O cartaz acima foi produzido pelo Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo (1937-1945), convocando brasileiros para trabalhar nos seringais amazônicos. As opções a seguir caracterizam o contexto histórico dessa propaganda, à exceção de uma. Assinale-a.
- A) A presença de soldados protegendo a costa brasileira informava, implicitamente, a função dos trabalhadores dos seringais como “soldados da borracho”.
- B) A expressão “Cada um no seu lugar!”, exaltava a participação da população ameríndia amazônica como a principal mão-de-obra do “front” da borracha.
- C) Documenta o engajamento do Estado Novo que incentivava o extrativismo do látex, concretizado nas campanhas publicitárias que buscavam mobilizar mão de obra para os seringais.
- D) A frase “Brasil para a Vitório” indicava que o Brasil se comprometia a aumentar a produção da borracha amazônica e fornecê-la à indústria bélica dos Estados Unidos.
- E) O incentivo à produção da borracha amazônica para compensar o bloqueio dos mercados asiáticos pela presença japonesa.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) A expressão “Cada um no seu lugar!”, exaltava a participação da população ameríndia amazônica como a principal mão-de-obra do “front” da borracha.
Gabarito: Letra B
A expressão “Cada um no seu lugar!”, exaltava a participação da população ameríndia amazônica como a principal mão-de-obra do “front” da borracha.
A questão quer saber qual das alternativas é a incorreta.
A expressão “Cada um no seu lugar” remete a importância dada pela propaganda do Estado Novo ao trabalho dos “soldados da borracha”, como eram chamados os grupos de migrantes, sobretudo nordestinos, que chegavam à região amazônica para extrair a borracha que seria comercializada com os Estados Unidos e utilizada no contexto da Segunda Guerra Mundial.
Segundo a propaganda presente no cartaz esses “soldados da borracha” estariam também lutando e contribuindo para a vitória dos Aliados na Guerra ao assumirem seus postos nos seringais da região amazônica. Portanto, a expressão “Cada um no seu lugar” não tem nada a ver com uma participação da população ameríndia amazônica como mão de obra no front da borracha. A principal mão de obra nos seringais era a dos migrantes, sobretudo nordestinos.
As demais alternativas estão corretas pois a questão quer saber qual das alternativas não possuí relação com o contexto da extração da borracha para atender às necessidades dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, e todas as questões abaixo possuem relação com esse contexto.
Letra A: A presença de soldados protegendo a costa brasileira informava, implicitamente, a função dos trabalhadores dos seringais como “soldados da borracha”.
Na imagem alguns soldados defendem o território brasileiro, deixando implícito que enquanto alguns soldados trabalhariam na defesa do território, outros, e aí entra o soldado da borracha, defenderiam igualmente a pátria atuando na extração da borracha.
Letra C: Documenta o engajamento do Estado Novo que incentivava o extrativismo do látex, concretizado nas campanhas publicitárias que buscavam mobilizar mão de obra para os seringais.
O Cartaz, produzido pelo Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo (1937-1945) buscava engajar a população a oferecer-se para o trabalho nos seringais.
Letra D: A frase “Brasil para a Vitória” indicava que o Brasil se comprometia a aumentar a produção da borracha amazônica e fornecê-la à indústria bélica dos Estados Unidos.
A frase “Brasil para a Vitória” relaciona-se diretamente ao objetivo da campanha que era ampliar a produção seringueira para fornecê-la à indústria bélica estadunidense e daí a necessidade de voluntários que se dispusessem a trabalhar nos seringais amazônicos.
Letra E: O incentivo à produção da borracha amazônica para compensar o bloqueio dos mercados asiáticos pela presença japonesa.
O incentivo à produção da borracha amazônica, durante o contexto da Segunda Guerra Mundial, relacionava-se diretamente à invasão e ao domínio japonês sobre várias ilhas e regiões do Pacífico, entre as quais, Malásia e Indonésia, produtoras da borracha, sendo necessário aos Estados Unidos buscar essa borracha na região amazônica brasileira.
Referências:
ANTONELLI, Diego. Soldados da borracha: os escravos do século 20 em plena 2.ª Guerra Mundial. Gazeta do Povo. 19/02/2016. Disponível em: https://www.google.com/amp/s/www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/historia/soldados-da-borracha-os-escravos-do-seculo-20-em-plena-2-guerra-mundial-799hvh20tv0frus80eda1ftxf/amp/ Acesso em 31 de ago. de 2022.
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
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