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Para Corga (1998, p.75-183), citada por Calegari (2010), existem “tradições” em Psicologia Social que se sobressaíram não apenas nas origens da disciplina, mas que até hoje têm fortes influências, tanto no ensino quanto nas pesquisas. São elas, EXCETO:

Resposta:

A alternativa correta é letra E) A tradição institucional.

Gabarito Letra E

Para Corga (1998, p.75-183), citada por Calegari (2010), existem "tradições" em Psicologia Social que se sobressaíram não apenas nas origens da disciplina, mas que até hoje têm fortes influências, tanto no ensino quanto nas pesquisas. São elas, EXCETO:

 

Relembre o que a autora diz sobre as tradições da psicologia social:

“Para Corga (1998, p.75-183), existem quatro principais “tradições” em Psicologia Social, que se sobressaíram não apenas nas origens da disciplina, mas que até hoje têm fortes influências tanto no ensino quanto nas pesquisas. São elas:

A) a tradição sociológica americana do interacionismo simbólico, iniciada por George Herbert Mead (1934/1962) nos EUA, entre 1900 e 1931, e desenvolvido por seus discípulos, entre eles, Blumer (1969), que alcunha o termo “interacionismo simbólico”. Posteriormente, dentro desta tradição, Sarbin (1968) desenvolve a teoria do papel e Stryker a teoria da identidade (Styker & Burke, 2000). As teorizações de Mead continuam influenciando teóricos contemporâneos, como por exemplo Habermas (1990), que afirma que “a única tentativa promissora de apreender conceitualmente o conteúdo pleno do significado da individualização social encontra-se na Psicologia Social de G. H. Mead” (p. 185).

B) a tradição do experimentalismo psicológico (Psicologia Social experimental), ocorrida nos EUA também no início do século XX, com seu desenvolvimento e transformações por meio das influências do Behaviorismo (Allport, 1924), Neobehaviorismo (Hull, 1952; Skinner, 1938), Gestalt (Lewin, 1951, 19702; Asch, 1952/1977), e Psicologia Cognitiva. A Psicologia Social ganhou visibilidade principalmente pelos autores provenientes desta tradição. Farr (1998) aponta Asch como um dos precursores da Psicologia Social cognitiva, nos EUA. No entanto, por ter boa parte de suas idéias inspiradas na Gestalt, Corga (1998) o localiza ainda sob as influências desta última, e não da Psicologia Cognitiva.

C) a tradição dos “estudos de grupos sociais”. Corga localiza vários autores que contribuem para a edificação desta tradição, nos primeiros anos de produção acadêmica norte-americana: 1) os estudos de Mayo (1933/1945), com pequenos grupos de trabalhadores da Western Electric Company em Hawthorne, Chicago, entre 1924 e 1932; 2) os estudos sociológicos da Escola de Sociologia de Chicago, nos anos 1930, em ambientes naturais; 3) alguns trabalhos de F. H. Allport, sobre “facilitação social” e “conformismo”; 4) as inovações de J. L. Moreno no trabalho de psicoterapia de grupo; 5) as contribuições de Sherif (1948, 1962), que em 1936 publica “A psicologia das normas sociais”, na qual aponta como os sujeitos se aproximam no grupo para criar normas para situações ainda não estruturadas. Posteriormente, na década de 1960, com o prosseguimento das pesquisas, elabora um modelo explicativo das relações intergrupais para a questão do conflito e cooperação intergrupo. 6) as contribuições de Lewin, que mesmo considerado como consolidador da Psicologia Social experimental, tem em sua obra importante marco para as pesquisas nesta “tradição”. Além do Centro de Pesquisas em Dinâmica de Grupo, Lewin também funda um outro centro, nomeado “comissão para inter-relações comunitárias”, no qual guiou estudos sobre as raízes do anti-semitismo, práticas de socialização para a conscientização coletiva da discriminação social e sobre o preconceito de forma global. 7) os trabalhos de Festinger (1957/1975, 1974; Festinger et al., 1950/1963), com sua teoria de “comparação social” e “dissonância cognitiva”; a “teoria do intercâmbio social”, de Thibaut e Kelley (1959/1967); as pesquisas sobre a “Personalidade Autoritária”, de Adorno et al. (1950/1965); os trabalhos do sociólogo Homans (1951), com a teoria do intercâmbio e a proposta de uma análise sociológica alternativa ao funcionalismo; e as contribuições de Asch nas investigações sobre as minorias.

Os estudos a respeito de grupos sociais diminuíram consideravelmente nos anos 1960, nos EUA, devido aos contextos sócio-político-econômicos. Entretanto, o interesse dos psicólogos sociais a respeito de processos grupais e intergrupais é retomado no final dos anos 1970 (Corga, 1998). Desta vez, com força na Europa, perdurando e tendo produção expressiva até hoje. Algumas escolas (grupos universitários) representam tal “tradição”, como a Escola de Bristol, com estudos da compreensão das relações intergrupais, seus conflitos e discriminações, por meio de conceitos como identidade social, categorização social e comparação social. As figuras proeminentes são seu precursor Tajfel (1972, 1978, 1981) e seu discípulo Turner (1987), este último com a teoria da auto-categorização, entre outros autores. Além da Escola de Bristol, existe também a Escola de Genebra e outros grupos de pesquisadores ingleses, americanos, canadenses e alemães, todos dedicando-se ao estudos de grupos sociais.

D) a tradição sociológica européia das representações sociais, iniciada por Serge Moscovici (1978), a partir dos anos 1960 na França, com a publicação do livro “A representação social da psicanálise”. Moscovici se inspira na obra de Émile Durkheim (com seus conceitos de representação individual e coletiva), que critica duramente a Psicologia, mas que acrescenta:

não temos nenhuma objeção a que se caracterize a Sociologia como um tipo de Psicologia, desde que tenhamos o cuidado de acrescentar que a Psicologia Social tem suas próprias leis, que não são as mesmas da Psicologia individual (Durkheim, 1898 citado por Farr, 1998, p. 152-3).”


a)  A tradição sociológica americana do interacionismo simbólico.
b)  A tradição do experimentalismo psicológico.
c)  A tradição dos "estudos de grupos sociais".
d)  A tradição sociológica europeia das representações sociais.
e)  A tradição institucional.

 

A única que não aparece como uma tradição descrita pela autora é a Letra E, tradição institucional.

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