Análise das alternativas:
a) a responsabilidade da mulher que não rompe o relacionamento com o agressor, a baixa autoestima das mulheres e a banalização da violência doméstica;
INCORRETA. A banalização da violência doméstica é consequência dos fatores que se articulam ao fenômeno.
b) a dependência econômica das mulheres, a existência de filhos que necessitam do pai e a falta de assistência de uma rede de assistência às vítimas;
INCORRETA. A mulher que sofre de violência doméstica pode ser atendida pela Delegacia da Mulher e protegida pela Lei Maria da Penha.
c) a convivência prolongada com relações de violência, a legitimação social para sua perpetuação e a formação de uma identidade de gênero subordinada;
CORRETA. Segundo Morgado (2005), A convivência prolongada com relações de violência, a legitimação social para sua perpetuação e a formação de uma identidade de gênero subordinada conformam um campo propício para a internalização da banalização da violência sofrida, direta e indiretamente
d) a ausência de políticas públicas articuladas sobre o tema, o temor pelo perigo real de morte na ruptura e a conivência das próprias vítimas;
INCORRETA. A lei Maria da Penha cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Portanto, há políticas públicas articuladas sobre o tema.
e) a complacência social com o fenômeno, os baixos índices de punição dos acusados e o empoderamento das vítimas pela proteção recebida de suas famílias consanguíneas.
INCORRETA. O empoderamento das vítimas é uma ação desejável e eficaz para combater a violência contra a mulher. Logo, não é considerado com fator da violência doméstica.
Fonte: MORGADO, R. Mulheres em situação de violência doméstica: limites e possibilidades de enfrentamento. In: Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: NAU, 2005.
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