As afirmativas abaixo referem-se ao debate sobre os processos psicossociais de exclusão, segundo Denise Jodelet (2008). Analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.
- A) A noção de exclusão não é polissêmica.
- B) Para a Psicologia Social, a interpretação psicológica e a interpretação sócio histórica dos fenômenos se opõem.
- C) Os preconceitos e os estereótipos são duas noções fundamentais aos estudos dos processos psicossociais de exclusão.
- D) A imagem que possuímos de nós mesmos não possui relação com aquela que possuímos do nosso grupo de pertença.
- E) Para a autora, o preconceito está disposto na classe das atitudes e comporta apenas uma dimensão cognitiva.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) Os preconceitos e os estereótipos são duas noções fundamentais aos estudos dos processos psicossociais de exclusão.
Gabarito Letra C
As afirmativas abaixo referem-se ao debate sobre os processos psicossociais de exclusão, segundo Denise Jodelet (2008). Analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.
a) A noção de exclusão não é polissêmica.
Errado. A noção de exclusão é, sim, polissêmica.
“A noção de exclusão, bastante polissêmica, compreende fenômenos tão variados que nós podemos nos perguntar até onde se justifica falar ou tratar de exclusão em geral, o que suporia juntar todos os processos que ela implica ou todas as formas que ela toma em uma mesma alternativa.“
b) Para a Psicologia Social, a interpretação psicológica e a interpretação sócio histórica dos fenômenos se opõem.
Errado. Essas interpretações não se opõem.
“Em se tratando de exclusões socialmente produzidas, a Psicologia Social não opõe um tipo de interpretação (psicológica) a um outro (sócio-histórico, cultural ou econômico). Ela tenta compreender de que maneira as pessoas ou os grupos que são objetos de uma distinção, são construídos como uma categoria à parte.”
c) Os preconceitos e os estereótipos são duas noções fundamentais aos estudos dos processos psicossociais de exclusão.
Certo!
“Os modelos psicodinâmicos que acabamos de examinar fazem intervir dois mediadores importantes da exclusão, os preconceitos e os estereótipos. Estas duas noções, freqüentemente mal diferenciadas senão confundidas, designam os processos mentais pelos quais se operam a descrição e o julgamento das pessoas ou de grupos, que são caracterizados por pertencer a uma categoria social ou pelo fato de apresentar um ou mais atributos próprios a esta categoria. O preconceito é um julgamento positivo ou negativo, formulado e uma pessoa ou de uma coisa e que, assim, compreende vieses e esferas específicas. Disposto na classe das atitudes, o preconceito comporta uma dimensão cognitiva, especificada em seus conteúdos (asserções relativas ao alvo) e sua forma (estereotipia), uma dimensão afetiva ligada às emoções e valores engajados na interação com o alvo, uma dimensão conativa, positiva ou negativa. Forjado nos anos trinta, ele conhece um aumento de interesse desde os anos setenta, com o estudo das relações intergrupos e do ressurgimento do fascismo e dos movimentos de extrema direita, na Europa sobretudo. A atenção está hoje colocada nas representações que fundam os preconceitos, nos processos de comunicação e nos contextos sócio-históricos em função dos quais seus conteúdos se elaboram, muito mais do que na sua forma.
Essas constituem, antes, o objeto de estudo dos estereótipos, fenômenos que foram identificados, nos anos vinte, por um jornalista, Lipmann, que se ocupando da opinião pública fazia dela "imagens na cabeça", representações do meio social que permitiam simplificar sua complexidade. É esta concepção, relacionando estereótipo a uma economia cognitiva e a uma função do conhecimento, que domina os modelos atuais (Hamilton, 1981). Na linguagem cognitivista do tratamento da informação, os estereótipos são esquemas que concernem especificamente os atributos pessoais que caracterizam os membros de um determinado grupo ou de uma categoria social dada. Eles são considerados como resultantes de processos de simplificação próprios ao pensamento do senso comum.”
d) A imagem que possuímos de nós mesmos não possui relação com aquela que possuímos do nosso grupo de pertença.
Errado. Nossa imagem está muito relacionada com a imagem que temos do nosso grupo.
e) Para a autora, o preconceito está disposto na classe das atitudes e comporta apenas uma dimensão cognitiva.
Errado. O preconceito tem uma dimensão cognitiva, uma afetiva e uma conativa.
Nosso gabarito é Letra C.
Referência
SAWAIA, Bader. As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. Petrópolis: Vozes, 2001.
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