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“Até a descoberta dos metais preciosos a colonização foi marcada pela grande propriedade onde se cultivava predominantemente um gênero destinado à exportação com base no trabalho escravo. A afirmativa de que a Plantation foi a forma básica da colonização foi criticada por alguns historiadores que o projeto ‘plantacionista’ era assumido pela classe dominante colonial, mas a Coroa sempre se preocupou em diversificar a produção e garantir o plantio de gêneros alimentícios para o consumo da própria colônia. Houve uma excessiva redução da estrutura social a senhores e escravos esquecendo-se a importância dos brancos e ignorando-se a existência de um campesinato – pequenos proprietários. Além disso, o negócio da escravidão resultou na cumulação urbana propiciado por capitais investidos no tráfico de escravos. Esse grupo de traficantes não se especializava apenas no comércio de homens, dedicando-se também aos investimentos em prédios urbanos, à usura e às operações de importação e exportação.”

 

(Fausto, 2002.)


Dentre as marcas deixadas pela grande empresa monocultora que caracterizou o Brasil no período colonial podemos destacar:

Resposta:

A alternativa correta é letra D) A grande propriedade, a vinculação com o exterior através de uns poucos produtos primários de exportação, a escravidão e suas consequências.

Gabarito: alternativa D)

 

A questão traz um texto do historiador brasileiro Boris Fausto acerca do Plantation, sistema agrícola que marcou as relações entre Portugal e suas colônias.

 

Devemos assinalar a alternativa que apresenta corretamente as consequências da monocultura que marcou o Brasil colonial:

 

a)  O tráfico humano, negócio altamente lucrativo, feito através de alianças entre traficantes europeus, brasileiros e africanos.

Incorreta. O trafico humano realmente era um negócio lucrativo, sobretudo entre os séculos XVI e XVIII. As alianças entre os traficantes, que foram mencionadas pela assertiva, faziam parte da lógica do tráfico. No entanto, o tráfico de africanos escravizados era um empreendimento da Coroa Portuguesa, a Metrópole era instituição por trás desse tráfico.


b)  O Plantation, localizado apenas em alguns pontos específicos do Brasil, por ser considerado um modo de agricultura sustentável.

Incorreta. O Plantation não pode ser considerado um modo de agricultura sustentável, haja vista que esse sistema representa a monocultura, em grandes propriedades, voltada à exportação.


c)  A cultura da cana-de-açúcar, que a pesar de ter se iniciado nos tempos coloniais, ainda representa o sustentáculo da economia nordestina.

Incorreta. O açúcar nordestino entrou em declínio após a expulsão dos holandeses em meados do século XVII. Esses holandeses expulsos passaram a produzir um açúcar de melhor qualidade e mais barato nas Antilhas, dessa forma, o açúcar brasileiro não conseguiu competir.

 

É um grande equívoco afirmar que o açúcar ainda representa o sustentáculo da economia nordestina. Tal região possui uma economia altamente diversificada envolvendo agropecuária, indústria, comércio e turismo.


d)  A grande propriedade, a vinculação com o exterior através de uns poucos produtos primários de exportação, a escravidão e suas consequências.

Correta! As plantações era empreendidas em grandes latifúndios, que seguiam a lógica das monoculturas voltadas para exportação, assim como foi no exemplo do açúcar nordestino.

 

A utilização da mão de obra escrava no sistema Plantation intensificou o tráfico humano e a escravidão no Brasil só foi abolida em 1888, sem nenhuma política de reinserção dos escravizados na sociedade. Dessa forma, a lógica exploratória do Plantation deixou muitas consequências na economia e na sociedade brasileira, como a concentração de terras e a nossa estrutura econômica voltada à agroexportação.

 

Referências: 

 

FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. 3. ed. São Paulo: Edusp, 2008.

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