“O trabalho profissional da Psicologia Comunitária junto à comunidade evidencia relações de dominação que podem privilegiar um saber sobre os demais.” Nessa perspectiva, é correto afirmar que tais atividades profissionais devem considerar, entre outras questões:

A alternativa correta é letra E) Um prestar atenção não apenas ao que as pessoas dizem, mas também ao que as pessoas fazem, ao saber dos outros.

A alternativa correta apresenta uma afirmação que provavelmente foi retirada do livro de Campos (2003).

A autora reflete sobre o saber das comunidades nas quais a psicologia ou o serviço social intervém e afirma que este saber não é melhor nem pior do que o nosso, mas apenas diferente. Assinala que o trabalho comunitário deve considerar dois aspectos:

1. Um respeito muito grande pelo ”saber” dos outros. Isso exige que eu comece por prestar atenção não apenas ao que as pessoas dizem, mas também ao que as pessoas fazem. E só podemos chegar a isso na medida em que nos formos inserindo nas comunidades, com cuidado e humildade, como alguém que pede licença para poder participar;

2. Que o projeto inclua, além do diálogo e a partilha de saberes, a garantia de autonomia e autogestão das próprias comunidades. Afinal, são eles que lá vivem, e que vão continuar a viver. Quem vai por um tempo, para prestar um serviço, para partilhar seu saber, não pode retirar das comunidades essa prerrogativa fundamental de liberdade e autonomia. 

Com base no trecho acima, podemos dizer que é correto afirmar que tais atividades profissionais devem considerar, entre outras questões: um prestar atenção não apenas ao que as pessoas dizem, mas também ao que as pessoas fazem, ao saber dos outros.

Erros das demais alternativas:

a)  O direcionamento das relações de autonomia e gestão para um modo de ser que o saber universitário domina.

b)  O estreitamento entre o diálogo intrauniversitário com as diferentes áreas da própria universidade.
 

c)  A utilização da licença obtida junto a comunidade que demanda a ação da psicologia como única sustentadora do que fazer no campo de

intervenção.
 

d)  A ajuda direta e o redimir das populações pobres da comunidade.

Fonte: CAMPOS, R.H.de F.(org.). Psicologia Social Comunitária: da solidariedade à autonomia. 9ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.