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“O desenvolvimento da psicologia social no Brasil, como campo científico diferenciado, esteve e continua permeado por influências intelectuais vindas do estrangeiro. Na medida em que o campo obteve maior institucionalização, os conflitos internos, que refletiam tanto influências teóricas como visões diferentes do papel da psicologia e do psicólogo na sociedade, foram gerando conflitos no interior dos departamentos de psicologia sobre a orientação a ser dada à disciplina. Alguns permitiram a convivência, outros levaram à separação.”

JACÓ-VILELA, A. M.; DEGANI-CARNEIRO, F.; OLIVEIRA, D. M. (2016).

Quanto à formação da psicologia social como campo científico no Brasil, as autoras apontam que:

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Resposta:

A alternativa correta é letra D) a crítica produzida após a década de 1970 incentivou a busca de novos paradigmas teóricos e, até o momento, não se construiu um paradigma único para a psicologia social no Brasil.

   

  

  

Quanto à formação da psicologia social como campo científico no Brasil, as autoras apontam que:

 

A questão está baseada no seguinte texto:

 

"No tocante à orientação teórica, críticas se dirigiam à ausência de um paradigma unitário, detectando-se a presença concomitante de diversas teorias oriundas da Psicologia das quais derivavam um número acentuado de microteorias, sem, contudo, haver uma (ou mais) teorias especificamente psicossociais. De crucial importância, todavia, são aquelas análises que detectavam que os pressupostos implícitos e o tipo de categorização utilizada envolviam a manutenção do status quo tanto na estrutura da teoria quanto na da sociedade (Jacó-Vilela 1999).

(...)

No caso brasileiro, porém, a apropriação das ideias europeias e norte-americanas normalmente ocorre com um descompasso de tempo e a partir de uma tradução — afinal, são ideias fora do lugar (Schwarz, 1977) — que as faz ter especificidades próprias. A chamada crise da psicologia social, deflagrada nos departamentos de psicologia estadunidenses e europeus, aconteceu de forma particular no Brasil, bem como no restante da América Latina.

(...)

As pesquisas que então começaram a ocorrer, e as práticas que se difundiam, constituíam novos objetos, não mais a psicologia “aplicada” a estabelecimentos, situados em determinados espaços físicos — a clínica, a indústria, a escola —, mas aquela voltada para as situações concretas da vida e produtora de novos conhecimentos: a criança em situação de rua ou em conflito com a lei, as relações de gênero, a conjugabilidade, a saúde mental, a saúde do trabalhador, a sexualidade e, mais recentemente, as relações étnico-raciais.

 

Por outro lado, para que tais concretudes pudessem ser melhor compreendidas, as abordagens tradicionais da psicologia, baseadas no paradigma da ciência natural e supondo isenção e neutralidade, não eram mais suficientes.

(...)

É importante notar que tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo há programas de psicologia social desde o início destes, nos anos de 1960 e 1970. Silvia Lane (1933-2006) estabeleceu os fundamentos do que virá a ser conhecido como a “escola sócio-histórica” da PUC-SP (Bock, Ferreira, Gonçalves, & Furtado, 2007; Lane & Codo, 1984). Ângela Arruda, Celso Sá e outros trouxeram as teorias europeias, notadamente as Representações Sociais (Jodelet, 2005). A partir da presença de George Lapassade em Minas, e de Osvaldo Saidón e Gregório Baremblit no Rio de Janeiro, desenvolveu-se a análise institucional (Rodrigues, 1997).

(...)

Vários foram os encaminhamentos do período, cujos frutos se fazem presentes até hoje. Um dos mais relevantes, sem dúvida, foi a fundação da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO), em 1980. Hoje com expressão nacional, a ABRAPSO reúne pesquisadores, profissionais e estudantes, além de militantes de movimentos sociais, e publica, desde 1986, a revista psicologia & sociedade (Cruz & Van Stralen, 2012)."

 

Fonte: "A Formação da Psicologia Social como Campo Científico no Brasil" (Jacó-Vilela et al.)

 

Com isso, encontramos a resposta na Letra D.


a)  a psicologia social no Brasil depende exclusivamente do conhecimento produzido fora do país.


b)  os departamentos de psicologia das universidades brasileiras não se interessam em desenvolver uma psicologia social que busque compreender a realidade brasileira.


c)  a psicologia social é um conhecimento universal e independe do país em que seu conhecimento é desenvolvido.


d)  a crítica produzida após a década de 1970 incentivou a busca de novos paradigmas teóricos e, até o momento, não se construiu um paradigma único para a psicologia social no Brasil.


e)  a crise da psicologia social no Brasil provocou a divisão dos departamentos de psicologia nas nossas universidades.

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