Francisco Campos, autor da Constituição outorgada de 1937 e novo ministro da Justiça, escreveu em 1938, em Os problemas do Brasil e as grandes soluções do Novo Regime:
Em 1930 […] Toda a nação se incorporou ao movimento revolucionário, porque era um caminho novo que se abria. Mas o movimento foi detido pela reconstitucionalização que se operou segundo os velhos moldes. Voltaram os erros, os vícios e os males do falido regime liberal que a política, restaurada da sua breve derrota e para satisfação de seus mais obscuros propósitos, insistia em restabelecer […] Assim novembro de 37 efetiva outubro de 30, aplicando na ordem as forças deflagradas na subversão.
(Vavy Pacheco Borges, Anos trinta e
política: história e historiografia. In: Marcos Cezar de Freitas (org.), Historiografia brasileira em perspectiva.)
Para Francisco Campos,
- A) o projeto revolucionário da Frente Única Paulista, que desencadeou a Revolução de 1932, respondia aos anseios nacionais de redemocratização do Brasil, mas foi minado pelas forças conservadoras presentes no Governo Provisório.
- B) a ruptura institucional ocorrida em 1930 foi resultado direto da ação política da Aliança Nacional Libertadora, pois a radicalização desta entidade provocou temores de que uma revolução de modelo bolchevique eclodiria no Brasil a qualquer momento.
- C) o projeto liberal nascido da Revolução de 1930, sob o comando de Getúlio Vargas, foi sendo minado pelas velhas elites políticas ligadas às oligarquias nordestinas e a origem do Estado Novo estava ligada ao restabelecimento de práticas liberais.
- D) a carta constitucional outorgada em 1930 ampliou o arco de ação do presidente Getúlio Vargas e alimentou nele o interesse pela organização de um governo ditatorial, apoiado por milícias populares e por um partido fascista.
- E) a ruptura institucional que gerou o Estado Novo em 1937 deve ser compreendida como parte do projeto nascido com a Revolução de 1930, mas que sofreu retrocessos, a exemplo da Constituição de 1934.
Resposta:
A alternativa correta é letra E) a ruptura institucional que gerou o Estado Novo em 1937 deve ser compreendida como parte do projeto nascido com a Revolução de 1930, mas que sofreu retrocessos, a exemplo da Constituição de 1934.
Essa alternativa é a correta porque Francisco Campos, autor da Constituição outorgada de 1937, afirma que o movimento revolucionário de 1930 foi detido pela reconstitucionalização que se operou segundo os velhos moldes, e que a ruptura institucional de 1937 foi uma continuação do projeto revolucionário de 1930, mas que sofreu retrocessos, como a Constituição de 1934.
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