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O que procurei examinar foi sobretudo o sistema. O coronel entrou na análise por ser parte do sistema, mas o que mais me preocupava era o sistema, a estrutura e a maneira pelas quais as relações de poder se desenvolviam na Primeira República, a partir do município.

LEAL,Victor Nunes. Apud. CARVALHO, José Murilo de. “Mandonismo,

Coronelismo, Clientelismo: uma discussão conceitual”. In Dados [on line], v. 40 no 2, 1997.

O coronelismo é uma prática política

Resposta:

A alternativa correta é letra C) edificada na confluência da implantação do federalismo, na conjuntura de crise do trabalho escravo e da proclamação da República.

 

Gabarito: Letra C

 

A questão versa sobre as características do coronelismo enquanto sistema político edificado em determinado contexto, analisemos as alternativas em busca da resposta correta.

 

a)  presente em vários momentos da história brasileira, baseada no domínio do coronel sobre uma dada localidade.

 

Incorreta: O coronelismo, enquanto sistema político, está presente em um momento específico da história brasileira, a Primeira República, sendo baseado no domínio dos coronéis sobre uma dada localidade, seja no âmbito municipal ou regional.


b)  típica de vários momentos da história brasileira, fundado no domínio dos coronéis sobre o governo estadual.

 

Incorreta: O coronelismo, enquanto sistema político, é típico de um momento especifico da história brasileira, a Primeira República, sendo fundado no domínio dos coronéis no âmbito municipal ou regional.


c)  edificada na confluência da implantação do federalismo, na conjuntura de crise do trabalho escravo e da proclamação da República.

 

Correta: O contexto no qual o coronelismo aparece como sistema político é justamente o que marca a transição de um governo imperial para um governo republicano, onde o fim da escravidão, ainda durante o Império, leva a uma crise não só do trabalho escravo, mas também uma crise política, quando os fazendeiros insatisfeitos com a abolição da escravidão passam a apoiar a proclamação da República, resultando esta última em um acordo entre as elites cafeicultoras, militares e profissionais liberais. Assim, a crise do escravismo cria as bases para a articulação e implantação do regime republicano sendo este definido pelo federalismo, que transformava as províncias imperiais em estados-membros da federação, concedendo-lhes mais autonomia administrativa em relação ao governo federal. Foi nesse espaço de autonomia que o coronelismo ganhou força, especialmente nas áreas mais afastadas dos espaços urbanos e centrais, onde a maioria da população ainda sofria com a exploração e ausência de direitos sociais que as tornavam sujeitas ao poder do coronel.


d)  herdada do patriarcalismo da sociedade imperial e das hierarquias do escravismo.

 

Incorreta: O coronelismo é uma prática política que herda o patriarcalismo da sociedade colonial (não imperial), mas não as hierarquias do escravismo, visto que desponta da crise desse sistema e da articulação de uma nova configuração política.


e)  produzida pelos conflitos entre elites civis e militares pelo controle da Guarda Nacional e da direção do Estado Republicano.

 

Incorreta: O coronelismo não foi produzido por conflitos entre elites civis e militares pelo controle da Guarda Nacional ou pela direção do Estado Republicano. Pelo contrário, ele é fruto da articulação política de elites cafeicultoras e militares que instituíram o Estado Republicano e instrumentalizaram o controle político através de um sistema de dominação política e clientelista.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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