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Questões Sobre Psicologia Social - Psicologia - concurso

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1) A respeito do conceito de subjetividade (Guattari & Rolnik, 1996, p. 31), podemos dizer que é:

  • A) resultado da intercessão entre a essência humana e a modelagem educativa.
  • B) fruto da evolução social, biológica e cognitiva.
  • C) consequência da formação educacional.
  • D) manifestação das vicissitudes das forças inconscientes.
  • E) fabricada e modelada no registro do social.

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A alternativa correta é letra E) fabricada e modelada no registro do social.

Gabarito: Letra E

A respeito do conceito de subjetividade (Guattari & Rolnik, 1996, p. 31), podemos dizer que é:
a)  resultado da intercessão entre a essência humana e a modelagem educativa.
b)  fruto da evolução social, biológica e cognitiva.
c)  consequência da formação educacional.
d)  manifestação das vicissitudes das forças inconscientes.
e)  fabricada e modelada no registro do social.

 

Guattari e Rolnik consideram a subjetividade como fabricada e modelada no registro do social.

“Para Guattari e Rolnik (1993), é evidente que um indivíduo sempre existe, mas apenas enquanto terminal; esse terminal individual se encontra na posição de consumidor de subjetividade. Sendo assim, podemos dizer que "a subjetividade é essencialmente fabricada e modelada no registro do social" (p.31). A produção de subjetividade subsiste, nitidamente, no âmago do que Marx chamou de infraestrutura produtiva, constituída pelo conjunto de forças de consumo e de todos os meios de semiotização econômica, comercial e industrial.”

 

Nosso gabarito é Letra E

Fonte: Silva, Regina Coeli Araujo da, & Francisco, Ana Lúcia. (2010). Cultura, subjetividade e as organizações na contemporaneidade. Revista Mal Estar e Subjetividade10(3), 735-756. Recuperado em 06 de setembro de 2023,

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2) Na perspectiva de Luckmann & Berger (1973), “a socialização secundária pressupõe a socialização primária”. Sobre essa afirmativa, é possível dizer que:

  • A) A socialização primária precede a socialização secundária, sendo esta última a internalização de características da personalidade.

  • B) A socialização secundária ocorre na infância em substituição ao processo de socialização primária.

  • C) A socialização secundária é o processo subsequente à socialização primária, que introduz conhecimentos e funções específicas próprias às instituições sociais.

  • D) O processo de socialização, primário e secundário, ocorre unicamente em grupo, por meio das instituições sociais.

  • E) O indivíduo já nasce membro da sociedade, e não se torna membro da sociedade.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) A socialização secundária é o processo subsequente à socialização primária, que introduz conhecimentos e funções específicas próprias às instituições sociais.

Gabarito: Letra C

Na perspectiva de Luckmann & Berger (1973), “a socialização secundária pressupõe a socialização primária”. Sobre essa afirmativa, é possível dizer que:

a)  A socialização primária precede a socialização secundária, sendo esta última a internalização de características da personalidade.

Errado. A socialização secundária não é internalização de características de personalidade.

“Sobre a teorização de Berger e Luckmann (96), Dubar escreve que “o interesse essencial” da obra A Construção Social da Realidade “reside na tentativa de construir uma teoria operatória da socialização secundária que não é uma simples reprodução dos mecanismos da socialização primária” [97]. A socialização secundária é, segundo Dubar, provisoriamente definida por aqueles autores como “interiorização de submundos institucionais especializados” e “aquisição de saberes específicos e de papéis directa ou indirectamente enraizados na divisão do trabalho” (DUBAR, 1997, p. 189). E este sociólogo do trabalho (98) entende que, antes de mais, se trata da “incorporação de saberes especializados -- que chamaremos saberes profissionais -- que constituem saberes de um novo género”. Também eles têm subjacentes um vocabulário, receitas (ou fórmulas, proposições, procedimentos), um programa formalizado e um verdadeiro “universo simbólico” veiculando uma concepção do mundo (Weltsanschauung) ( 99) mas que, “contrariamente aos saberes de base da socialização primária, são definidos e construídos por referência a um campo especializado de actividades e são, portanto, ‘situados diversamente no interior do universo simbólico enquanto globalidade’ (idem, p. 191).”

