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I. Que houve pois em 1930? A substituição de um setor das classes dominantes por outro, sem que nada alterasse no país. (…) Desse modo a Revolução de 30 não foi na verdade uma revolução como não foi igualmente um movimento puramente militar e menos ainda uma guerra civil. Talvez se pudesse classificá-la como uma insurreição político-militar com apoio parcial do povo, embora possa continuar chamando-se Revolução de 30, nome que, com as devidas ressalvas, não prejudica ninguém.
(Leôncio Basbaum. História sincera da República: de 1889 a 1930)
II. Muitos dos que criticam chamar o movimento de 1930 de revolução consideram que a Abolição da Escravatura, por exemplo, foi uma ruptura mais importante. Chamar 30 de revolução nada mais seria do que assumir o ponto de vista dos “vencedores”. É preciso lembrar que movimentos vitoriosos tendem a construir representações que confirmam seu ímpeto revolucionário, destruidor das velhas estruturas, e que
a história envolve não só a luta política mas também a luta de símbolos e representações.
(http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/Revolucao30)
Considerando os dois fragmentos, está correto afirmar que
- A) tanto I quanto II questionam o caráter revolucionário do movimento de 1930.
- B) em I, o movimento de 1930 representa a ruptura com a oligarquia, enquanto que, em II, representa etapa importante da revolução burguesa.
- C) I e II consideram que o movimento foi essencial para o desencadeamento das forças produtivas do sistema capitalista.
- D) em I, 1930 significou uma nova etapa política para as oligarquias; em II, houve a superação da condição feudal da economia.
- E) o autor de I analisa o fato pelo ponto de vista da história neomarxista; o autor de II, pelo positivista.
Resposta:
A alternativa correta é a letra A)
Tanto I quanto II questionam o caráter revolucionário do movimento de 1930.
No fragmento I, Leôncio Basbaum argumenta que a Revolução de 1930 foi na verdade uma insurreição político-militar com apoio parcial do povo, e não uma verdadeira revolução. Ele sugere que houve uma troca de setores das classes dominantes sem grandes mudanças estruturais no país.
No fragmento II, é mencionado que chamar o movimento de 1930 de revolução pode ser visto como uma construção simbólica dos vencedores, destacando que movimentos vitoriosos tendem a criar representações que enfatizam seu ímpeto revolucionário, mesmo que isso não reflita uma ruptura significativa nas estruturas sociais e econômicas.
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