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Conforme o livro “Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão” (TAILE; OLIVEIRA; PINTO, 1992), em relação ao capítulo “Do ato motor ao ato mental: a gênese da inteligência segundo Wallon”, de Heloysa Dantas, assinale a alternativa INCORRETA.

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Resposta:

A alternativa correta é letra E) Nos estudos de Wallon, a psicogênese da motricidade não deve se confundir com a psicogênese da pessoa, assim como a patologia do movimento e do funcionamento da personalidade não devem ser tomadas como semelhantes.

   

Conforme o livro “Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão” (TAILE; OLIVEIRA; PINTO, 1992), em relação ao capítulo “Do ato motor ao ato mental: a gênese da inteligência segundo Wallon”, de Heloysa Dantas, assinale a alternativa INCORRETA.

 

A questão está baseada no seguinte texto:

 

"A utilização da doença como um (dos muitos) elemento necessário à compreensão da normalidade fica assentada desde o início. Ele não atua apenas como médico preocupado em curar, mas também como investigador que considera a doença, à maneira de Claude Bernard, uma experiência natural, a forma de experimentação mais apropriada à psicologia. 

 

(...)

 

As funções devem ser estudadas evolutiva e involutivamente (dai o interesse pela doença e pela velhice), partindo das suas bases e neurológicas, e comparando-as com as suas equivalentes em diferentes espécies animais, em diferentes momentos da história humana individual e coletiva. O equívoco de classificar de organicista a sua proposta vem da incompreensão de dois fatores fundamentais: em primeiro lugar, que genético abrange a dimensão da espécie e abre espaço para a incorporação dos resultados da "psicologia história", tão prolífica recentemente. E em segundo lugar, do fato de que, para Wallon, o ser humano é organicamente social, isto é, sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar. Ele seguramente endossaria e aproveitaria a expressão vygotskiana de "extracortical" para significar aquela parte do cérebro humano que está fora do cérebro, isto é, o conhecimento.

 

(...)

 

Mas o grande eixo é a questão da motricidade; os outros surgem porque Wallon não consegue dissociá-lo do conjunto do funcionamento da pessoa. A psicogênese da motricidade (não se estranhe a expressão, porque, em Wallon, "motor" é sempre sinônimo de "psicomotor") se confunde com a psicogênese da pessoa, e a patologia do movimento com a patologia do funcionamento da personalidade. Por esse motivo foi tão aproveitado por Le Boulch, cuja psicocinética e propostas de educação psicomotora se caracterizam pela abrangência da sua compreensão do significado psicológico do movimento.

 

(...)

 

Esse fato foi intuitivamente compreendido por Rodin: sua representação plástica do "Pensador" apresenta um homem intensamente contraído, com a musculatura retesada pelo esforço.

 

Assim é que, para Wallon, o ato mental que se desenvolve a partir do ato motor e passa em seguida a inibi-lo, sem deixar de ser atividade corpórea. Do relevo dado à função tônica, resulta a percepção da importância de um tipo de movimento associado a ela, e que é normalmente ignorado, obscurecido pelo movimento práxico. É a motricidade expressiva da mímica, inteiramente ineficaz do ponto de vista instrumental: não tem efeitos transformadores sobre o ambiente físico. Mas o mesmo não acontece em relação ao ambiente social: pela expressividade o indivíduo humano atua sobre o outro, é isto que lhe permite sobreviver, durante o seu prolongado período de dependência. A motricidade humana, descobre Wallon em sua análise genética, começa pela atuação sobre o meio social, antes de poder modificar o meio físico. O contato com este, na espécie humana, nunca é direto: é sempre intermediado pelo social, tanto em sua dimensão interpessoal quanto cultural."

 

Fonte: “Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão” (Taille et al.)

 

Com isso, encontramos a alternativa incorreta na Letra E.

 

As outras alternativas estão de acordo com o livro supracitado.


a)  Wallon, enquanto médico, compreendia a doença como um elemento necessário para a compreensão da normalidade, mas, também, considerando-a como uma experiência natural, considerando esta concepção mais apropriada para a prática psicológica.

 

b)  As funções devem ser estudadas evolutiva e involutivamente, partindo das bases neurológicas e comparadas com outras espécies de animais, em distintos momentos da história individual e coletiva da pessoa.


c)  Para Wallon, o ato mental se desenvolve a partir do ato motor, de modo que é pela expressividade que o indivíduo humano atua sobre o outro, e é isso que lhe permite sobreviver durante o seu prolongado período de dependência.


d)  A motricidade humana, na concepção de Wallon, começa pela atuação no meio social, antes de poder modificar o meio físico, sendo o contato com este, na espécie humana, sempre intermediado pelo social, em sua dimensão tanto interpessoal, quanto cultural.


e)  Nos estudos de Wallon, a psicogênese da motricidade não deve se confundir com a psicogênese da pessoa, assim como a patologia do movimento e do funcionamento da personalidade não devem ser tomadas como semelhantes.

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