 

b)  A socialização secundária ocorre na infância em substituição ao processo de socialização primária.

Errado. A socialização secundária não substitui a primária.

 

c)  A socialização secundária é o processo subsequente à socialização primária, que introduz conhecimentos e funções específicas próprias às instituições sociais.

Certo!

 

d)  O processo de socialização, primário e secundário, ocorre unicamente em grupo, por meio das instituições sociais.

Errado.

“A socialização é definida, por estes autores, pela imersão dos indivíduos naquilo que Schütz chama “mundo vivido”, o qual é, simultaneamente, um “universo simbólico e cultural” e um “saber sobre este mundo” [Schütz, citado em DUBAR, 1997). A criança tomaria conhecimento (representaria) o mundo social no qual vive “não como um universo possível entre outros, mas como o mundo, o único mundo existente e concebível, o mundo tout court” (idem), e fá-lo-ia a partir de um “saber de base”, “préreflexivo” e “pré-dado”. Este ‘saber de base’ é adquirido, segundo Berger e Luckmann, com a aprendizagem da linguagem (falar, depois ler e escrever), a partir de “campos semânticos” em que estão organizadas as categorias, com base nas quais “[...] objectiva o mundo exterior no interior de uma linguagem e de um aparelho cognitivo nela fundado; ordena, a partir do interior da linguagem, objectos que são apreendidos enquanto realidades; fornece a estrutura no interior da qual tudo aquilo que ainda não é conhecido acabará por ser mais tarde conhecido (BERGER e LUCKMANN, 1973, p. 94) . A aprendizagem ‘primária’ da linguagem constituiria o processo fundamental da socialização primária “porque assegura em simultâneo ‘a posse subjectiva de um eu e de um mundo’ e, portanto, a consolidação dos papéis sociais” (DUBAR citando Berger e uckmann).”

 

e)  O indivíduo já nasce membro da sociedade, e não se torna membro da sociedade.

Errado. O indivíduo se torna membro da sociedade.

 

Nosso gabarito é Letra C

3) Sobre grupos, de acordo com Bock; Furtado & Teixeira (2008, p. 227), associe adequadamente as colunas a seguir.


1. Argumentos reais ou imaginários, manifestos ou velados que seus membros utilizam para garantir a fidelidade dos demais aos objetivos do grupo.


2. Condição necessária para manutenção do grupo e que, de acordo com suas características, apresenta maior ou menor.


3. Modos de comunicação grupal, desempenho de papéis, relações de poder vividas no grupo.


4. Força de convencimento – carisma – exercida por um ou mais indivíduos sobre os outros e o tipo de atividade desenvolvida no grupo.


( ) Propriedades estruturais do grupo.


( ) Liderança e realização do grupo.


( ) Padrão do grupo.


( ) Coesão do grupo.


A sequência está correta em

  • A) 4, 3, 2, 1.

  • B) 2, 1, 3, 4.

  • C) 3, 4, 1, 2.

  • D) 1, 2, 4, 3.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) 3, 4, 1, 2.

Para associar corretamente as colunas devemos nos ligar em palavras-chave que nos ajudam na relação entre descrição do conceito e denominação deste. Veja:

 

(3) Propriedades estruturais do grupo: modos de comunicação grupal, desempenho de papéis, relações de poder vividas no grupo.


(4) Liderança e realização do grupo: força de convencimento – carisma – exercida por um ou mais indivíduos sobre os outros e o tipo de atividade desenvolvida no grupo.


(1) Padrão do grupo: argumentos reais ou imaginários, manifestos ou velados que seus membros utilizam para garantir a fidelidade dos demais aos objetivos do grupo.


(2) Coesão do grupo: condição necessária para manutenção do grupo e que, de acordo com suas características, apresenta maior ou menor.

