Suponha‑se que uma psicóloga social, em atendimento num CRAS, receba queixa de uma mulher negra que enfrenta dificuldade em seu emprego de empregada doméstica e sofre a brutalidade do companheiro com quem vive atualmente. Fica evidente sua condição de mulher negra e pobre no enfrentamento do racismo, do machismo e das relações de trabalho relacionadas à classe social.
Com base nessa situação hipotética, assinale a alternativa que a psicóloga deve considerar como referência para sua análise.
- A) São fenômenos díspares que devem ser analisados separadamente pela singularidade de cada um.
- B) São fenômenos correlatos, mas distintos e a interseccionalidade é a melhor abordagem para analisar a situação dessa usuária.
- C) A psicóloga deve analisar a situação de violência doméstica, considerando que o CRAS não é o melhor lugar para discutir relações de trabalho.
- D) A psicóloga deve convocar a assistente social, porque as demandas devem ser divididas conforme a expertise profissional e uma não deve invadir o espaço da outra.
- E) Esses assuntos não se referem ao CRAS e a usuária deve ser encaminhada para a Delegacia da Mulher.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) São fenômenos correlatos, mas distintos e a interseccionalidade é a melhor abordagem para analisar a situação dessa usuária.
A interseccionalidade é um conceito importante na psicologia social que reconhece como diferentes categorias de identidade - como raça, gênero e classe social - interagem e se sobrepõem, especialmente em contextos de discriminação ou desvantagem. No caso apresentado, a mulher negra enfrenta múltiplas formas de opressão: racismo, machismo e desigualdades de classe, que se entrelaçam e afetam sua experiência de vida. Portanto, a psicóloga social deve considerar todas essas dimensões de forma integrada para compreender plenamente as questões que a usuária está enfrentando e para fornecer o suporte mais eficaz.
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