“Eles não têm coração… eles não têm coração…” 8/2/2007. É esse o som que se repete em todos os noticiários. A voz de uma mãe que perdeu o filho de seis anos, vítima de violência cometida por adolescentes, no Rio de Janeiro. É um clamor que se repete em nossas mentes. Talvez eles realmente não tenham coração, talvez já tenham perdido. Ou será que esses corações sequer chegaram a ser formados no peito de jovens que experimentaram todas as formas de exclusão e discriminação?
Silvana Cella e Dulce Camargo. Trabalho pedagógico com adolescentes em
conflito com a lei: feições da exclusão/inclusão. Educação e Sociedade. 30 (106), 2009, p. 281-99 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o item que se segue, a respeito da violência na infância e na adolescência.
O indivíduo que viola normas sociais, como no caso do adolescente em conflito com a lei, é reflexo de uma história de vida exposta a graves fatores de risco familiares.
- A) Certo
- B) Errado
Resposta:
A alternativa correta é letra B) Errado
ITEM ERRADO
É preciso ter cuidado com afirmações categóricas que desconsideram a complexidade do tema abordado.
Os fatores de risco familiares podem exercer influência para o desenvolvimento de condutas ilícitas pelo adolescente, no entanto, isso pode não acontecer ou até mesmo outros fatores podem interferir no processo.
Nardi e Dell'aglio (2012), em artigo sobre adolescentes em conflito com a lei, discorrem sobre as percepções sobre as famílias desse jovens e complementam:
[...] cabe ressaltar que valores presentes na cultura também contribuem para o cenário da infração juvenil. [...] aspectos sociais também estão presentes na origem e manutenção do comportamento antissocial (Shoemaker, 2000). [...] Através da cultura, o indivíduo aprende os valores estimulados, as regras existentes e as crenças que permeiam o grupo, adaptando-se ao ambiente em que vive (Tudge, 2008).
Fonte: NARDI, Fernanda Lüdke; DELL'AGLIO, Débora Dalbosco. Adolescentes em conflito com a lei: percepções sobre a família. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, v. 28, n. 2, p. 181-192, June 2012.
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