A grande cantora brasileira Elza Soares, um ícone da MPB, canta uma música composta por Seu Jorge cujo refrão diz: “A carne mais barata do mercado é a carne negra”. A letra
- A) aponta para o racismo, a discriminação e a segregação da pessoa negra, fazendo referência ao período escravagista no qual se mercantilizava o corpo negro e atualizando para a situação atual com, entre outros, referência à morte de jovens negros nas periferias das grandes cidades.
- B) aponta para uma metáfora que expõe a relação entre a carne de má qualidade e o fato de a cor negra ser um significante polissêmico que permite formular uma crítica ao consumo alienado.
- C) denota que a disparada do preço da carne no Brasil exige das pessoas mais pobres estratégias defensivas que muitas vezes comprometem a própria saúde.
- D) refere-se ao fenômeno da prostituição e à forma como muitas mulheres, particularmente mulheres pobres e negras, são compulsoriamente levadas a comercializar seus corpos para garantir a sobrevivência.
- E) acaba incorrendo em um deslize que pode ser compreendido como racismo estrutural ao relacionar o significante carne à cor negra.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) aponta para o racismo, a discriminação e a segregação da pessoa negra, fazendo referência ao período escravagista no qual se mercantilizava o corpo negro e atualizando para a situação atual com, entre outros, referência à morte de jovens negros nas periferias das grandes cidades.
Gabarito Letra A
A grande cantora brasileira Elza Soares, um ícone da MPB, canta uma música composta por Seu Jorge cujo refrão diz: “A carne mais barata do mercado é a carne negra”. A letra
a) aponta para o racismo, a discriminação e a segregação da pessoa negra, fazendo referência ao período escravagista no qual se mercantilizava o corpo negro e atualizando para a situação atual com, entre outros, referência à morte de jovens negros nas periferias das grandes cidades.
Certo!
“Essa reflexão se mostra especialmente importante quando pensamos as relações raciais no Brasil. Uma construção sócio-histórica de caráter complexo silenciou em grande medida o debate acerca das desigualdades raciais, levando a uma naturalização da situação (SILVA, 2012). Essa construção se iniciou com a escravidão e se alterou, ou melhor, adaptou-se ao longo da história do país. Inicialmente, a justificativa da inferiorização da raça negra como algo natural se desenvolveu com justificativas religiosas que marcavam a essência dos africanos como “herdeiros de Cam” e, por isso, condenados à condição que lhes apresentavam. A humanidade parece não ser uma questão colocada aos negros; a própria ideia da “raça negra” enquanto unicidade se deu a partir da dissolução de uma grande diversidade encontrada no continente africano (BARROS, 2009).”
b) aponta para uma metáfora que expõe a relação entre a carne de má qualidade e o fato de a cor negra ser um significante polissêmico que permite formular uma crítica ao consumo alienado.
Errado. Associar a cor negra a algo de má qualidade também seria uma forma de racismo.
c) denota que a disparada do preço da carne no Brasil exige das pessoas mais pobres estratégias defensivas que muitas vezes comprometem a própria saúde.
Errado. A música é uma metáfora, não fala sobre carne enquanto alimento.
d) refere-se ao fenômeno da prostituição e à forma como muitas mulheres, particularmente mulheres pobres e negras, são compulsoriamente levadas a comercializar seus corpos para garantir a sobrevivência.
Errado. A música não fala especificamente de mulheres.
e) acaba incorrendo em um deslize que pode ser compreendido como racismo estrutural ao relacionar o significante carne à cor negra.
Errado. A música é justamente uma crítica ao racismo estrutural, a carne está relacionada ao humano.
Nosso gabarito é Letra A
Fonte: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B3GN7A/1/silva__2018_disserta__o_final.pdf
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