De modo geral, o Poder de Polícia é a atividade da Administração Pública de restringir ou condicionar o exercício de direitos individuais (liberdade e propriedade) em benefício da coletividade. De acordo com a melhor doutrina, quais são os atributos desse poder?
- A) Discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.
- B) Autoexecutoriedade, regulamentação e discricionariedade.
- C) Coercibilidade, hierarquia e vinculação.
- D) Disciplina, autoexecutoriedade e regulamentação.
- E) Coercibilidade, discricionariedade e disciplina.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) Discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.
Gabarito: letra A.
A doutrina majoritária entende que os atributos do poder de polícia são: 1) discricionariedade, 2) autoexecutoriedade e 3) coercibilidade.
Vejamos o conceito de cada atributo, na lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
1) Discricionariedade: consiste na liberdade de escolha da autoridade pública sobre a conveniência e oportunidade do exercício do poder de polícia. No entanto, embora a discricionariedade dos atos de polícia seja a regra, em algumas situações o exercício do poder de polícia é vinculado, não deixando margem para que a autoridade responsável possa fazer qualquer tipo de opção.
2) Autoexecutoriedade: nas palavras de Hely Lopes Meirelles, o atributo da autoexecutoriedade consiste na “faculdade de a Administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do Judiciário”. Por exemplo, se um estabelecimento comercial estiver vendendo alimentos deteriorados, o Poder Público poderá apreendê-los e incinerá-los, não necessitando para tanto de qualquer ordem judicial. Entretanto, tal fato obviamente não impede o particular, que se sentir prejudicado pelo excesso ou desvio de poder, de recorrer ao Poder Judiciário para fazer cessar o ato de polícia abusivo.
3) Coercibilidade: é o atributo do poder de polícia que faz com que o ato seja imposto ao particular, independentemente de sua concordância. Em outras palavras, o ato de polícia, como manifestação do ius imperii estatal, não depende da concordância do particular para que seja válido e eficaz. A coercibilidade é indissociável da autoexecutoridade, e o ato de polícia só é autoexecutável porque dotado de força coercitiva.
(Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 239 a 242)
Partindo-se dessas premissas, julguemos as alternativas:
a) Discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade. – certa.
Realmente, conforme exposto acima, são esses os atributos do poder de polícia, pelo que correta a alternativa.
b) Autoexecutoriedade, regulamentação e discricionariedade. – errada.
Regulamentação não é atributo do poder de polícia.
c) Coercibilidade, hierarquia e vinculação. – errada.
Como visto, hierarquia e vinculação não são atributos do poder de polícia, pelo que incorreta.
d) Disciplina, autoexecutoriedade e regulamentação. – errada.
Disciplina e regulamentação não são atributos do poder de polícia.
e) Coercibilidade, discricionariedade e disciplina. – errada.
Mais uma vez, disciplina não é atributo do poder de polícia.
Deixe um comentário