 


De acordo com os autores, as definições acima foram originadas dos estudos sobre grupos feitos por Lewin. 

 

 

Fonte: BOCK, A. M. M.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.

 

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4) A Psicologia Social do Trabalho estuda e promove discussões sobre as implicações políticas e sociais da relação indivíduo-trabalho no contexto social (Sato, Bernardo & Oliveira, 2008), tendo como premissa que as relações de trabalho são permeadas por assimetrias de poder. Nessa perspectiva, a prática do psicólogo prevê, EXCETO:

  • A) Que a intervenção deve se iniciar com uma análise integral das contradições do trabalho dentro das condições dadas por seus processos de produção particulares.
  • B) A percepção de que as identidades das pessoas não são fixas; pelo contrário, correspondem a posições específicas dadas pelo contexto social e institucional, no qual se constrói, dia a dia, a cotidianidade do trabalho.
  • C) A superação de esquemas alienados, que, muitas vezes, estão presentes na sua formação.
  • D) O abandono de posturas cômodas, que prevalecem em seu exercício, desmontando discursos legitimadores de práticas focadas nos interesses dos mais privilegiados.
  • E) Entender que existe a pessoa certa para o lugar certo e depende do psicólogo essa harmonização.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) Entender que existe a pessoa certa para o lugar certo e depende do psicólogo essa harmonização.

Gabarito Letra E

A Psicologia Social do Trabalho estuda e promove discussões sobre as implicações políticas e sociais da relação indivíduo-trabalho no contexto social (Sato, Bernardo & Oliveira, 2008), tendo como premissa que as relações de trabalho são permeadas por assimetrias de poder. Nessa perspectiva, a prática do psicólogo prevê, EXCETO:
a)  Que a intervenção deve se iniciar com uma análise integral das contradições do trabalho dentro das condições dadas por seus processos de produção particulares.

Certo! Veja o que diz a bibliografia:

“Conforme já foi destacado anteriormente, a Psicologia Social do Trabalho estuda e promove discussões sobre as implicações políticas e sociais da relação indivíduo-trabalho no contexto social (Sato, Bernardo, & Oliveira, 2008), tendo como premissa que as relações de trabalho são permeadas por assimetrias de poder. A prática do psicólogo, nessa perspectiva, pressupõe que sua intervenção deve se iniciar com uma análise integral das contradições do trabalho dentro das condições dadas por seus processos de produção particulares. Essa ação da Psicologia parte da ideia de que as identidades das pessoas não são fixas, pelo contrário, correspondem a posições específicas dadas pelo contexto social e insitucional, no qual se constrói, dia a dia, a cotidianidade do trabalho (Sato, 2003; Sato, Bernardo, & Oliveira, 2008)”


b)  A percepção de que as identidades das pessoas não são fixas; pelo contrário, correspondem a posições específicas dadas pelo contexto social e institucional, no qual se constrói, dia a dia, a cotidianidade do trabalho.

Certo! Essa informação também está no trecho apresentado na afirmativa anterior.


c)  A superação de esquemas alienados, que, muitas vezes, estão presentes na sua formação.

Certo! Veja:

 “Tal postura implica a necessidade de pensar outras formas de fazer Psicologia com o propósito de estabelecer novas configurações que possam responder aos problemas reais e atuais. Nessa perspectiva, um dos principais desafios do psicólogo consiste em deixar de lado a ideia de se pensar como autoridade única, dona de um conhecimento mítico sobre o outro. Cabe a esse profissional superar os esquemas alienados, que, muitas vezes, estão presentes na sua formação, abandonando posturas cômodas que prevalecem em seu exercício e desmontando discursos legiimadores de práicas focadas nos interesses dos mais privilegiados.”


d)  O abandono de posturas cômodas, que prevalecem em seu exercício, desmontando discursos legitimadores de práticas focadas nos interesses dos mais privilegiados.

Certo! Essa informação também está no trecho apresentado na afirmativa anterior.


e)  Entender que existe a pessoa certa para o lugar certo e depende do psicólogo essa harmonização.

