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De modo geral, os logradouros de Fortaleza, até meados do século XIX, eram conhecidos por designações surgidas da tradição ou de funções e edificações que lhes caracterizavam. Assim, chamava-se Travessa da Municipalidade (atual Guilherme Rocha) por ladear o prédio da Intendência Municipal; S. Bernardo (hoje Pedro Pereira) por conta de igreja homônima; Rua do Cajueiro (atual Pedro Borges) por abrigar uma das mais antigas e populares árvores da capital. Já a Praça José de Alencar, na década de 1850, era popularmente designada por Praça do Patrocínio, pois em seu lado norte se encontrava uma igreja homônima.

 

SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade.

Fortaleza: Museu do Ceará; Secult-CE, 2001 (adaptado).

 

Os atos de nomeação dos logradouros, analisados de uma perspectiva histórica, constituem

Resposta:

A alternativa correta é letra B) modos oficiais e populares de produção da memória nas cidades.

Gabarito: Letra B

(modos oficiais e populares de produção da memória nas cidades.)

 

Conforme o trecho indica, até meados do século XIX, os logradouros de Fortaleza eram conhecidos por designações surgidas da tradição, como por exemplo, a Rua do Cajueiro, que era identificada por abrigar uma das mais antigas e populares árvores da capital.

 

Portanto, essa identificação de logradouro era feita de modo popular.

 

Mas a mesma rua foi rebatizada por um órgão oficial com a denominação de uma autoridade, no caso, a rua passou a se chamar Pedro Borges. Isso implicou a renomeação por modo oficial.

 

Então, podemos observar que um logradouro pode ser conhecido de forma popular ou de forma oficial e as duas formas marcam espaços de memórias diferentes por grupos sociais diferentes.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: formas de promover os nomes das autoridades imperiais.

 

Os nomes apresentados são de autoridades do Ceará que viveram tanto no Império quanto na República. Um bom exemplo, é o logradouro conhecido como Rua Pedro Borges, que homenageia um político que foi presidente da província do Ceará durante os primeiros anos da República ou mesmo Rua Guilherme Rocha que também faz referência a um político cearense dos primeiros anos da República.

  

Letra C: recursos arquitetônicos funcionais à racionalização do espaço urbano.

 

Não notamos no trecho indícios de recursos arquitetônicos funcionais para racionalizar o espaço urbano. Alguns logradouros receberam nomes de autoridades que não guardam referências com paisagens arquitetônicas, como, por exemplo, uma rua que seja conhecida por causa de uma edificação ou um monumento.

  

Letra D: maneiras de hierarquizar estratos sociais e dividir as populações urbanas.

 

Não notamos no trecho indícios de hierarquização de espaço ou camadas sociais. O que o trecho nos informa é que alguns logradouros eram conhecidos de maneira mais popular e depois foram rebatizados para nomes oficiais. O mecanismo principal do trecho é a produção da memória que deixa de ser popular e passa a ser oficial.

  

Letra E: mecanismos de imposição dos itinerários sociais e fluxos econômicos na cidade.

 

Não notamos no trecho indícios de imposição de itinerários sociais e de fluxos econômicos na cidade. O que o trecho nos informa é que alguns logradouros eram conhecidos de maneira mais popular e depois foram rebatizados para nomes oficiais.

 

Referência:

 

Dicionário de ruas de Fortaleza. Disponível em: http://www.dicionarioderuasfortaleza.com.br. Acesso: 08 dez. 2020.

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