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Leia o fragmento textual para responder à questão.

 

A desregulamentação universal – a inquestionável e irrestrita prioridade outorgada à irracionalidade e à cegueira moral da competição de mercado –, a desatada liberdade concedida ao capital e às finanças à custa de todas as outras liberdades, o despedaçamento das redes de segurança socialmente tecidas e societariamente sustentadas, e o repúdio a todas as razões que não econômicas, deram um novo impulso ao implacável processo de polarização, outrora detido (apenas temporariamente, como agora se percebe.) pelas estruturas legais do estado do bem-estar, dos direitos de negociação dos sindicatos, da legislação do trabalho e – numa escala global (embora, neste caso, de modo muito menos convincente.) – pelos primeiros efeitos dos órgãos internacionais encarregados da redistribuição do capital. A desigualdade – intercontinental, entre os estados e, mais fundamentalmente, dentro da mesma sociedade (sem levar em conta o nível do PNB exaltado ou lastimado pelo país) – atinge uma vez mais proporções que o mundo há pouco tempo, confiante em sua habilidade de auto-regular-se e autocorrigir-se, parecia ter deixado para trás uma vez por todas. […] O desvio do projeto da comunidade como defensora do direito universal à vida decente e dignificada para o da promoção do mercado como garantia suficiente da universal oportunidade de auto-enriquecimento aprofunda mais o sofrimento dos novos pobres, a seu mal acrescentando o insulto, interpretando a pobreza com humilhação e com a negação da liberdade do consumidor, agora identificada com a humanidade.

 

BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998, p.34.

 

De acordo com o fragmento textual, é VERDADEIRO afirmar que:

Resposta:

A alternativa correta é letra C) O autor faz uma crítica à ideologia neoliberal, na medida em que esta preconiza uma desinstitucionalização de vários dispositivos estatais de intervenção na vida social.

Gabarito: Letra C

A desregulamentação universal – a inquestionável e irrestrita prioridade outorgada à irracionalidade e à cegueira moral da competição de mercado –, a desatada liberdade concedida ao capital e às finanças à custa de todas as outras liberdades, o despedaçamento das redes de segurança socialmente tecidas e societariamente sustentadas, e o repúdio a todas as razões que não econômicas, deram um novo impulso ao implacável processo de polarização, outrora detido (apenas temporariamente, como agora se percebe.) pelas estruturas legais do estado do bem-estar, dos direitos de negociação dos sindicatos, da legislação do trabalho e – numa escala global (embora, neste caso, de modo muito menos convincente.) – pelos primeiros efeitos dos órgãos internacionais encarregados da redistribuição do capital. A desigualdade – intercontinental, entre os estados e, mais fundamentalmente, dentro da mesma sociedade (sem levar em conta o nível do PNB exaltado ou lastimado pelo país) – atinge uma vez mais proporções que o mundo há pouco tempo, confiante em sua habilidade de auto-regular-se e autocorrigir-se, parecia ter deixado para trás uma vez por todas. [...] O desvio do projeto da comunidade como defensora do direito universal à vida decente e dignificada para o da promoção do mercado como garantia suficiente da universal oportunidade de auto-enriquecimento aprofunda mais o sofrimento dos novos pobres, a seu mal acrescentando o insulto, interpretando a pobreza com humilhação e com a negação da liberdade do consumidor, agora identificada com a humanidade.

 

BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998, p.34.

 

De acordo com o fragmento textual, é VERDADEIRO afirmar que:
a)  A globalização econômica tem ofertado uma territorialidade social estável para a construção dos projetos de vida individuais.

Errado. A globalização não possibilita essa estabilidade na territorialidade social, pelo contrário.


b)  Vive-se em nossos dias um contexto de maleabilidade das estruturas sociais em favor da liberdade do capital, com a exceção das incólumes legislações trabalhistas dos estados nacionais.

Errado. As legislações trabalhistas também entram no pacote de maleabilidade das estruturas sociais em favor do capital.
c)  O autor faz uma crítica à ideologia neoliberal, na medida em que esta preconiza uma desinstitucionalização de vários dispositivos estatais de intervenção na vida social.

Certo!


d)  Os argumentos do autor evidenciam os efeitos sociais do enfraquecimento do estado de bem-estar, embora sua política ainda predomine no cenário político global contemporâneo.

Errado. A política do estado de bem estar social não é predominante há muito tempo.

 

Nosso gabarito é Letra C

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