Errado. Se as identidades das pessoas não são fixas, também não é possível afirmar que exista pessoa certa para lugar certo.

 

Nosso gabarito é Letra E

5) Um policial numa abordagem manda encostar um veículo que circulava, porque identificou, que o condutor e a esposa eram negros. Sem qualquer razão ordena-os para saírem do carro, tratando-os como se fossem criminosos. Humilhados vêm-se ainda obrigados a pedir desculpa e só depois regressam a casa (Rodrigues, Assmar, & Jabonski, 2001). Podemos perceber que estamos diante de:

  • A) preconceito

  • B) estereótipo

  • C) discriminação

  • D) racismo

  • E) Todas estão corretas

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A alternativa correta é letra E) Todas estão corretas

 

Um policial numa abordagem manda encostar um veículo que circulava, porque identificou, que o condutor e a esposa eram negros. Sem qualquer razão ordena-os para saírem do carro, tratando-os como se fossem criminosos. Humilhados vêm-se ainda obrigados a pedir desculpa e só depois regressam a casa (Rodrigues, Assmar, & Jabonski, 2001). Podemos perceber que estamos diante de:

 

Essa questão utiliza como referência o livro "Psicologia Social" de Rodrigues, Assmar e Jablonski. Veja o trecho:

 

"6

Preconceito, estereótipos e discriminação

 

Poderíamos incluir no título acima as palavras racismo, sexismo ou segregacionismo. Todos estes termos referem-se, de uma forma ou de outra, a atitudes ou comportamentos negativos direcionados a indivíduos ou grupos, baseados num julgamento prévio que é mantido mesmo diante de fatos que o contradigam. 

(...)

O preconceito parece ser tão velho quanto a própria humanidade, e de difícil erradicação. Sua base cognitiva ancora-se nos estereótipos, conjunto de crenças corretas ou não - que atribuímos a indivíduos ou a grupos. De forma similar, atribuir rótulos a uma pessoa nos leva a pressupor comportamentos compatíveis com o rótulo imputado. No caso dos papéis de gênero, por exemplo, isto pode conduzir a erros de julgamento no que diz respeito à manutenção de desigualdades entre homens e mulheres. Além de sua base cognitiva, representada pelos estereótipos, os preconceitos possuem um componente comportamental, também chamado discriminação."

 

Com base nisso, percebe-se que o caso citado traz uma vivência de racismo, preconceito, discriminação e estereótipo.

 

Encontramos a resposta na Letra E.

 

a)  preconceito

b)  estereótipo

c)  discriminação

d)  racismo

e)  Todas estão corretas

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6) No artigo Gêneros e os sentidos do trabalho social, Curado & Menegon apontam que, a partir dos relatos e da discussão dos participantes da pesquisa, é possível observar que suas estratégias de empoderamento estão mais ancoradas em laços afetivos (família, amigos, colegas) e, em que pese sua positividade, não alteram o valor salarial nem aumentam o poder político dessa atividade. Ou seja, não se trata de um empoderamento com ampliação de oportunidades de acesso aos bens e serviços. Ao compreender que as relações de gênero são formas de dar sentido às relações de poder, observa-se que a naturalização do feminino no trabalho social está relacionada à desvalorização, à não monetarização e à não profissionalização existente nesse trabalho. Considerá-lo como extensão da mulher e de sua função reprodutiva é retirar o que há de humano e cultural dessa atividade, posicionando-a na esfera da natureza, que dispensa valor social e, por isso, não é considerada como moeda de troca. Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a alternativa correta.

  • A) Retirar o que há de humano no trabalho social é uma forma de se garantir menores salários para essa função.

  • B) Dar sentido às relações de poder é uma forma de reverter a condição inferior da mulher e proceder a uma troca de posição com o opressor.

  • C) As estratégias de empoderamento estão mais ancoradas em laços afetivos em função de as mulheres terem o afeto como a principal estratégia de enfrentamento nas relações de trabalho.

