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A revolução de 1930 introduziu mudanças políticas, econômicas, sociais e na política externa. A respeito dessas mudanças, julgue (C ou E) o item a seguir.Sem ruptura com a política que vinha sendo implementada, a política externa do governo revolucionário caracterizou-se pelo protagonismo no plano regional e pela centralidade do relacionamento com os EUA.

Resposta:

A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: Certo

 

Ao ler rapidamente a afirmativa tendemos a achar que a mesma está errada, afinal sabemos que de um lado o governo provisório instalado após a revolução (ou golpe) de 1930 suspendeu o pagamento da dívida externa e que Vargas manteve uma política exterior chamada de equidistância pragmática, que caracterizou-se por manter relações simultaneamente com os Estados Unidos e com a Alemanha.

 

Contudo, é preciso analisar a afirmativa mais detidamente. Apesar do constrangimento inicial devido ao apoio norte-americano ao governo brasileiro deposto pela revolução (golpe) de 1930 e da decisão de suspensão do pagamento da dívida externa num primeiro momento, Vargas buscou, em seguida, a continuidade da política externa praticada anteriormente, que tornava os Estados Unidos o principal parceiro internacional do Brasil. Assim, podemos falar sim de continuidade da política que vinha sendo implementada e centralidade do relacionamento entre Brasil e Estados Unidos.

 

Como um país dependente das exportações de itens primários, especialmente o café, o Brasil de início dos anos 1930 precisou manter a ênfase no comércio exterior e na busca por novos mercados, assim, a diplomacia econômica foi revigorada regularizando-se relações comerciais a partir da assinatura de acordos ou tratados comerciais. Entre eles, o acordo de comércio compensado, assinado em 1936 com a Alemanha.

 

Conforme aponta Carlos Eduardo Vidigal:

 

“As exportações de café para o mercado norte-americano continuaram a dominar a pauta de exportações do país, mas um novo elemento foi agregado à área: o comércio compensado com a Alemanha, que também dependia do setor cafeeiro”. Dessa forma, é preciso assinalar que a centralidade do relacionamento internacional com os Estados Unidos não impediu a formulação de um acordo comercial com a Alemanha.

 
 

A afirmativa também destaca o protagonismo do Brasil no plano regional, possivelmente fazendo referência à atuação do Brasil na questão de Letícia, disputa entre Colômbia e Peru por esse território, na Guerra do Chaco, disputada entre Bolívia e Paraguai, e à participação na Conferência de Buenos Aires (1936). Podemos acrescentar também nos termos dessa atuação, o alinhamento às decisões das I, II, e III Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores Americanos em relação a Segunda Guerra Mundial, que levaram o Brasil da neutralidade à declaração de Guerra ao Eixo.

 

Resposta baseada nas fontes:

 

Dossiê A Era Vargas: dos ano 20 a 1945. FGV CPDOC. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos30-37/RelacoesInternacionais Acesso em 24 de fev. de 2021.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VIDIGAL, Carlos Eduardo. História das relações internacionais do Brasil/Carlos Eduardo Vidigal, Francisco Fernando Monteoliva Doratioto; coordenado por Antonio Carlos Lessa, Henrique Altemani. – São Paulo: Saraiva, 2014.

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