A transição do Império para a República, proclamada em 1889, constituiu a primeira grande mudança de regime político ocorrida desde a Independência. Republicanistas “puros”, como Silva Jardim, defendiam uma mudança de regime que, a exemplo da França, tivesse como resultado maior participação da população na vida política nacional. Mas, vitoriosos, os republicanos conservadores, como Campos Sales, mantiveram o modelo de exclusão política e sociocultural sob nova fachada. Ao “Parlamentarismo sem povo” do Segundo Reinado, sucedeu uma República praticamente “sem povo”, ou seja, sem cidadania democrática.  

A alternativa correta é letra B) Errado

Gabarito: ERRADO

A transição do Império para a República, proclamada em 1889, constituiu a primeira grande mudança de regime político ocorrida desde a Independência. Republicanistas “puros”, como Silva Jardim, defendiam uma mudança de regime que, a exemplo da França, tivesse como resultado maior participação da população na vida política nacional. Mas, vitoriosos, os republicanos conservadores, como Campos Sales, mantiveram o modelo de exclusão política e sociocultural sob nova fachada. Ao “Parlamentarismo sem povo” do Segundo Reinado, sucedeu uma República praticamente “sem povo”, ou seja, sem cidadania democrática.
 

Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: Editora SENAC, 2008, p. 552 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aspectos marcantes da história brasileira entre o regime monárquico do século XIX e a Primeira República, julgue (C ou E) o item seguinte.

• Apesar de o republicanismo ter sido assimilado e apoiado por grande parte da opinião pública brasileira, fato comprovado com a eleição de significativa bancada de deputados do Partido Republicano nas últimas décadas do Império, a implantação do novo regime ocorreu por golpe de Estado liderado por oficiais do Exército.

Uma leitura atenta do texto colocado no enunciado seria mais do que suficiente para resolver este item. Os autores são muito claros ao propor que o republicanismo conservador, que triunfaria, seria caracterizado pela sistemática exclusão política das massas no primeiro período republicano. Com uma cidadania muito frágil e com parte significativa da sua população nos campos e sob expressivo analfabetismo, a república brasileira seria, antes de tudo, um fenômeno de elites sem nenhuma mobilização expressiva da população em geral. Ou seja, é um erro se falar num republicanismo generalizado ou numa expressiva organização da opinião pública brasileira sobre o tema. Há de se ter claro que, à época, a maior parte da nossa população estava excluída da vida política pelas mais diversas formas.

No período, a maior força política de oposição à monarquia estava em torno do Partido Republicano Paulista (PRP), que seria fundado em 1873 na Convenção de Itu. Congregando uma nova oligarquia cafeeira e importantes profissionais liberais, o PRP só se faria representar na Câmara em 1885, quando elegeu deputados Campos Sales e Prudente de Morais. Sobre isso, há de observar o estudante que as eleições parlamentares no Império eram extremamente frágeis e controlada pelos partidos centrais. Ou seja, pela própria natureza do sistema, seria praticamente impossível um fortalecimento expressivo do PRP no Parlamento.

Por fim, cumpre esclarecer que, de fato, seriam os oficiais do Exército os responsáveis por desfechar o golpe final contra a monarquia, depondo-a em novembro de 1889. No entanto, a instalação da república se manteve, fundamentalmente, sendo um movimento de elite e com baixíssima identificação popular. Portanto, item ERRADO.