A presença maciça de portugueses na colônia a partir de 1808 e a grande quantidade de regalias por eles conquistadas em detrimento do homem da terra, bem como a má utilização do dinheiro público e a criação de novos impostos foram alguns dos motivos de um movimento armado que teve a adesão da Paraíba e cujos rebeldes pretendiam formar uma república federativa. O texto refere-se:
- A) à Confederação do Equador.
- B) à Revolução Pernambucana de 1817.
- C) à Revolução Praieira.
- D) ao Ronco da Abelha.
- E) à Revolta de Quebra Quilos.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) à Revolução Pernambucana de 1817.
Gabarito: Letra B
Essa é uma questão difícil na qual os candidatos e candidatas poderiam ficar em dúvida sobre duas respostas, no caso a letra A e a letra B.
Talvez a banca tenha considerado o gabarito como letra B em função da Revolução Pernambucana ter sido o primeiro movimento a propor a separação de Pernambuco com adesões da Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte do resto do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Por que houve essa revolta?
- A transferência da Corte para o Brasil só beneficiou portugueses e quem esteve próximo da Corte, ou seja, as áreas do sul e sudeste.
- A Corte por diversas vezes aumentou impostos que recaíram sobretudo nos nordestinos.
- Pernambuco já possuía um histórico revolucionário desde o século XVIII.
- Seca de 1816
- Queda do preço do açúcar e do algodão e encarecimento do preço dos escravos
- Corrupção do governador da capitania
Com motivos de sobra montou-se, então, uma insurreição, unindo setores dispersos: comerciantes, grandes proprietários, membros do clero, militares, juízes, artesãos, e uma camada de homens livres que lhe conferiu um perfil mais radical e popular.
Os revolucionários tomaram o Recife e implantaram um governo provisório baseado na “lei orgânica” que proclamou a República, estabeleceu a igualdade de direitos e a tolerância religiosa, sem tocar no problema da escravidão.
A Corte consegui acabar com o movimento revolucionário usando de muita violência e punição exemplar a fim de eliminar qualquer nova possibilidade de sedições.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: Poderia ser a resposta, uma vez que também teve a adesão da Paraíba e pretendeu-se formar uma república federada. Creio que não foi o gabarito, pois a Confederação do Equador ocorrera dentro do Primeiro Reinado, logo após a Revolução Pernambucana, que abrira o caminho revolucionário no Nordeste do século XIX.
Letra C: Última rebelião no Segundo Reinado, ocorrida em 1848, e que envolveu disputas entre facções políticas (conservadores x liberais).
Letra D: O movimento popular conhecido como Revolta do Ronco da Abelha se insere dentro de um conjunto de revoltas populares nas províncias de Minas Gerais, Alagoas, Sergipe, Ceará, Paraíba e Pernambuco durante o Segundo Reinado. O estopim do movimento foram as publicações dos decretos de nº 797 e 798 em 1851 que organizava o censo geral do Império e obrigava todo brasileiro a se apresentar nas paróquias e à frente de juízes de paz das diferentes localidades, para fornecer os dados pessoais, data e local de nascimento, filiação, estado civil e cor da pele. A real intenção do Estado era colher dados para calcular a população, com o objetivo de sistematizar o recrutamento de homens para o serviço militar, mas no imaginário popular a ideia era que o Império queria transformá-los em escravos.
Letra E: Os Movimentos de Quebra-Quilos foram revoltas populares que ocorreram na década de 1870 no Segundo Reinado, em algumas cidades de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas contra a adoção por parte das províncias do Sistema Métrico Decimal.
Resposta baseada nas fontes:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995.
LIMA, Viviane de Oliveira. Revolta de Quebra-Quilos. Levantes contra a imposição do Sistema Métrico Decimal. Disponível em:http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1338335004_ARQUIVO_ANPUHRevoltas-Textofinal.pdf Acesso 20 abr. 2020.
OLIVEIRA, Maria Luiza Ferreira. O Ronco da Abelha: resistência popular e conflito na consolidação do Estado Nacional, 1851-1852. In: Revista da USP - Almanack braziliense n° 01 maio de 2005.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
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