Logo do Site - Banco de Questões
Continua após a publicidade..

Café era sinônimo de São Paulo, e os políticos paulistas visavam avidamente beneficiar a economia exportadora de seu estado. Suas lideranças mostravam interesse em cooperar com os representantes de outros estados e do governo federal quando detectavam interesses comuns; por sua vez, entre as elites estaduais, os paulistas defendiam políticas intervencionistas com habilidade inusitada, enquanto o governo federal se mostrava reticente em fazê-lo. A mais famosa instância de cooperação com os outros estados, cooperação com o governo federal e demonstração de autoconfiança foi o episódio da valorização do café em todos os diversos estágios de seu desenvolvimento.

 

[Joseph L. Love, A república brasileira: federalismo e regionalismo

(1889-1937). Em Carlos Guilherme Mota (org).

Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000):

a grande transação]

 

 

A Política de Valorização do Café, pensada no Convênio de Taubaté (1906),

Resposta:

A alternativa correta é letra A) foi implementa pela primeira vez em 1908 em São Paulo que, neste ano, arcou sozinho com o custo desse programa, condição possível porque os paulistas respondiam pela metade da produção anual mundial de café.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  

Café era sinônimo de São Paulo, e os políticos paulistas visavam avidamente beneficiar a economia exportadora de seu estado. Suas lideranças mostravam interesse em cooperar com os representantes de outros estados e do governo federal quando detectavam interesses comuns; por sua vez, entre as elites estaduais, os paulistas defendiam políticas intervencionistas com habilidade inusitada, enquanto o governo federal se mostrava reticente em fazê-lo. A mais famosa instância de cooperação com os outros estados, cooperação com o governo federal e demonstração de autoconfiança foi o episódio da valorização do café em todos os diversos estágios de seu desenvolvimento. [Joseph L. Love, A república brasileira: federalismo e regionalismo (1889-1937). Em Carlos Guilherme Mota (org). Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000): a grande transação]

  

A Política de Valorização do Café, pensada no Convênio de Taubaté (1906),

  • a)  foi implementa pela primeira vez em 1908 em São Paulo que, neste ano, arcou sozinho com o custo desse programa, condição possível porque os paulistas respondiam pela metade da produção anual mundial de café.

O Convênio de Taubaté foi uma iniciativa dos governos estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais para envolver o governo federal numa política de valorização do café. Assinado pelo governo Rodrigues Alves, o convênio previa a compra dos excedentes de produção por parte do governo federal para que o excesso de oferta não depreciasse internacionalmente o preço do café. Até 1908, de fato, houve uma apreciação do preço internacional do café, mas a queda dos preços levou ao acionamento do convênio para a proteção do produto. Sob a presidência de Afonso Pena, seriam tomadas medidas para a preservação do preço do café e, evidentemente, São Paulo foi o grande alvo disso por ser o grande produtor cafeeiro. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b)  esteve associada a uma política de contenção de plantio de novos cafeeiros, condição que provocou, após a Primeira Guerra, uma diminuição da presença brasileira no mercado mundial de café.

O controle dos excedentes se dava pela compra pelo governo federal, e não pela limitação dos investimentos produtivos. Pelo contrário, a malha ferroviária paulista e os grandes lucros obtidos permitiam a expansão da cafeicultura pelo interior de maneira muito significativa. A produção continuaria em expansão com a certeza da seguridade governamental para proteger os preços e absorver prejuízos. As variações da participação brasileira no mercado mundial de café ocorreram antes pela entrada de novos produtores no mercado do que por uma retração dos investimentos nacionais. Alternativa errada.

 
  • c)  recebeu imediato apoio da maior parte dos estados brasileiros, mais a adesão irrestrita do governo federal, porque o aumento das exportações paulistas trazia benefícios diretos para todos os outros estados.

A iniciativa, como comentado acima, foi encabeçada pelos governos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que assinaram o convênio em Taubaté. Ainda que tenha sido aprovado pelo Congresso Nacional e ratificado pelo Presidente da República, o convênio era francamente voltado para os estados cafeicultores, enquanto os demais eram equilibrados pela Política dos Governadores, mantendo-os clientes do governo federal controlado pelas oligarquias do Sudeste. Alternativa errada.

 
  • d)  aumentou o fluxo de café no mercado internacional, principalmente na Grã-Bretanha, e produziu melhora importante nas finanças do governo federal, por este ser o arrecadador do imposto de exportação.

O princípio do Convênio de Taubaté era exatamente controlar o fluxo de café no mercado internacional para que o excesso de oferta não trouxesse uma diminuição geral dos preços. Com o governo brasileiro comprando os excedentes, protegia-se o produtor de prejuízos mais expressivos ao mesmo tempo em que se mantinha no horizonte uma garantia de preço mínimo para o café. Alternativa errada.

 
  • e)  foi bem-sucedida até o início da Primeira Guerra, momento no qual as dívidas com os banqueiros europeus foram cobradas e não houve mais recurso para a reaplicação desse mecanismo de apoio ao café.

Ainda que tenha dado resultados num primeiro momento, o Convênio de Taubaté apenas conseguiu adiar algumas dificuldades que se avizinhavam. Durante e depois a Primeira Guerra Mundial, outros arranjos foram desenvolvidos para manter a política de valorização do café, cuja expressão máxima viria na década de 1920, com o Instituto do Café. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

Continua após a publicidade..

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *