A hora é de renascimento. A Constituição de 10 de novembro é alvorada de um Brasil mais forte e mais unido. A condição primeira dessa suprema realização nacional é que dentro dele, em nenhuma de suas regiões, prevaleçam ou predominem por incúria ou descaso de governos ou pela resistência de elementos alienígenas, língua que não seja a nossa, tradições outras que as do nosso próprio passado, glórias que não as dos nossos próprios fastos.

A alternativa correta é letra D) sociabilidade compulsória, refletindo uma ideia de brasilidade.

Gabarito: ALTERNATIVA D

A hora é de renascimento. A Constituição de 10 de novembro é alvorada de um Brasil mais forte e mais unido. A condição primeira dessa suprema realização nacional é que dentro dele, em nenhuma de suas regiões, prevaleçam ou predominem por incúria ou descaso de governos ou pela resistência de elementos alienígenas, língua que não seja a nossa, tradições outras que as do nosso próprio passado, glórias que não as dos nossos próprios fastos.
(BETHLEM, Hugo. O Vale do Itajaí. Jornadas de Civismo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1939. p. 163)

• As palavras do tenente Hugo Bethlem refletem o contexto da Campanha da Nacionalização. Durante o Estado Novo, essa campanha objetivava impor uma

Note o estudante que o caminho argumentativo do enunciado associa diretamente a Campanha da Nacionalização com a fala reproduzida no início. Ou seja, há de se observar nas alternativas um vínculo direto com o texto citado. Assim, observemos as alternativas que seguem.

• a)  visão de pureza racial, pressupondo o branqueamento da população.

Ora, existe uma contradição nos próprios termos da alternativa. Se estivesse sendo proposto um branqueamento da população, estava sendo promovida uma miscigenação para "eliminar" os elementos negros dos traços da sociedade brasileira. Mas a ideia de miscigenação é o exato oposto das visões de pureza racial, na qual categorias hierárquicas são mantidas pela segregação segundo critérios raciais. Alternativa errada.

• b)  estratégia de modernização, identificando o interior ao atrasado.

De fato, durante o Estado Novo, o Brasil passaria por um grande esforço de modernização, principalmente com a ampliação da industrialização brasileira, que se arrastava incipiente por décadas. No entanto, não é a modernização econômica ou institucional que está em jogo no trecho citado ou na Campanha de Nacionalização, mas sim dar um sentido de homogeneidade à nacionalidade brasileira. Ainda que que estejam inseridas num esforço maior de bases nacionais, essas iniciativas não podem ser confundidas entre si. Alternativa errada.

• c)  política de segurança, propondo a expulsão de imigrantes.

O texto é muito claro e o espírito na nacionalização também aponta nessa direção: não se trata da expulsão de imigrantes, mas sim da sua absorção a uma realidade nacional. Existia, sim, uma percepção de que apenas uma nacionalidade bem assentada pelos interiores seria suficiente para galvanizar o país de maneira a evitar qualquer forma de ruptura ou de separatismo - principalmente em meio à Segunda Guerra Mundial. Mas isso não significava uma política de expulsão de imigrantes, mas sim de sua conversão a uma realidade brasileira. Alternativa errada.

• d)  sociabilidade compulsória, refletindo uma ideia de brasilidade.

Como apontado no comentário anterior, o ponto focal da Campanha da Nacionalização estava na absorção social dos grandes contingentes de imigrantes existentes no Brasil. Se, por um lado, o governo Vargas se esforçava para criar noções de brasilidade capazes de unir de Manaus ao Rio de Janeiro; por outro, era importante enfrentar a questão imigratória também pelo caminho cultural. Por exemplo, houve o esforço de colocar a língua portuguesa como a única aceita em estabelecimentos de ensino pelo país, enquadrando toda a população sob um único universo linguístico e eliminando parte da força identitária de colônias de imigrantes. Essas formas de sociabilidade compulsória tinham o objetivo de, a partir de uma certa brasilidade, apontar no sentido de uma integração nacional profunda, apagando muitos dos impulsos emancipacionistas locais. ALTERNATIVA CORRETA.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.