Com o advento das sociedades disciplinares, a prisão desponta como sendo a punição por excelência. Contudo, o projeto da técnica corretiva que acompanhou a lógica da detenção punitiva é simultâneo à crítica da prisão e de seus métodos. Assim, segundo Foucault, a promessa de regenerar o apenado através do encarceramento corresponde a uma utopia fracassada, haja vista a prisão:
- A) reduzir a criminalidade sem modificar a desigualdade social;
- B) ficar subordinada à autoridade da figura do juiz penal;
- C) objetivar a delinquência e consolidá-la no fluxo das ilegalidades;
- D) combater o tráfico de drogas e reduzir a prostituição;
- E) atender aos anseios da classe burguesa frente ao proletariado.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) objetivar a delinquência e consolidá-la no fluxo das ilegalidades;
Segundo Foucault (1975)
O atestado de que a prisão fracassa em reduzir os crimes deve talvez ser substituído pela hipótese de que a prisão conseguiu muito bem produzir a delinquência, tipo especificado, forma política ou economicamente menos perigosa de ilegalidade; produzir os delinquentes, meio aparentemente marginalizado mas centralmente controlado; produzir o delinquente como sujeito patologizado. [...] Ora, esse processo de constituição da delinquência se une à operação política que dissocia as ilegalidade e delas isola a delinquência. A prisão é o elo desses dois mecanismos; permite-lhes reforçarem perpetuamente um ao outro, objetivar a delinquência por trás da infração, consolidar a delinquência no movimento das ilegalidades.
Com base no trecho acima, conseguimos concluir que, segundo Foucault, a promessa de regenerar o apenado através do encarceramento corresponde a uma utopia fracassada, haja vista a prisão: objetivar a delinquência e consolidá-la no fluxo das ilegalidades;
As outras alternativas não correspondem à postura de Foucault com relação à prisão. Por isso, podemos eliminá-las. É importante observarmos que o autor tem uma postura crítica com relação ao sistema prisional.
Fonte: FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Leya, 1975.
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