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De acordo com Muller-Granzotto: “Para uma clínica gestáltica, a intervenção nos comportamentos neuróticos tem um duplo sentido político: por um viés, ela consiste em ajudar o consulente a ir além do seu apego ao passado; mas, por outro, ela se traduz no acolhimento à função política desse apego”. Assinale a alternativa incorreta.

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Resposta:

A alternativa correta é letra B) A repetição de um afeto está antes atrelada ao passado da relação do consulente; muito pouco o analista teria a fazer pelo analisando que não interpretar para este a suposta cena que estaria a repetir.

Gabarito Letra B

De acordo com Muller-Granzotto: “Para uma clínica gestáltica, a intervenção nos comportamentos neuróticos tem um duplo sentido político: por um viés, ela consiste em ajudar o consulente a ir além do seu apego ao passado; mas, por outro, ela se traduz no acolhimento à função política desse apego”. Assinale a alternativa incorreta.
a)  Se é verdade que os afetos vêm do passado, isso não significa que tragam dele o conteúdo que lhes dá sentido, até porque o sentido que se atribui a um afeto, mesmo quando se menciona o passado, é sempre construído no presente.

Certo!

“O questionamento de Lacan, em certa medida, vai ao encontro das críticas que, muito antes, Fritz Perls dirigiu aos seus colegas freudianos, no sentido de pontuar que, em análise, os afetos que enovelam o analista e o analisando não têm relação obrigatória com uma suposta cena que retornaria do passado. Se é verdade que os afetos vêm do passado, isso não significa que tragam dele o conteúdo que lhes dá sentido, até porque, em análise, o sentido que se atribui a um afeto, mesmo quando se menciona o passado, é sempre construído no presente. Dessa maneira, a repetição de um afeto está antes atrelada à atualidade da relação do analista com o analisando, a qual sempre representa uma nova chance para os afetos encontrarem uma destinação na realidade, do que a uma suposição abstrata sobre a ocorrência de uma cena traumática.”


b)  A repetição de um afeto está antes atrelada ao passado da relação do consulente; muito pouco o analista teria a fazer pelo analisando que não interpretar para este a suposta cena que estaria a repetir.

Errado. Essa é uma perspectiva psicanalítica, e não gestáltica.


c)  A terapia consiste em analisar a estrutura interna da experiência concreta: não tanto o que está sendo experienciado, relembrado, feito, dito etc., mas a maneira como o que está sendo relembrado é relembrado, ou como o que é dito é dito.

Certo!

“De acordo com a proposição da "terapia como análise gestáltica" formulada por PHG (1951, p. 46), a

terapia consiste, assim, em analisar a estrutura interna da experiência concreta [que, conforme vimos, diz respeito à função id, especificamente ao excitamento mobilizado pela repetição de um hábito), qualquer que seja o grau de contato desta; não tanto o que está sendo experienciado, relembrado, feito, dito, etc., mas a maneira como o que está sendo relembrado é relembrado, ou como o que é dito é dito, com que expressão facial, tom de voz, sintaxe, postura, afeto, omissão, consideração ou falta de consideração para com a outra pessoa etc. (grifo dos autores)”


d)  Conforme o entendimento de Fritz Perls, se a repetição está apoiada na atualidade da relação, procurando para si uma nova resolução, o trabalho analítico não pode consistir em reencontrar algo, e sim em criar uma novidade.

Certo!

“Tal como era empregado pelos freudianos dos anos 1940, a noção de transferência fazia crer que muito pouco o analista teria a fazer pelo analisando que não interpretar para este a suposta cena que ambos estariam a repetir. Todavia, conforme o entendimento de Fritz Perls, se a repetição está apoiada na atualidade da relação, procurando para si uma nova resolução, o trabalho analítico não pode consistir em reencontrar algo, e sim em criar uma novidade. É por esse motivo que Fritz Perls passou a trabalhar em análise como um participe das vivências efetivamente operadas no consultório. Não se trata, aqui, de uma contratransferência, mas de um fazer conjunto. Ou, como mais tarde dirão Erving e Miriam Polster (1973), comentando a afirmação de Fritz Perls de que o "terapeuta é seu próprio instrumento”


e)  Do ponto de vista da tarefa ética da clínica gestáltica, que é o encontro com esse outrem (inédito e repetido) que se manifesta com e para a elaboração do consulente, cada sessão é única.

Certo!

Do ponto de vista da tarefa ética da clínica gestaltica, que é o encontro com esse outrem (inédito e repetido) que se manifesta com e para a elaboração do consulente, cada sessão é única. Cada sessão, nesse sentido, caracteriza uma línica. E uma das principais virtudes da teoria do self reside justamente em assi nalar essa singularidade das vivências de contato que caracterizam a experiência clínica Contudo, do ponto de vista do clínico, daquele que deseja, mediante essa manifestação de outrem com e para o consulente, encontrar um "lugar", a elabo: ração desse "lugar" é algo muito importante. Evidente que não se trata de elaborar tal lugar para o consulente. Trata-se, para o clínico, de elaborá-lo para si; o que ele vai fazer em regime de supervisão. Em última instância, tal elaboração visa favo recer a fluidez no processo analitico com o consulente.”

 

Nosso gabarito é Letra B

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