  • D) O trabalho social ganha um viés de cuidado e, como tal, a função de trabalho tem perfil historicamente feminino. Por isso, sofre desvalorização, baixos salários e desprofissionalização.

  • E) O trabalho social é eminentemente feminino, pela vocação natural das mulheres com o cuidado.

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A alternativa correta é letra D) O trabalho social ganha um viés de cuidado e, como tal, a função de trabalho tem perfil historicamente feminino. Por isso, sofre desvalorização, baixos salários e desprofissionalização.

Gabarito Letra D

 

No artigo Gêneros e os sentidos do trabalho social, Curado & Menegon apontam que, a partir dos relatos e da discussão dos participantes da pesquisa, é possível observar que suas estratégias de empoderamento estão mais ancoradas em laços afetivos (família, amigos, colegas) e, em que pese sua positividade, não alteram o valor salarial nem aumentam o poder político dessa atividade. Ou seja, não se trata de um empoderamento com ampliação de oportunidades de acesso aos bens e serviços. Ao compreender que as relações de gênero são formas de dar sentido às relações de poder, observa-se que a naturalização do feminino no trabalho social está relacionada à desvalorização, à não monetarização e à não profissionalização existente nesse trabalho. Considerá-lo como extensão da mulher e de sua função reprodutiva é retirar o que há de humano e cultural dessa atividade, posicionando-a na esfera da natureza, que dispensa valor social e, por isso, não é considerada como moeda de troca. Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a alternativa correta.

 

a)  Retirar o que há de humano no trabalho social é uma forma de se garantir menores salários para essa função.

Errado. Não é retirar o que há de humano no trabalho social, e sim tirar o que há de humano e cultural nas mulheres realizando trabalho social. Fazer parecer que a mulher exercer um trabalho social é apenas natural, biológico, é que faz com que os salários sejam menores para mulheres nessas funções.

 

b)  Dar sentido às relações de poder é uma forma de reverter a condição inferior da mulher e proceder a uma troca de posição com o opressor.

Errado. É uma forma de compreender a posição de inferioridade colocada para a mulher, e tentar mudar isso, mas sem uma troca de posição com o opressor. O ideal é não haver oprimidos.

 

c)  As estratégias de empoderamento estão mais ancoradas em laços afetivos em função de as mulheres terem o afeto como a principal estratégia de enfrentamento nas relações de trabalho.

Errado. Essas estratégias de empoderamento não são uma estratégia de enfrentamento nas relações de trabalho, e não trazem frutos financeiros e funcionais.

 

d)  O trabalho social ganha um viés de cuidado e, como tal, a função de trabalho tem perfil historicamente feminino. Por isso, sofre desvalorização, baixos salários e desprofissionalização.

Certo. A desvalorização, os salários baixos e a desprofissionalização vem da relação que se faz da mulher com o cuidado, como se fosse algo da natureza feminina.

 

e)  O trabalho social é eminentemente feminino, pela vocação natural das mulheres com o cuidado.

Errado. Historicamente criou-se esse mito, que não procede.

 

Nosso gabarito é Letra D.

7) A violência estrutural, que impede a satisfação das necessidades básicas da maioria, não se reduz à distribuição inadequada dos recursos disponíveis; além disso, a violência estrutural exige o ordenamento da desigualdade opressiva por meio de uma legislação que ampara os mecanismos de distribuição social da riqueza e que produz uma força coercitiva que obriga a maioria respeitar tais mecanismos. Posto que a ordem social é produto e reflexo do domínio de uma classe social sobre as outras, a conclusão mais importante é também a mais óbvia: a violência está presente na própria ordem social e, portanto, não é arbitrário falar de violência estrutural. A citação de Ignácio Martín-Baró acima, extraída de Martins & Lacerda Jr (2014), significa que o(a)

  • A) violência somente poderá ser combatida se houver distribuição adequada dos recursos.

  • B) violência estrutural emana do Estado e a própria ordem social é produto e reflexo do domínio em uma sociedade de classes.

