“[…] devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo tal qual nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele poderia ser: uma outra globalização”.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento
único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2006.
A respeito da proposta de Milton Santos, assinale a alternativa incorreta.
- A) A perversidade sistêmica que está na raiz de uma evolução negativa da humanidade tem relação com a adesão desenfreada aos comportamentos competitivos que caracterizam as ações hegemônicas.
- B) A “globalização como fábula” pode ser ilustrada a partir do mito da “aldeia global” e do encurtamento das distâncias, difundindo-se a noção de tempo e espaço contraídos.
- C) Entre as bases materiais da globalização perversa, está a morte do Estado, provocada pelos megaconglomerados transnacionais em favor de uma livre circulação de capitais.
- D) Um indicativo da possibilidade de mudanças é a enorme mistura de povos, raças e culturas em todos os continentes, somando-se a isso a mistura de filosofias, possibilitada pelos progressos da informação, em detrimento da hegemonia do racionalismo europeu.
Resposta:
A resposta correta é a letra C) Entre as bases materiais da globalização perversa, (está) a morte do Estado, provovada pelos megaconglomerados transnacionais em favor de uma livre circulação de capitais.
Essa afirmação se justifica pois, segundo Milton Santos, a globalização perversa é caracterizada pela perda de poder do Estado Nacional em favor das empresas transnacionais. Essas empresas, com seu poder econômico e influência política, impõem suas próprias regras e interesses em detrimento do bem-estar da população e do Estado.
Isso ocorre porque as empresas transnacionais não têm compromisso com os países onde atuam, mas sim com os seus próprios interesses e lucros. Elas buscam explorar os recursos naturais e a mão de obra barata dos países em desenvolvimento, sem se importar com as consequências sociais e ambientais.
Com isso, o Estado Nacional perde sua capacidade de regulamentar e fiscalizar as atividades econômicas, tornando-se refém das empresas transnacionais. Isso leva à concentração de riqueza e ao aumento da desigualdade social, tornando a globalização perversa uma ameaça à democracia e ao bem-estar da população.
Portanto, a afirmação da letra C) é a mais adequada para descrever a globalização perversa, pois ela destaca a perda de poder do Estado Nacional em favor das empresas transnacionais.
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