Distribuição das pessoas que vivem com menos de um dólar por dia
Adaptado de TERRA, L. e outros. Conexões: Estudos de Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2008.
A partir da análise dos mapas, identifica-se que a diminuição da pobreza, entre 1990 e 1999, foi mais acentuada em determinada região do mundo.
Um processo socioeconômico que explica o desempenho alcançado por essa região é:
- A) tecnificação agrícola
- B) redistribuição fundiária
- C) industrialização periférica
- D) reformulação previdenciária
Resposta:
A alternativa correta é letra C) industrialização periférica
Para identificar a resposta correta, é importante entender o contexto histórico e econômico da China durante a década de 1990, quando o país vivenciou uma transformação econômica significativa com a abertura de mercados, influxo de investimentos estrangeiros e um rápido desenvolvimento industrial. Este cenário contrasta com o aumento da pobreza na América Latina, que foi influenciado por crises econômicas e políticas durante o mesmo período.
Vamos analisar as alternativas.
a) Tecnificação agrícola: Refere-se à adoção de novas tecnologias e métodos na agricultura, como o uso de máquinas, fertilizantes e técnicas modernas de cultivo. Essa alternativa pode levar a aumentos na produtividade agrícola, mas não é a principal razão para a redução significativa da pobreza na China durante o período mencionado.
b) Redistribuição fundiária: Envolve a redistribuição de terras, geralmente de grandes proprietários para pequenos agricultores ou pessoas sem terra. Este processo pode melhorar a equidade social e a produtividade agrícola, mas novamente, não foi a principal força motriz da redução da pobreza na China durante a década de 1990.
c) Industrialização periférica: Refere-se ao desenvolvimento industrial em áreas fora dos principais centros urbanos ou econômicos. A China passou por uma industrialização massiva, com muitas áreas rurais e cidades menores desenvolvendo indústrias e manufaturas que geraram empregos e aumentaram os rendimentos. Este é um processo socioeconômico chave que explica a redução drástica da pobreza na China.
d) Reformulação previdenciária: Envolve mudanças nos sistemas de previdência social, como pensões e seguridade social. Embora possa ter impacto sobre a pobreza, a reformulação previdenciária não foi o principal fator na redução da pobreza na China durante o período especificado.
Portanto,
Com relação às políticas de descentralização da produção global, destaca-se a ascensão econômica da China, fruto de um acelerado desenvolvimento urbano e industrial que ocasionou uma reorganização locacional da cadeia produtiva internacional. Isso se deve principalmente a acordos comerciais multilaterais com outros países tidos como "emergentes", como Brasil, Rússia, Índia e África do Sul. Além dos países que entraram mais recentemente: Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã. Este bloco, denominado "BRICS", é extremamente estratégico para o exercício de polarização industrial chinês.
A articulação entre as maiores economias de suas respectivas regiões/continentes, historicamente periféricas no capitalismo tradicional, vem provocando mudanças na arquitetura econômica internacional. Além de produtores, esses países tornaram-se, especialmente no último século, grandes consumidores de produtos industrializados.
Nas palavras de Palazuelos (2007, p. 20, tradução nossa):
A China se converteu em uma “fábrica global”, isso se deve à sua enorme capacidade de produção, com uma complexidade tecnológica cada vez maior (têxteis, calçados, móveis, alimentação, eletrodomésticos, etc.) e certa qualidade, dispondo-se de uma combinação perfeita de tecnologia estrangeira e mão de obra chinesa (praticamente ilimitada, e disposta a trabalhar por valores mínimos). Dessa maneira, a China está condicionando estruturas produtivas de muitos países, sobretudo de outros países em via de desenvolvimento.
Bibliografia
PALAZUELOS, A. Los capitalismos emergentes en la nueva arquitectura internacional, ¿Qué hay de nuevo en la división internacional del trabajo? Papeles del Este, v.14, p. 1-37, 2007.
Deixe um comentário