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A Revolução de 1817, também conhecida como Revolução Pernambucana, foi uma entre diversas rebeliões populares que antecederam a Independência do Brasil. Dentre as opções abaixo mencionadas, assinale aquela que não corresponde a uma das causas que culminaram na deflagração desta Revolução:

Resposta:

A alternativa correta é letra E) Queda nos preços do açúcar e tabaco, importantes produtos de exportação de Pernambuco à época.

Gabarito: Letra E

 

A questão quer saber qual das alternativas NÃO apresenta uma causa para a Revolução Pernambucana de 1817, movimento político ocorrido inicialmente em Pernambuco e que se estendeu a outras províncias do Nordeste como a Paraíba, o Rio Grande do Norte, Alagoas e o Piauí. O principal objetivo do movimento era garantir a separação territorial e política dessas províncias em relação ao restante do Brasil. Vamos analisar as alternativas a fim de encontrar o gabarito.


 

a)  A crescente pressão dos abolicionistas europeus, cujas ideias pregavam restrições gradativas ao tráfico de escravos, que se tornavam mão de obra cada vez mais cara, pois a escravidão era o motor de toda a economia agrária pernambucana;


Correta. Segundo Laurentino Gomes, uma das causas para a eclosão da Revolução Pernambucana estaria ligada aos fatores econômicos. E dentro de uma conjuntura  econômica, a questão da mão de obra escrava, a mais utilizada na província, era crucial, pois D. João havia feito acordos comerciais com os britânicos no sentido de restringir o tráfico negreiro para o Brasil até uma futura extinção. Basta relembrarmos que o Tratado de Paz e Amizade de 1810, entre Portugal e Inglaterra que definia em um dos seus artigos a proibição do comércio de escravizados. Em 1815, nas discussões do Congresso de Viena, os representantes capitalistas e abolicionistas decidiram que o tráfico seria abolido ao norte do Equador, o que prejudicaria a entrada de africanos para a província pernambucana, já que os escravizados chegavam pelas rotas do norte do Atlântico. Assim, no entendimento das elites pernambucanas, o fim do tráfico tornaria a mão de obra cada vez mais cara podendo arruinar a economia da província tão dependende dos escravizados.

 


b)  criação de novos impostos por Dom João VI o que provocou a insatisfação da população pernambucana;
 

Correta. Um dos motivos para a eclosão do movimento em Pernambuco foram os diversos impostos criados pela Corte sediada no Rio de Janeiro. Podemos citar, por exemplo, cobranças de taxas de iluminação pública para a Corte e as taxas de permanência das tropas portuguesas na Cisplatina que eram repassadas para o pagamento dos cofres das províncias.

   

c)  grande seca que atingiu a região em 1816, que acentuou a fome e a miséria e culminou com uma queda na produção do açúcar e do algodão, que sustentavam a economia de Pernambuco;
 

Correta. Uma grande seca atingiu o Nordeste às vésperas da Revolução e provocou fome e miséria na população dessa área já que afetou a lavoura de subsistência. A seca ainda atingiu dois produtos de exportação que sustentavam a economia pernambucana: o açúcar e o algodão. Estes sofreram com a queda da produção devido aos fatores climáticos e enfrentaram a concorrência no mercado internacional.

   

d)  Presença maciça de portugueses na liderança do governo e na administração pública.
 

Correta. Um forte sentimento antilusitano tomou conta de Pernambuco, sobretudo, porque os portugueses ocupavam os principais postos na administração e nos meios militares, deixando pouco espaço de ascensão para os brasileiros.

   

e)  Queda nos preços do açúcar e tabaco, importantes produtos de exportação de Pernambuco à época.
 

Incorreta. Pernambuco exportava à época dois produtos principais: o açúcar e o algodão. No contexto anterior à Revolução, Pernambuco e outras áreas do Nordeste enfrentaram uma grande seca que abalou a produção dessas duas matérias-primas. Além disso, os dois produtos sofreram com a concorrência internacional, o açúcar das Antilhas e o algodão dos EUA fizeram com que o preço dos produtos pernambucanos fossem desvalorizados e com um preço abaixo do mercado.

 


Referências:

 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995.
 

GOMES, Laurentino.1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo : Editora Planeta do Brasil, 2007.
 

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

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