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Em 1890 a população geral do estado de São Paulo era de 1384753 e já em 1900 quase dobrou o número de habitantes, com a estimativa de um total de 2279608. No período relacionado, do total de 1351459 imigrantes entrados no país, temos 690365 italianos (de 1890 a 1899), equivalente a 51%. Somente o estado de São Paulo absorveu mais da metade dos imigrantes, num total de 430 243 italianos no mesmo período.

 

(…)
A entrada de trabalhadores europeus e seus familiares estava além da atração exercida pela cafeicultura, o artesanato e a indústria. Ao lado do estímulo oferecido pelo subsídio e o trabalho na lavoura, havia na Europa mudanças significativas e generalizadas que impulsionaram a liberação de habitantes dos setores agrícolas e também das cidades. O desejo por trabalho e uma vida melhor na América colocou os imigrantes italianos entre as principais etnias preferidas pela política imigratória paulista.

 

(Rosana Aparecida Cintra. In Anais do XX Encontro Regional de História: História e Liberdade. ANPUH/SP – UNESP-Franca, 2010.)

 

A partir do texto, é correto reconhecer que o grande fluxo de imigrantes para São Paulo relaciona-se com

Resposta:

A alternativa correta é letra E) a necessidade de mão de obra para várias atividades econômicas, assim como as condições desfavoráveis para que as pessoas permanecessem em algumas regiões da Europa.

Gabarito: Letra E

 

O marco da imigração europeia começa a ser desenhado a partir de 1850, quando o tráfico negreiro foi abolido no Brasil.

 

Os cafeicultores começaram a pensar em alternativas para a mão de obra, uma vez que o número de escravos a desembarcar nos principais portos do Império diminuiria.

 

A primeira saída foi trazer escravos de outras áreas, mas isso não foi o suficiente devido ao aumento da expansão das áreas cafeeiras.

 

Então esboçou-se a vinda de imigrantes para o Brasil.

 

As primeiras migrações eram patrocinadas pelo governo imperial como uma forma de ensaio para a substituição da mão de obra.

 

Depois, os próprios fazendeiros paulistas começaram a investir parte dos lucros do café para trazer os imigrantes, sobretudo os italianos.

 

As demais leis antiescravidão (1871 e 1885) fizeram com que se buscasse cada vez mais um número de trabalhadores europeus.

 

E por que os italianos vieram ao Brasil?

 
  • Pela propaganda que os fazendeiros faziam das terras brasileiras
  • Em função da crise econômico-social pela qual passava a Itália, isso porque o país acabara de fazer a unificação após muitas guerras e muitos camponeses e pequenos proprietários ficaram sem terras ou recursos para reconstruir suas vidas.
  • Devido ao transporte e passagem serem pagos pelos fazendeiros
 

Esse processo de imigração continua a se aprofundar nas primeiras décadas republicanas devido ao fim da escravidão, pela diversificação das atividades econômicas e ao regime de colonato implantado no sul do país.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: O governo imperial subsidiou algumas vezes a vinda de imigrantes, mas boa parte da imigração era custeada pelo governo provincial de São Paulo e pelos próprios fazendeiros. Além disso, a Lei de Terras de 1850 não beneficiou os imigrantes, pois eles só poderiam comprar um pedaço de terra do governo após dois anos de trabalho e moradia. Como poderiam comprar terra se recebiam baixos soldos? A Lei de Terras beneficiou os grandes proprietários.

 

Letra B: Os debates sobre as cotas para imigração são da década de 1930, durante o governo Vargas.

 

Letra C: Os fascistas só começam a se fazer presentes na Itália na década de 1920 e não foram expulsos do país. Havia um interesse do governo italiano em mandar para o Brasil imigrantes que tinham ideologias de esquerda como o anarcosindicalismo, o anarquismo ou o socialismo.

 

Letra D: A abolição da escravatura só foi aceita pelos proprietários após não ter mais opções devido às pressões dos movimentos abolicionistas, as constantes fugas em massa de escravos, a libertação de escravos em algumas províncias e ter sido aprovada sem garantir direitos e indenizações aos ex-escravos.

 

Resposta baseada nas fontes:

 

ALONSO, Ângela. “Processos políticos da Abolição”. In: GOMES, Flávio e SCHWARCZ, Lilia (Orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos. 1ª ed. — São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995.

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