  • C) texto citado é datado e refere-se a conflitos específicos de guerra civil em que a violência era banalizada.

  • D) psicólogo social tem pouco a fazer nessas circunstâncias, por se tratar de fenômeno essencialmente político e de ordem social.

  • E) a questão estrutural depende da organização social e econômica e a violência mencionada muitas vezes é da ordem do próprio controle da população mais pobre, que não respeita a ordem constituída.

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A alternativa correta é letra B) violência estrutural emana do Estado e a própria ordem social é produto e reflexo do domínio em uma sociedade de classes.

Gabarito Letra B

 

A violência estrutural, que impede a satisfação das necessidades básicas da maioria, não se reduz à distribuição inadequada dos recursos disponíveis; além disso, a violência estrutural exige o ordenamento da desigualdade opressiva por meio de uma legislação que ampara os mecanismos de distribuição social da riqueza e que produz uma força coercitiva que obriga a maioria respeitar tais mecanismos. Posto que a ordem social é produto e reflexo do domínio de uma classe social sobre as outras, a conclusão mais importante é também a mais óbvia: a violência está presente na própria ordem social e, portanto, não é arbitrário falar de violência estrutural. A citação de Ignácio Martín-Baró acima, extraída de Martins & Lacerda Jr (2014), significa que o(a)

 

a)  violência somente poderá ser combatida se houver distribuição adequada dos recursos.

Errado. O autor explica a violência estrutural, não dá receitas para combate-la. É uma extrapolação de interpretação.

 

b)  violência estrutural emana do Estado e a própria ordem social é produto e reflexo do domínio em uma sociedade de classes.

Certo!

 

c)  texto citado é datado e refere-se a conflitos específicos de guerra civil em que a violência era banalizada.

Errado. A citação, na verdade, pode ser considerada bem atual.

 

d)  psicólogo social tem pouco a fazer nessas circunstâncias, por se tratar de fenômeno essencialmente político e de ordem social.

Errado. Também não há nada na citação que indique isso.

 

e)  a questão estrutural depende da organização social e econômica e a violência mencionada muitas vezes é da ordem do próprio controle da população mais pobre, que não respeita a ordem constituída.

Errado. A citação não fala isso.

 

Nosso gabarito é Letra B.

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8) Para Lewin, os atos do indivíduo não podem ser explicados sobre a base de uma psicodinâmica do indivíduo, mas devem ser explicados sobre a base da natureza das forças sociais, o campo, ao qual está exposto (Kaplan & Sadock, 1983, p. 4). Sobre a Teoria de Campo de Lewin, considere as afirmativas a seguir.

 

I. Para Lewin, o comportamento do indivíduo não pode ser explicado a partir da psicodinâmica do indivíduo, mas deve ser explicado sobre a base da natureza das forças sociais, o campo, ao qual ele está exposto.

 

II. O espaço vital psicológico é compreendido como a totalidade de fatos que determinam o comportamento de um indivíduo em um certo momento.

 

 III. Lewin, influenciado pela teoria psicanalítica de Freud, defendeu que o comportamento de um indivíduo é mais bem explicado pela sua história de vida infantil do que pelo ambiente em que ele vive no presente.

 

É correto o que se afirma em:

  • A) I, apenas.
  • B) III, apenas.
  • C) I e II, apenas.
  • D) I, II e III.

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A alternativa correta é letra C) I e II, apenas.

Gabarito: Letra C.

I. Para Lewin, o comportamento do indivíduo não pode ser explicado a partir da psicodinâmica do indivíduo, mas deve ser explicado sobre a base da natureza das forças sociais, o campo, ao qual ele está exposto.

