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Duas bactérias vivas, uma com cápsula (A) e outra sem cápsula (B), são adicionadas em um tubo de ensaio rico em nutrientes. Após alguns dias de crescimento, uma amostra observada ao microscópio aponta somente a existência de bactérias com cápsula.

 

Considerando mecanismos de recombinação genética bacterianos, é possível que:

Resposta:

A alternativa correta é letra D) a bactéria A tenha transferido o gene da cápsula para a bactéria B por conjugação genética.

Gabarito da banca: Letra D

Entendimento: Letra D


Acompanhe minha análise:

 

a)  a bactéria B tenha morrido devido à competição com a bactéria A por nutrientes.

ERRADA. Atente-se para o comando da questão: "considerando mecanismos de recombinação genética bacterianos". O examinador se refere a mecanismo de recombinação genética. A competição é um conceito ecológico, e não um mecanismo de recombinação genética. Por isso, a alternativa está errada. Veja o esquema (p. 208):

Referência: MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.


b)  a bactéria A tenha morrido e teve o gene da cápsula absorvido pela bactéria B, por transformação genética.

ERRADA. A transformação bacteriana é a absorção e a posterior incorporação de fragmentos de DNA dispersos no meio ambiente, oriundos da lise celular, na maioria dos casos, ou de secreção realizada por bactérias ainda vivas.


c)  a bactéria A tenha sido infectada por um vírus lisogênico, que transferiu o gene da cápsula para a bactéria B.

ERRADA. Note que o enunciado não fala da existência de vírus bacteriano que realiza ciclo lisogênico. Essa alternativa descreve o mecanismo de transdução especializada ou restrita, em que o genoma do bacteriófago é denominado profago (ou provírus) e a cepa que o possui é chamada bactéria lisogênica (geradora de lise ou ruptura). É específica porque está se limita à transferência de alguns genes específicos.


d)  a bactéria A tenha transferido o gene da cápsula para a bactéria B por conjugação genética.

CORRETA. Anote aí:

A microscopia eletrônica mostra que transferências genéticas entre bactérias podem acontecer via contato físico entre as células [...]. O contato é iniciado por uma fina projeção chamada de pilus sexual (plural pili ), que se estende de uma célula (a doadora), anexa-se a outra (a receptora) e reúne as duas células. O material genético pode, então, passar da célula doadora para a receptora por meio de uma fina ponte citoplasmática chamada de tubo de conjugação. Não há transferência recíproca de DNA da célula receptora para a doadora. Esse processo é referido como conjugação bacteriana.

 

Uma vez que o DNA doador esteja dentro da célula receptora, ele pode recombinar com o genoma da célula receptora. Da mesma forma que os cromossomos pareiam, gene a gene, na prófase I da meiose, o DNA doador pode alinhar-se ao lado de seus genes homólogos no receptor para ocorrer o crossing over. Alguns dos genes da célula doadora podem integrar-se no genoma da receptora, alterando a constituição genética da receptora [...]. Quando as células receptoras proliferam, os genes doadores integrados são passados para todas as células descendentes. (p. 262, grifo meu).

Referência: SADAVA, D. et al. Vida: a ciência da biologia. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020. v. 1. Constituintes químicos da vida, células e genética.

 

e)  a bactéria B tenha absorvido o gene da cápsula da bactéria A por transdução genética.

ERRADA. O que diferencia a transdução dos outros mecanismos é que a transdução ocorre com a participação de um bacteriófago ou fago (vírus bacteriano), que funciona como um vetor. Note que o enunciado da questão nada fala sobre a existência de um bacteriófago. Fala apenas de duas bactérias, não fala de vírus bacteriano. Anote aí:

Na transdução, um vírus bacteriano (bacteriófago) transfere o DNA de uma célula para outra. Os vírus podem transferir genes hospedeiros de duas formas. Na primeira, denominada transdução generalizada, o DNA derivado de qualquer região do genoma do hospedeiro é empacotado no interior do vírion maduro, substituindo o genoma viral. Na segunda forma, denominada transdução especializada, o DNA de uma região específica do cromossomo do hospedeiro encontra-se diretamente integrado no genoma viral – geralmente substituindo alguns dos genes virais. Esse processo ocorre apenas com alguns vírus temperados [...] (p. 303, grifo meu).

Referência: MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

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