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Foi intenso o fluxo de mudanças, atingindo todos os níveis da experiência social, que se concentrou de fins do século XIX até cerca de meados do XX. Estimuladas sobretudo por um novo dinamismo no contexto da economia internacional, essas mudanças irão afetar desde a ordem e as hierarquias sociais até as noções de tempo e espaço das pessoas, seus modos de perceber os objetos ao seu redor, de reagir aos estímulos luminosos, a maneira de organizar suas afeições e de sentir a proximidade ou o alheamento de outros seres humanos. De fato, nunca em nenhum período anterior, tantas pessoas foram envolvidas de modo tão completo e tão rápido em um processo dramático de transformação de seus hábitos cotidianos, suas convicções, seus modos de percepção e até de seus reflexos instintivos. Isso não apenas no Brasil, mas no mundo, tomado agora como um todo integrado. A raiz dessa dinâmica expansionista foi a irrupção, em fins do século XVIII, da Revolução Industrial.

 

Nicolau Sevcenko. O prelúdio republicano, astúcias da ordem e ilusões do progresso. In:

Fernando A. Novais (coord.) e Nicolau Sevcenko (org.). História da vida privada no Brasil.

São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 7-8 (com adaptações).

 

Tendo o texto como referência inicial, julgue o item a seguir.

 

No período de tempo mencionado no texto, o cotidiano dos brasileiros foi marcado pela expansão da vida urbana e consolidação plena do regime democrático, com eleições livres, isentas de fraudes e sustentadas pelo voto universal e secreto.

Resposta:

A alternativa correta é letra B) Errado

GabaritoErrado

 

De fins do século XIX até 1930, o Brasil viveu o período denominado como Primeira República, no qual estiveram no poder primeiramente militares – a chamada República da Espada, de 1889 a 1894, marcada por grande instabilidade política – e depois as oligarquias dos Estados, com ênfase nas oligarquias paulista e mineira – a chamada República Oligárquica ou República do Café com Leite, de 1894 a 1930.

Durante esse período a democracia era bem frágil, com eleições marcadas pela fraude (eleições de “bico de pena”, “voto de cabresto”, “curral eleitoral”) conduzidas pelo poder de grandes fazendeiros regionais (coronelismo) e sustentadas pelo voto aberto e uma política clientelista que relacionava as eleições aos interesses de políticos regionais, estaduais e federais.

 

De 1930 a 1945, o Brasil esteve sob o comando de um único líder político que assumiu o poder em três diferentes contexto: I) Governo Provisório (de 1930 a 1934), momento em que governou com plenos poderes e sem nenhuma Constituição, já que havia suspendido a anterior (de 1891); II) Governo Constitucional (de 1934 a 1937), quando houve o retorno da constitucionalidade política e jurídica; III) Estado Novo (de 1937 a 1945), momento em que deu um golpe e governou com poderes autoritários.

No conjunto essa época foi denominada de Era Vargas, já que teve Getúlio Vargas como dirigente político da nação. Essa foi uma época de instabilidade política, sendo a democracia vivida pelo país apenas durante período do Governo Constitucional (1934 a 1937).

 

Por fim, de 1945 até 1950 (meados do século XX), temos o retorno da vida democrática no país, mas não de uma democracia plena, já que, sob influência da Guerra Fria, o governo brasileiro tomou medidas autoritárias e anticomunistas, cassando mandatos de parlamentares eleitos pelo voto popular e colocando na ilegalidade o PCB.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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