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A discussão acerca do chamado “Compromisso Social da Psicologia” é bastante presente nos espaços acadêmicos e de debates político/representacionais da profissão. A respeito dessa discussão, é correto afirmar que:

Resposta:

A alternativa correta é letra A) a atual preocupação da categoria com a questão do Compromisso Social diz respeito à construção de um projeto Ético- Político para a profissão.

Gabarito Letra A

 

A discussão acerca do chamado “Compromisso Social da Psicologia” é bastante presente nos espaços acadêmicos e de debates político/representacionais da profissão. A respeito dessa discussão, é correto afirmar que:
a)  a atual preocupação da categoria com a questão do Compromisso Social diz respeito à construção de um projeto Ético- Político para a profissão.
b)  por Compromisso Social entende-se a inserção cada vez maior de psicólogos nas áreas das políticas sociais/públicas.
c)  por Compromisso Social entende-se o incremento quantitativo de alcance populacional atendido pelos psicólogos, em quaisquer áreas de atuação.
d)  o Compromisso Social da psicologia é um debate/movimento que nasceu com a psicologia social comunitária, no Brasil, na década de 1970.
e)  pode-se considerar, nos dias de hoje, o debate do Compromisso Social como superado.

 

É difícil pensar em um contexto em que não seja necessário um debate sobre o Compromisso Social de uma profissão, e definitivamente o que vivemos não comporta essa superação, deste tema que se consolidou na academia na década de 1980. Considerar que apenas os psicólogos inseridos nas áreas de políticas públicas e sociais tem um compromisso social é negligenciar as nuances de outras áreas e abordagens de atuação. Também não são os números alcançados que representam o compromisso social.

 

O compromisso social é a construção de um projeto ético-político para a profissão como um todo, tal como faz o serviço social.

 

“A revisão histórica da Psicologia como profissão é condição para a compreensão do movimento do compromisso social do psicólogo (Lopes, 2005). A atuação do psicólogo tem sido tema de debates desde os estudos clássicos de avaliação da profissão. Já nos anos 1980, com o questionamento de Campos (1983) à função social do psicólogo, a discussão sobre esse tema se consolidou na academia. A partir de preocupações com a profissão, apontadas por Bonfim (1989/1990), Bock (1989/1990) e Campos (1989/1990), o tema do compromisso social do psicólogo voltou à cena de vez e, desde então, tem marcado a produção cientifica em Psicologia. Esse decurso histórico é determinado, dentre outros eventos, pelas mudanças sociopolíticas no Brasil, especialmente as marcas do periodo autocrático-burguês e da reabertura politica em meados da década de 1980, historiadas por Alves (2005),

 A função social do psicólogo aludia ao lugar do psicólogo na divisão social do trabalho e a uma preocupação ética de sua prática concernente a uma sociedade dividida em classes. Dizia respeito a uma "contrapsicologia" tomando como referência a Psicologia realizada por meio de atividades tradicionais. Essa conceituação referendava a reconstituição histórica de uma Psicologia que acontecia em brechas, com denúncias à dominação (Campos, 1983). Campos (1989/1990), ao retomar seus questionamentos, indagou-se sobre a possibilidade de a Psicologia fugir à sua função geradora (lidar com as questões pertencentes à burguesia) e assinalou as mudanças no mercado de trabalho, especificamente, a prestação de serviços a classes subalternas, como a saída para práticas de "contradominação" - mesmo que em âmbitos tradicionais, como o hospital psiquiátrico, a escola ou a indústria.

É preciso, então, avaliar se a reedição da função para o compromisso social tem assumido apenas o discurso político de finalidade da prática profissional, sem operacionalizá-lo e, tão crucial quanto isso, sem realizar a critica ao lugar do psicólogo na divisão social do trabalho - preocupação importante nos estudos de Campos (1983,1989/1990).”

 

“Do exposto é possível compreender que, a partir deste momento, o Compromisso Social da Psicologia passa a ser a perspectiva ético-política a partir da qual todos os temas são abordados. Ou seja, que passa a ser defendida pelo Sistema Conselhos e, portanto, para a profissão, a perspectiva de uma Psicologia que coloca suas práticas a serviço da transformação social, de uma ética voltada para a emancipação humana, da defesa da democracia e das políticas públicas e da inserção em espaços de debate e conquista de direitos de cidadania. A Psicologia que toma como objeto a garantia de direitos da população – conforme evidenciado mais tarde no tema do VIII CNP (Conselho Federal de Psicologia, 2013): “Psicologia, Ética e Cidadania: práticas profissionais a serviço da Garantia de Direitos”. Esse processo ocorre não porque o discurso do Compromisso Social seja verdade universal, mas porque construído enquanto discurso verdadeiro em um determinado momento da profissão do país, através de diferentes mecanismos de regulação que se convertem em teses e propostas debatidas e votadas pela categoria profissional representada.”

  

Nosso gabarito é Letra A.

 

Referência

Miron, Alessandra Xavier, & Guareschi, Neuza Maria de Fátima. (2017). Compromisso Social da Psicologia e Sistema Único de Assistência Social: Possíveis Articulações. Psicologia: Ciência e Profissão37(2), 349-362. https://dx.doi.org/10.1590/1982-3703000952014

Compromisso social do psicólogo em artigos publicados em periódicos científicos no Brasil. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/17488/1/KeylaMOA_DISSERT.pdf

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