Adotou-se a convenção de dividir o movimento em fases distintas, abrangendo o “bandeirismo defensivo”, o apresamento, o movimento colonizador, as atividades mercenárias e a busca de metais e pedras preciosas. Contudo, apesar dos pretextos e resultados variados que marcaram a trajetória das expedições, a penetração dos sertões sempre girou em torno do mesmo motivo básico.
(John M. Monteiro, Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo)
Para Monteiro, esse “motivo básico” das expedições dos bandeirantes foi
- A) a busca pela ampliação constante do território colonial, sempre em acordo com as autoridades portuguesas.
- B) o acordo tácito, renovado em períodos irregulares, com as ordens religiosas para controlar os povos indígenas.
- C) a atuação de guarda-mor das terras coloniais, evitando a formação de potentados locais e destruindo os já formados.
- D) o combate persistente aos invasores dos espaços coloniais, caso dos espanhóis ao Sul e dos franceses ao Norte.
- E) o imperativo crônico da mão de obra indígena para os empreendimentos agrícolas dos paulistas.
Resposta:
A alternativa correta é letra E) o imperativo crônico da mão de obra indígena para os empreendimentos agrícolas dos paulistas.
Gabarito: Letra E
o imperativo crônico da mão de obra indígena para os empreendimentos agrícolas dos paulistas.
Independente das classificações das bandeiras e dos apresamentos dos paulistas no interior do Brasil, as incursões dos paulistas em direção ao centro-oeste, norte e sul do Brasil tinham como motivo básico e essencial a necessidade de obter mão de obra indígena para a realização dos empreendimentos agrícolas.
Assim, ao longo do século XVII, os colonos de São Paulo e de outras vilas circunvizinhas assaltaram centenas de aldeias indígenas em várias regiões, trazendo milhares de índios de diversas sociedades para suas fazendas e sítios onde eram cultivados leguminosas e trigo, além da criação de animais.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: a busca pela ampliação constante do território colonial, sempre em acordo com as autoridades portuguesas.
Os paulistas realizaram as suas entradas pelo território brasileiro sem respeitar os acordos feitos entre portugueses e espanhóis em Tordesilhas. Não havia um plano estratégico de partir do planalto e ampliar as fronteiras do território colonial para garantir maior domínio à Coroa Portuguesa. O interesse no interior era econômico: obter mão de obra indígena para a lavoura do planalto.
Letra B: o acordo tácito, renovado em períodos irregulares, com as ordens religiosas para controlar os povos indígenas.
Os paulistas assaltavam as missões dos religiosos em busca de indígenas aldeados para trazer para as suas fazendas, roças e sítios.
Letra C: a atuação de guarda-mor das terras coloniais, evitando a formação de potentados locais e destruindo os já formados.
Os paulistas não adentravam o interior com esse objetivo.
Letra D: o combate persistente aos invasores dos espaços coloniais, caso dos espanhóis ao Sul e dos franceses ao Norte.
Os paulistas não exerciam papel de segurança do território. Seu objetivo era capturar o maior número de indígenas para o aumento da mão de obra no planalto paulista.
Referência:
MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra: índios e bandeirantes na origem de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
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