Essa afirmativa está de acordo com o seguinte texto de Kaplan e Sadock citado por Boris no artigo "Elementos para uma história da psicoterapia de grupo":

"A tendência na psicoterapia de grupo foi estudar o indivíduo dentro do grupo. Embora tentativas tenham sido feitas de examinar como o grupo como uma totalidade funcionava, o grupo era, como o colocava Freud, simplesmente uma coleção de indivíduos reunidos juntos para um objetivo particular. Foi o movimento da psicologia social, encabeçado por homens como Kurt Lewin, que viu o grupo como diferente qualitativamente da simples soma de suas partes. De acordo com Lewin, o grupo é uma entidade em seu próprio direito, com qualidades particulares e únicas que são diferentes dos indivíduos dos quais é composto (...) Para Lewin, os atos do indivíduo não podem ser explicados sobre a base de uma psicodinâmica do indivíduo, mas devem ser explicados sobre a base da natureza das forças sociais, o campo, ao qual está exposto."

"Comprehensive group psychotherapy" (Kaplan e Sadock) citado por Boris

Assertiva Correta.

II. O espaço vital psicológico é compreendido como a totalidade de fatos que determinam o comportamento de um indivíduo em um certo momento.

Afirmativa de acordo com Lewin. Veja um trecho do livro "Psicologias" de Bock:

"O  principal  conceito  de  Lewin  é  o  do  espaço  vital,  que  ele  define como  “a  totalidade  dos  fatos  que  determinam  o  comportamento  do indivíduo  num  certo  momento”."

"Psicologias" (Bock)

Assertiva Correta.

Lewin não enfatiza a história infantil. Veja um trecho do artigo "A concepção de envelhecimento com base na teoria de campo de Kurt Lewin e a dinâmica de grupos" de Beleza e Soares:

"Na década de trinta, Kurt Lewin referia-se ao peso da motivação para o comportamento social. Para melhor demonstrar sua importância para o desencadeamento de certos comportamentos, Lewin criou a teoria de campo fundamentada em duas suposições: 1) O ser humano comporta-se em resposta à totalidade de fatos coexistentes; e 2) Os fatos coexistentes resultam no campo dinâmico onde cada um de seus componentes é interdependente. Para o mesmo, o comportamento humano não depende somente do passado, ou do futuro, mas do campo dinâmico atual e presente. Esse campo dinâmico é “o espaço de vida que contém a pessoa e o seu ambiente psicológico”."

"A concepção de envelhecimento com base na teoria de campo de Kurt Lewin e a dinâmica de grupos" (Beleza e Soares)

Assertiva Falsa.

Portanto, estão corretas as afirmativas I e II. Encontramos a resposta na Letra C.

É correto o que se afirma em:


a)  I, apenas.
b)  III, apenas.
c)  I e II, apenas.
d)  I, II e III.

9) No Brasil, nas décadas de 1960 e 1970, a crise da Psicologia Social levou os pesquisadores a questionar o seu papel e seu objeto de estudo. Esse período foi marcado, na maioria dos países latinoamericanos, por pobreza, concentração econômica urbana e agrária, além de dura repressão política. Nesse caminho, no Brasil, a Psicologia Social inicia a busca pela construção de uma relação de compromisso com a sociedade, a partir da identificação das demandas sociais, em bases éticas, para que se possa garantir a dignidade humana, em prol da qualidade de vida e da diminuição das desigualdades sociais (Lane & Sawaia, 1995). Nessa perspectiva, Lane (1989) traz reflexões para uma ciência compromissada com a transformação social. A Psicologia Social Comunitária, principalmente no Brasil, resulta de um movimento de crise e transformação da Psicologia Social, profundamente influenciado pelos movimentos populares e pelos problemas sociais vividos no continente. Dentre as atividades realizadas pelo Psicólogo (a) nesse campo de atuação, analise as afirmativas e assinale a opção CORRETA.

I – Construção de desenvolvimento, independente da realidade local e estar relacionado ao desenvolvimento pessoal e coletivo dos moradores da comunidade.

II – Promover a participação obrigatória dos grupos com os quais trabalha na definição das prioridades de atuação.

III – Realizar planejamento, execução e avaliação de suas atividades, promovendo a consciência e minimizando a alienação.

IV – Desenvolvimento da consciência crítica, da ética, da solidariedade e de práticas cooperativas ou mesmo autogestionárias, a partir da análise dos problemas cotidianos da comunidade.

