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Leia o texto para responder à questão.

 

De 1889/1890, começo da República, até 1930-1940 mais ou menos, a indústria e as cidades apresentaram determinadas características.

 

A atividade industrial, sempre crescente, era conduzida fundamentalmente no interior de empresas de pequeno e médio porte, ainda que as grandes fábricas existentes concentrassem o maior número de operários e a maior quantidade de capital, sendo responsáveis também pela maior parte da produção industrial. […] Apenas a partir das décadas de 1940 e 1950 as indústrias de bens de consumo duráveis e bens de capital desenvolveram-se de modo significativo.

 

(Maria Auxiliadora Guzzo de Decca. Indústria e trabalho no Brasil, 1991.)

 

O segundo ciclo de industrialização mencionado no texto é marcado

Resposta:

A alternativa correta é letra A) pelo ingresso, no país, de grande quantidade de tecnologia e de capitais estrangeiros.

 

GabaritoLetra A

 

Pelo ingresso, no país, de grande quantidade de tecnologia e de capitais estrangeiros.

 

A partir dos anos 1940, o governo Vargas passou a fundar empresas estatais para atuarem em setores considerados estratégicos para o desenvolvimento industrial brasileiro, tais como o petrolífero, o de mineração, o siderúrgico e o de energia elétrica.

Em decorrência dessa ação estatal foram fundadas empresas destinadas à exploração de minério de ferro (Companhia Vale do Rio Doce), à criação de represas de água para o funcionamento de usinas hidrelétricas de grande porte (Companhia Hidrelétrica de São Francisco), à produção de aço, fundamental para a industrialização do país (Companhia Siderúrgica Nacional).

Para a criação dessas empresas utilizou-se grande quantidade de tecnologias, como no caso da Companhia Hidrelétrica que baseou-se nas mais recentes tecnologias implantadas nos Estados Unidos e na União Soviética, e na entrada de capitais estrangeiros, como no caso da Companhia Siderúrgica Nacional, construída a partir de empréstimos e tecnologias estadunidenses.

Posteriormente, o governo de Juscelino Kubitschek, intensificou o processo de industrialização e também o de entrada de tecnologias e capitais estrangeiros.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: pela política nacional de controle do câmbio, o que facilitava a exportação brasileira de produtos industrializados.

 

A política de controle de câmbio durante o governo Vargas variou de acordo com os interesses da ocasião, mantendo-se momentos de controle e de liberalização (ou mesmo de liberalização parcial) da política de câmbio. Assim, no final dos anos 30 do século XX, os Estados Unidos exerceram pressão sobre o governo brasileiro para uma liberalização da política cambial, o que levou a um aumento de 19% das exportações brasileiras. Dessa forma, a liberalização, e não o controle, do câmbio é que facilitou as exportações brasileiras nesse período.

 

Letra C: pelo deslocamento do eixo industrial para a região Norte, a partir da criação da Zona Franca de Manaus.

 

Não houve um deslocamento do eixo industrial para a região Norte durante esse período. O que houve foi a ampliação de setores estratégicos para outras regiões, além do sudeste, como o nordeste brasileiro, região onde foi construída a Companhia Hidrelétrica de São Francisco. Além disso, a criação da Zona Franca de Manaus ocorreu durante a Ditadura Militar e não durante o governo Vargas ou do período democrático que sucedeu seu governo (que marcam os anos do segundo ciclo de industrialização).

 

Letra D: pela implantação de políticas públicas de apoio às pequenas e médias empresas.

 

Não houve nesse período a implantação de políticas públicas de apoio à pequenas e médias empresas, o que houve foi o controle, pelo Estado, de áreas estratégicas para a industrialização brasileira. Foi somente em 1960 que teve início um programa oficial de apoio a empresas  de  pequeno porte, programa este instituído pelo Banco Nacional do desenvolvimento Econômico (BNDE).

 

Letra E: pelo processo de privatização das empresas estatais, adquiridas por grandes empresários nacionais.

 

Durante esse segundo ciclo de industrialização ocorreu a fundação, e não a privatização, de empresas estatais.

 

Referências:

 

ABREU, Marcelo de Paiva. Crise, crescimento e modernização autoritária, 1930-1945. In: A Ordem do Progresso: Dois séculos de Política Economia no Brasil. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4128559/mod_resource/content/1/Texto%2016%20-%20Crise%2C%20crescimento%20e%20modernização%20autoritária.pdf Acesso em 13 de out. de 2021.

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

DECCA, Maria Auxiliadora Guzzo de. Indústria, trabalho e cotidiano:  Brasil - 1889 a 1930. São Paulo: Atual Editora, 1991.

NARETTO, N., BOTELHO, M. dos R., & MENDONÇA, M. (2009). A trajetória das políticas públicas para pequenas e médias empresas no Brasil: do apoio individual ao apoio a empresas articuladas em arranjos produtivos locais. Planejamento e Políticas Públicas, (27), publicado em 02-10-2009. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/view/51 Acesso em 13 de out. de 2021.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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