Patto (em MACHADO; LERNER; FONSECA, 2017) reflete sobre uma visão crítica da avaliação psicológica realizada na e para as questões escolares. A autora aponta a presença de estereótipos e preconceitos com relação às classes populares na escola pública, o que acaba por influenciar a prática dos profissionais e, por conseguinte, os processos avaliativos.
Para a autora, trata-se de justificativa equivocada, denominada por teoria da:
- A) carência cultural.
- B) proposta dialética.
- C) vertente social coletiva.
- D) contaminação cultural.
- E) diferença cultural.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) carência cultural.
Gabarito: Letra A
Essa visão estereotípica sobre as classes populares era justificada pela teoria da carência cultural.
“Para Patto (2005), este projeto igualitário encontrou limitações pela forma como as escolas foram constituídas no Brasil. Segundo a autora, as escolas constituíram-se à luz da organização social vigente que desqualificava “os pobres, os não brancos, os contestadores e os portadores de alguma dificuldade física ou mental que prejudicasse a capacidade de trabalhar ou de conformar-se às regras sociais” (p.10).”
“Cerca de vinte anos depois, novos clamores e novas denúncias. Dc um lado, dados dc pesquisas mostram repetidamente uma alta correlação positiva entre nível de escolaridade c classe social, o que força a percepção dc que a igualdade de oponunidades e as teses dos educadores liberais do passado não passavam dc palavras: de outro, os grupos sociais mais atingidos pela exploração econômica c pela dominação cultural não aceitam a desigualdade e a denunciam. É a época dos movimentos reivindicatórios das minorias raciais norle-amcricanas e da grande resposta política que lhes 6 dada através do mundo acadêmico e educacional: a "teoria da carência cultural". Num mundo no qual argumentos racistas explícitos podem causar constrangimento, como explicar a perpetuação de uma parcela da população nesse limbo? Pelo recurso a versões ambientalistas do desen volví mento humano, reservando-se ao termo ‘'ambiente" uma concepção acrílica, compatível ao mesmo tempo com uma visão hiolngi/üda da vida social e com uma definição etnocéntrica de cultura: de um lado o ambiente é pralicamentc reduzido a estimulação sensorial proveniente do meio físico; de outro, valores, crenças, normas, hábitos e habilidades lidos como típicos das classes dominantes são considerados como os mais adequados à promoção de um desenvol vimcnlo psicológico sadio 33 Quando sc propõem a explicar o sucesso escolar c profissional desigual entre os integrantes das classes sociais, estas teorias ambientalistas fundameiiiam-se cm preconceitos e estereótipos que, com uma nova fachada científica, passam a orientar a política educacional. Nãoé difícil localizar passagens, nos milhares de textos que as integram, nas quais os adultos das classes subalternas sào considerados mais agressivos, relapsos, desinteressados pelos filhos, inconstantes, viciados e imorais do que os das classes dominantes, a partir de interpretações visivelmente tendenciosas de situações ou comportamentos que estariam a exigir outras leituras, não fosse a forte e tradicional tendência social, da qual muitos pesquisadores participam, de fazer do pobre - visto como elo de ligação entre o selvagem c o civilizado - o depositário de todos os defeitos.”
Para a autora, trata-se de justificativa equivocada, denominada por teoria da:
a) carência cultural.
b) proposta dialética.
c) vertente social coletiva.
d) contaminação cultural.
e) diferença cultural.
Nosso gabarito é Letra A.
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