“É muito fácil lançar mão de um apelido como ‘galinhas-verdes’ e achar graça de brasileiros querendo repetir os ritos do fascismo europeu. Mas a esquerda radical não abraçou o apelido ‘galinhas-verdes’ por falta de respeito. O objetivo era ridicularizar porque esta era uma forma de combater. Porque, apesar da Batalha da Praça da Sé, o fascismo brasileiro era mais organizado, mais estruturado e contava com maiores números que o comunismo”.
(DORIA, Pedro. Fascismo à brasileira. São Paulo: Planeta, 2020, p. 237).
“Os integralistas […] vestiam camisetas verdes e adotavam a letra grega sigma como formas que incentivariam um forte sentimento de comunhão e amor à pátria. Mesmo contando com intensas manifestações, os integralistas perderam força com a implementação do Estado Novo, no final dos anos 1930”.
(Adaptado de: SOUSA, Rainer G. A Ação Integralista Brasileira. In: Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/a-acao-integralista- brasileira.htm. )
Sobre os regimes políticos europeus do entreguerras no século XX e de sua influência sobre o cenário político brasileiro da década de 1930, é CORRETO dizer que:
- A) o Estado Novo, regime político centrado na figura de Getúlio Vargas, era autoritário e tinha inspirações trabalhistas.
- B) o Estado Novo, regime político centrado na figura de Getúlio Vargas, era integralista e tinha inspirações trabalhistas.
- C) o Estado Novo, regime político centrado na figura de Plínio Salgado, era integralista e tinha inspirações trabalhistas.
- D) o Integralismo, movimento político centrado na figura de Getúlio Vargas, era democrático e tinha inspirações fascistas.
- E) o Integralismo, movimento político centrado na figura de Plínio Salgado, era democrático e tinha inspirações liberais.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) o Estado Novo, regime político centrado na figura de Getúlio Vargas, era autoritário e tinha inspirações trabalhistas.
Gabarito: Letra A
O Estado Novo, regime político centrado na figura de Getúlio Vargas, era autoritário e tinha inspirações trabalhistas.
O golpe que deu origem ao Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, foi encabeçado por Getúlio Vargas, que pretendia manter-se no poder. Sendo a figura central do Estado Novo, Vargas atuou de forma centralizadora e autoritária, suspendendo instituições democráticas e nomeando interventores para governar os Estados. Além de ser um regime autoritário, o Estado Novo possuía também inspirações trabalhistas, visto que, em seu governo estado-novista, Getúlio Vargas solidificou a legislação trabalhista, a CLT, e buscou também controlar o movimento sindical.
Getúlio Vargas percebeu a força política do operariado nas cidades, resolvendo promover e sistematizar uma legislação social e trabalhista voltada para esses trabalhadores urbanos, mas buscou também exercitar o controle sobre as instituições trabalhistas promovendo a sua tutela pelo Estado.
Por que as demais estão incorretas?
Letra B: o Estado Novo, regime político centrado na figura de Getúlio Vargas, era integralista e tinha inspirações trabalhistas.
Apesar de Getúlio Vargas contar com o apoio de integralistas para dar o golpe que instalaria o Estado Novo, seu regime não era integralista.
Letra C: o Estado Novo, regime político centrado na figura de Plínio Salgado, era integralista e tinha inspirações trabalhistas.
O Estado Novo não era um regime político centrado na figura de Plínio Salgado, mas sim na de Getúlio Vargas.
Letra D: o Integralismo, movimento político centrado na figura de Getúlio Vargas, era democrático e tinha inspirações fascistas.
O integralismo era um movimento político centrado na figura de Plínio Salgado e não na de Getúlio Vargas. Também não era um movimento democrático, mas sim de inspiração totalitária e fascista.
Letra E: o Integralismo, movimento político centrado na figura de Plínio Salgado, era democrático e tinha inspirações liberais.
O integralismo não era um movimento democrático e também não possuía inspirações liberais. Tinha inspiração totalitária e fascista, com caráter nacionalista, antiliberal, anticomunista e contrário ao capitalismo financeiro internacional.
Referências:
AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
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