V – Coletivizar e facilitar o entendimento entre a comunidade e seus diversos aliados.

  • A) I e V estão erradas;

  • B) I e II estão erradas;

  • C) II III IV estão corretas;
  • D) II - III IV V estão corretas;

  • E) II IV V estão corretas.

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A alternativa correta é letra B) I e II estão erradas.

Explicação:

I - A Psicologia Social Comunitária não deve promover o desenvolvimento independente da realidade local. Pelo contrário, deve estar intrinsecamente ligada ao contexto e às necessidades específicas da comunidade, visando o desenvolvimento pessoal e coletivo dos moradores.

II - A participação dos grupos com os quais o psicólogo trabalha não deve ser obrigatória, mas sim incentivada e voluntária, para que seja genuína e eficaz na definição das prioridades de atuação.

As afirmativas III, IV e V refletem princípios importantes da Psicologia Social Comunitária, como o planejamento e avaliação conscientes das atividades (III), o desenvolvimento de uma consciência crítica e práticas cooperativas (IV), e a facilitação do entendimento e colaboração dentro da comunidade (V).

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10) Ao abordar a relação entre o homem e o produto de sua atividade, Silvia Lane (em Lane & Codo, 2001) destaca que

  • A) a atividade do homem, por seu caráter concreto, é em essência a-histórica.
  • B) a alienação é parte constituinte da subjetividade devido à dependência da linguagem.
  • C) o valor moral de um objeto produzido é determinado por sua função social.
  • D) a subjetividade e a atividade dos homens são concretizadas no objeto produzido.
  • E) a atividade do homem pode transformar o mundo, mas ele não pode decidir como fazer isso.

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A alternativa correta é letra D) a subjetividade e a atividade dos homens são concretizadas no objeto produzido.

 

Ao abordar a relação entre o homem e o produto de sua atividade, Silvia Lane (em Lane & Codo, 2001) destaca que

 

A questão está baseada no seguinte texto:

 

"O que ocorre então com este operário? Ele pensa sobre 0 produto que está fabricando, ele pensa a respeito da máquina que o controla, mas nas relações de trabalho este seu pensar é irrelevante "há gente paga para pensar"; na atividade que resultará em produto, ele participa, através de uma e sempre mesma ação, de uma cadeia complexa de ações. A cooperação entre muitos é mediada pela máquina e não mais pela comunicação, e o produto final tem tão ínfima parcela de sua atividade fabricado. que ele não se reconhece no objeto

 

É neste processo que o trabalhador se despersonaliza, se torna parte da máquina; suas ações  são apenas força de trabalho que ele vende, são mercadorias e como tal alienáveis-alienadas, na medida em que ele deixa de pensar suas próprias ações em termos de cooperação existente entre ele e seus colegas, pois esta é oculta pela máquina, instrumento que participa na realização de uma atividade que gera um produto.

 

(...)

 

Em maior ou menor escala, a nossa sociedade, capitalista, industrializada e complexa, promove esta dissociação do homem do produto de sua atividade, gerando a moral de que o objeto, o instrumento, não é bom nem mau: tudo depende do que as pessoas farão com ele, como se estes não trouxessem em si a atividade e o subjetivo de homens concretizados no produto. Hoje o homem continua transformando o mundo que o cerca, mas não cabe a ele decidir sobre esta transformação... É a contradição fundamental gerada pelo capitalismo, que, no nível individual, se manifesta através da alienação."

 

Fonte: "O que é Psicologia Social" (Lane)

 

Com isso, encontramos a resposta na Letra D.


a)  a atividade do homem, por seu caráter concreto, é em essência a-histórica.


b)  a alienação é parte constituinte da subjetividade devido à dependência da linguagem.


c)  o valor moral de um objeto produzido é determinado por sua função social.


d)  a subjetividade e a atividade dos homens são concretizadas no objeto produzido.


e)  a atividade do homem pode transformar o mundo, mas ele não pode decidir como fazer isso.

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