O açúcar, no período colonial, e o café, no Império, foram duas importantes riquezas do Brasil. Com relação a essas atividades, é correto afirmar que
- A) o açúcar promoveu o surgimento de cidades no interior, enquanto a lavoura cafeeira expandiu-se na faixa litorânea.
- B) ambas basearam-se no minifúndio e desenvolveram uma organização política marcada pelo poder dos burgueses.
- C) a ascensão social era mais fácil nos engenhos de açúcar do que nas fazendas de café, onde a sociedade era imóvel.
- D) ambas estavam submetidas ao monopólio de comércio e produziam, principalmente, para o mercado interno.
- E) a produção açucareira baseou-se na escravidão, assim como, no início, o café, que depois usou trabalho livre imigrante.
Resposta:
A alternativa correta é letra E) a produção açucareira baseou-se na escravidão, assim como, no início, o café, que depois usou trabalho livre imigrante.
Gabarito: Letra E
Com a Colonização Portuguesa na América, a partir da década de 1530, e o início de uma economia baseada no plantio de açúcar, iniciou-se também um tráfico interno de escravos indígenas para atender aos engenhos brasileiros.
A produção açucareira foi implantada em associação direta com o trabalho escravo. A produção em larga escala exigia um número imenso de trabalhadores submetidos a uma situação de exploração quase ilimitada. A maioria dos colonos portugueses que vinham ao Novo Mundo não se dispunham às atividades manuais, consideradas desonrosas e desejavam, de imediato, obter terras e escravos para o seu sustento.
Até o final do século XVI, a escravidão indígena foi amplamente empregada nos engenhos de açúcar. Nos séculos seguintes, ela continuou sendo utilizada nas Capitanias do Sul e nas regiões do Grão-Pará e Maranhão, como solução para a necessidade de braços nas lavouras.
Gradativamente, os engenhos foram introduzindo negros africanos escravizados, que acabaram por se tornar a mão de obra característica da produção açucareira. Além da resistência dos indígenas, que se deslocavam com as suas tribos para o sertão, fugiam das fazendas e promoviam ataques aos portugueses, outro motivo fundamental dessa mudança foi a lucratividade do tráfico negreiro. Controlado por portugueses, gerava altíssimos lucros para a metrópole.
No século XIX, começa a desenvolver-se a atividade cafeeira também utilizando escravos africanos. Produção essencialmente doméstica até o final do século XVIII, o café passou a ser uma cultura comercial na década de 1820, na região do Vale do Paraíba, entre São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1831, o produto já figurava como líder nas exportações brasileiras, suplantando o açúcar, o fumo e o algodão. Do Vale a cafeicultura espalhou-se para o sul de Minas Gerais e para o oeste de São Paulo. Com a nova atividade, ampliou-se ainda mais a escravidão no Brasil.
Com perspectiva do fim da escravidão, afinal esta já havia sido abolida em praticamente todas as colônias e ex-colônias europeias, tiveram início as primeiras experiências, empreendidas por fazendeiros paulistas, de substituição de escravos por homens livres. Suspenso o tráfico negreiro e, posteriormente, decretada a abolição da escravatura, o Estado passou a investir na entrada de imigrantes ao país visando a substituição da mão de obra escrava pelo trabalho livre do imigrante.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: o açúcar promoveu o surgimento de cidades no interior, enquanto a lavoura cafeeira expandiu-se na faixa litorânea.
Ao contrário. O açúcar expandiu-se na faixa litorânea e a lavoura cafeeira promoveu o surgimento de cidades no interior.
Letra B: ambas basearam-se no minifúndio e desenvolveram uma organização política marcada pelo poder dos burgueses.
Ambas basearam-se no latifúndio e desenvolveram uma organização política marcada pelo poder de cavaleiros da pequena nobreza que tinham se destacado na expansão para a África e para a Índia, no caso do açúcar, e de comerciantes e funcionários reais enriquecidos, que obtiveram títulos de nobreza da Coroa Brasileira, no caso do café.
Letra C: a ascensão social era mais fácil nos engenhos de açúcar do que nas fazendas de café, onde a sociedade era imóvel.
A sociedade do café não era imóvel e a possibilidade de ascensão social era maior nas fazendas de café, já que era cada vez maior a pressão pelo fim da escravidão.
Letra D: ambas estavam submetidas ao monopólio de comércio e produziam, principalmente, para o mercado interno.
Ambas produziam para o mercado externo e não interno, sendo que o açúcar estava sujeito ao monopólio comercial devido ao pacto colonial no qual a colônia só podia comercializar com a metrópole.
Referências:
AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.
CAMPOS, Flavio de. A escrita da história: ensino médio: volume único. 1ª ed. São Paulo: Escala Educacional, 2005.
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 1. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: das sociedades sem Estado às monarquias absolutistas, volume 1. São Paulo: Saraiva, 2010.
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