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Isso é burrice, isso é atraso do que quer contestar e fica inventando essas bobagens. Não tem palácios de vidro! Os prédios foram até pequenos demais. Tanto que o Juscelino foi obrigado a fazer anexos, não é? Não era possível construir Brasília se fosse fazer um exame exato das necessidades, dos programas. A coisa foi feita de corrida! O congresso por exemplo, eu fui com o Israel Pinheiro até o Rio de Janeiro, medi o Congresso antigo e multiplicamos! Foi feito. O prazo era a coisa principal. Era construir a nova capital. E foi importante. Criou otimismo. Brasília tá lá, tá pronta.” (entrevista de Oscar Niemeyer. In COUTO, Ronaldo Costa. Brasília Kubitscheck de Oliveira. Rio de Janeiro: Record, 2002, p. 13).


Sobre o processo de ocupação do território brasileiro e a construção de sua capital, assinale o que for correto.

Resposta:

A alternativa correta é letra C) Pode-se dizer que o primeiro ideário de interiorização da capital se deu com a Inconfidência Mineira, ao propor que a capital da nação, após a independência e a proclamação da República seria São João Delrei.

Gabarito: Letra C

Pode-se dizer que o primeiro ideário de interiorização da capital se deu com a Inconfidência Mineira, ao propor que a capital da nação, após a independência e a proclamação da República seria São João Del rei.

 

Entre os projetos dos inconfidentes mineiros, estava a intenção de separar a região de Portugal e criar uma república com capital em São João Del rei. Sendo a Conjuração (ou Inconfidência) Mineira de 1789, podemos dizer que nela havia um primeiro ideário de interiorização da capital, porém a primeira iniciativa oficial no sentido de mudar a capital do país para o interior se concretizou na “Missão Cruls”, como ficou conhecida a Comissão Exploradora do Planalto Central, que realizou um trabalho de demarcação de terrenos na região entre os anos de 1892 e 1894.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: A primeira capital do Brasil, quando ainda era colônia, foi Recife, de onde partiram as expedições que ocuparam o sertão nordestino e parte da Amazônia.

 

A primeira capital do Brasil, ainda no período colonial, foi Salvador, e não Recife.

 

Letra B: Em 1763, por decisão do Marquês de Pombal, a capital foi transferida para São Paulo, como forma de intensificar o processo de ocupação do interior da Colônia.

 

Em 1763 a capital do Brasil realmente foi transferida, mas não para São Paulo e sim para o Rio de Janeiro. O objetivo da transferência era estabelecer uma capital mais perto da região das minas, devido a descoberta do ouro e a necessidade de fiscalizar a saída desse ouro. Portanto, o objetivo não foi o de intensificar o processo de ocupação do interior da Colônia como afirma a alternativa.

 

Letra D: Quando a Corte Portuguesa se deslocou para o Brasil, estabeleceu a capital em Salvador, assim as ameaças à sede do governo ficariam distantes da família real.

 

Quando a Corte Portuguesa se transferiu para o Brasil, manteve o Rio de Janeiro como capital e este passou a ser também a sede do Reino.

 

Letra E: A ideia de construção de Brasília no Planalto Central nasceu na campanha de JK, pegando seus opositores de surpresa e se tornando o carro-chefe para sua vitória nas eleições para Presidente.

 

A ideia de construção de Brasília no Planalto Central ressurgiu, não nasceu, na campanha de JK, se tornando o carro-chefe de sua vitória nas eleições para presidente. Se mudar a capital do litoral para o interior era um sonho antigo na história do Brasil, já que o Rio de Janeiro, que se tornou capital da Colônia em 1763, apresentava inúmeros problemas, dentre os quais vulnerabilidade às invasões estrangeiras, clima tropical favorável a epidemias, local de inúmeras revoltas e, consequentemente, espaço “da desordem”, somente nos anos de 1950 esse sonho se concretizaria através do governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961). A escolha do local onde seria construída a nova capital do país foi feita ainda durante o governo de Café Filho (1954-1955) pela comissão do Serviço de Documentação Aerofotográfica do Exército, responsável pela localização da área para a transferência da capital. Contudo, estudos anteriores a esse época já sugeriam o Planalto Central como o lugar ideal para a construção da nova capital, pode ser citada a tese da engenheira Carmem Portinho para a conclusão da pós graduação em urbanismo realizada na Universidade do Distrito Federal, em 1938, e que tinha por título “Anteprojeto para a futura capital do Brasil no Planalto Central”.

 

Referências:

 

ALVES, Lara Moreira. A Construção de Brasília: uma contradição entre utopia e realidade. CPDOC / FGV. Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/brasilia/arquivos/LaraALVES-AconstrucaodeBrasilia.pdf&ved=2ahUKEwil95Luy8r-AhXGqJUCHYAiDZsQFnoECDoQAQ&usg=AOvVaw39e2QVQO0XFPGrds6jP7RP Acesso em 27 de abr. de 2023.

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 2. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

Dossiê O Governo de Juscelino Kubitschek. FGV CPDOC. Disponível em:https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Brasilia/SonhoAntigo  Acesso em 27 de abr. de 2023.

 

MOREIRA, Vânia Maria Losada. “Os anos JK: industrialização e modelo oligárquico de desenvolvimento rural”. In: FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil republicano (3): o tempo da experiência democrática. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o longo século XIX, volume 2. São Paulo: Saraiva, 2010.

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