Relacionadamente ao trabalho do psicólogo e a concepção biopsicossocial do ser humano, os estudos da psicossomática são fundamentos importantes no campo do atendimento na clínica ou no trabalho com essas pessoas de modo indireto, em contextos institucionais. Sobre a psicossomática, é INCORRETO afirmar:

A alternativa correta é letra C) Há críticas à terminologia Psicossomatização, sob o argumento de toda situação clínica é por definição psicossomática, bem como em virtude da alta taxa de resposta positiva a essa clínica, conferida pela fácil associação entre o adoecimento e o sofrimento psíquico.

Gabarito Letra C

Relacionadamente ao trabalho do psicólogo e a concepção biopsicossocial do ser humano, os estudos da psicossomática são fundamentos importantes no campo do atendimento na clínica ou no trabalho com essas pessoas de modo indireto, em contextos institucionais. Sobre a psicossomática, é INCORRETO afirmar:
a)  Há no manejo técnico com pacientes psicossomáticos o trabalho de integração corporal, por meio da circulação da palavra sobre o corpo. Busca-se com isso definir seus contornos, estabelecer limites, e apoiar a passagem de um corpo biológico para um corpo erógeno.
Certo! Esse é o trabalho da psicossomática, simbolizar os sentimentos através das palavras, para que estes não se manifestem através do corpo.

b)  Relacionadamente à psicossomática há o conceito de alexitimia, ou incapacidade para leitura e simbolização das emoções. Por isso, as emoções se expressam por meio do corpo.
Certo! O paciente que não consegue simbolizar suas emoções, as traduz no corpo.

“Alexitimia é um termo empregado no diagnóstico clínico de pessoas com acentuada dificuldade ou incapacidade para expressar emoções e significa " sem palavras para as emoções".”

“O sintoma psicossomático pode ser compreendido como um processo em que algo subjetivo prossegue uma via oposta ao invés de conseguir consentir à mente como representação, ou seja, processo mental; essa circunstância se traduz de forma corporal, exibindo-se como manifestação no soma. O processo psíquico dá lugar ao processo somático: no sintoma psicossomático, uma questão subjetiva ao invés de se simbolizar, ela se expõe”

c)  Há críticas à terminologia Psicossomatização, sob o argumento de toda situação clínica é por definição psicossomática, bem como em virtude da alta taxa de resposta positiva a essa clínica, conferida pela fácil associação entre o adoecimento e o sofrimento psíquico.
Errado. Não é fácil fazer uma associação entre o adoecimento e o sofrimento psíquico. O sofrimento psíquico não é visível, tangível, e isso dificulta uma relação de causa e efeito com o adoecimento orgânico.

d)  Relacionadamente à psicossomática, o conceito de pensamento operatório é a dificuldade de fantasiar, de modo que o ego não consegue processar e elaborar as pulsões, o que resulta em superlibidinar o corpo de forma concreta.

Certo!

“O princípio do pensamento operatório é simples, porque ele torna evidente a ausência das funções das atividades oníricas e das fantasias, as quais possibilitam inteirar as tensões pulsionais que defendem a saúde física do individuo. Dizem respeito a pensamentos sem conexões visíveis com a vida fantasiosa, caracterizados como racionais e fatuais, desprovidos de divagações pessoais, de alusões afetivas e de imagens verbais” (...)

Referente a esses pacientes, Marty (1993) relata seus pensamentos como carentes de fantasias, atividades relativas aos sonhos, com uma forte negatividade simbólica. Não têm vínculo com a vida fantasmática, sendo factual, racional, voltado para o mundo externo, com forte realidade, afastado de imagens verbais e referências afetivas. Representa, então, um funcionamento psíquico com pouca quantidade de energia libidinal e sem afetividade, cujos aspectos exteriores e concretos predominam, e a abstração e simbolismo são ausentes ou limitados. O discurso desses pacientes é usado mais no sentido de atenuar tensões do que para dar significado para suas experiências. A vida operatória, ligada à depressão essencial, constitui uma etapa de relativa cronicidade, um arranjo frágil, um estado instável, que se instala no decorrer de uma desorganização progressiva lenta. É repleta de incidentes ou acidentes somáticos. As poucas representações que parecem existir são (como nos sonhos) pobres, repetitivas, contendo a marca do atual e do factual (MARTY, 1993, p. 17).”

Nosso gabarito é Letra C.

Referência

Carneiro, Berenice Victor, & Yoshida, Elisa Medici Pizão. (2009). Alexitimia: uma revisão do conceito. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 25(1), 103-108. https://doi.org/10.1590/S0102-37722009000100012

https://revistas.unipar.br/index.php/akropolis/article/view/5764